Na direção da vitória

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  06/02/2021 17:06

RELATO

Passo a passo, Francivaldo avança em seus objetivos, determinado a romper os próprios limites e criar uma nova história

Reprodução/Foto-RN176 Francivaldo Santos da Silva, Vice-resp. pela DS do Distrito Mossoró, CRE Leste, CGRE

Quando decidi praticar o budismo, tomei as rédeas do meu destino e minha vida nunca mais foi a mesma. Com a prática diária do gongyo e do daimoku, com o estudo e focado nas orientações de Ikeda sensei, passei a aplicar o budismo na vida diária, venci em minha vida profissional e nos estudos junto com minha família, construindo com eles uma base sólida e harmoniosa.

Nasci em Juazeiro do Norte, CE, numa família de comerciantes ambulantes e, desde muito jovem, vivia em feiras, vendendo sandálias, acessórios, roupas. Em trinta anos de trabalho, vendi de tudo.

Em 1999, saí de Juazeiro com minha esposa, Adriana, e nossos filhos Franco, Franna e Frank, com destino a Brasília, DF, onde moramos por quase dez anos. Vendia produtos nessa cidade e também em eventos religiosos em Mossoró, RN, passando parte do tempo viajando de um estado para outro e para diversas regiões do Brasil. Algumas vezes, com a família, e em muitas outras, sozinho. Com isso, carregava a angústia de permanecer por longos períodos distante deles, causando sofrimentos e incertezas com relação ao nosso futuro. Além do mais, queria voltar a estudar e direcionar meus filhos para esse caminho — algo distante da nossa realidade.

Foi numa ida a Mossoró que participei, a convite de uma amiga, de uma reunião da BSGI e tudo o que ouvi fez bastante sentido para mim. Guardei com gratidão os incentivos do veterano Nabor Haruno e um cartão com a frase: “É impossível avaliar a força que possuímos sem medir o tamanho do obstáculo que ela pode vencer, nem o valor de uma ação sem sabermos o sacrifício que ela comporta”.1 Em casa, todos nós iniciamos a recitação do Nam-myoho-renge-kyo.

Em paralelo, as vendas em Brasília enfraqueceram por conta de novas regras de fiscalização na cidade. Minha esposa e meus filhos então voltaram para Juazeiro, para perto dos familiares, enquanto continuei na capital federal tentando me organizar. No entanto, não consegui licença para trabalhar. Como efeito da prática budista, compreendi que minha missão por lá havia se encerrado.

Visualizei melhores oportunidades em Mossoró e vim para cá esperançoso. Aluguei um quarto (acoplado com banheiro e tinha uma cozinha improvisada) e trabalhava vendendo e consertando relógios. Recebi o Gohonzon seis meses depois, em julho de 2009, numa cerimônia na qual alguns participantes ficaram de fora da casa por conta do pouco espaço. Mas, meu amigo, apesar dos desafios, dali em diante foi só melhora!

Reprodução/Foto-RN176 no dia da concessão do Gohonzon, em 2009, com Osiléia, no canto esquerdo, que lhe apresentou o budismo

Decidi trazer minha família para cá e moramos em cinco nesse local por dois anos até conseguirmos alugar um cômodo maior. Com esforço e muito trabalho, compramos um carro e logo nos mudamos para um apartamento, sem garagem, mas com uma sala ampla em que realizávamos reu­niões budistas. Sempre tive orgulho em meu lar servir como castelo do kosen-rufu. E como líder, busco me empenhar pelos membros e fico muito feliz ao ver o progresso desses companheiros. Acredito que nessa atuação é que acontece meu maior aprimoramento.

Novo avanço

Já haviam se passado três anos quando nós nos mudamos para uma casa grande, porém ela precisava de reparos e tinha uma garagem que não comportava agora os nossos dois carros. Fazíamos manobras cansativas, cada vez que saíamos ou voltávamos para casa. Além disso, os carros sempre davam problemas. Eu, guerreiro, determinei resolver a situação a começar pelas reformas na residência. Foi então que uma amiga corretora, comovida com tamanho esforço, nos auxiliou a encontrar a casa ideal onde moramos atual­mente. Ela é grande, com ampla sala em que já realizamos muitas atividades da organização; um quintal com piscina, dois pés de mangas e garagem para quatro carros! (risos)

Reprodução/Foto-RN176 em atividade budista na sua residência em Mossoró, RN. Todas as fotos foram tiradas antes da pandemia do coronavírus

Nessa fase, inspirado pela minha esposa que havia voltado a estudar, eu me formei na faculdade. Aventurei-me a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o que me auxiliou a passar no vestibular de educação física na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Concluí o curso em 2016, sem reprovações ou notas ruins. Essa é uma vitória conquistada com o apoio da minha família, dos amigos da Gakkai e com os incentivos do Mestre.

Adriana cursou fisioterapia, com bolsa de estudos integral, na Universidade Potiguar (UnP). Fez pós-graduação e agora está terminando o curso de educação física na UERN. Franco, meu primogênito, passou no concurso de sargento da Escola de Sargentos das Armas (ESA) e deve concluir a formação este ano. Já minha filha, Franna, graduou-se em educação física pela UERN; e meu filho mais novo, Frank, está se preparando para prestar concurso.

Tal como “o inverno nunca falha em se tornar primavera”,2 transformamos nossa trajetória com grandes conquistas. Hoje, tenho uma vida financeira estável, não viajo a trabalho há mais de oito anos. E mesmo em meio à pandemia do coronavírus, no ano passado, abri meu próprio estabelecimento e comprei um carro novo. Quantas vitórias!

Como discípulo de Ikeda sensei, sigo trilhando o caminho do aprimoramento, com determinação, senso de justiça e respeito à dignidade da vida. Pois, é na busca pela revolução humana que a felicidade se torna plena.

 

No topo: da esq. para a dir., os filhos, Frank; Franco; Franna; a neta, Agnes; a esposa, Adriana; e Francivaldo

Notas:

  1. Frederick Wallace Smith, fundador, pre­sidente e CEO da FedEx.
  2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. I, p. 560.

Francivaldo Santos da Silva, 46 anos. Comerciante. Vice-resp. pela DS do Distrito Mossoró, CRE Leste, CGRE.