‘Não acredito na morte, acredito em Deus’, disse Catra em última entrevista na JP

ROTANEWS176 E POR JOVEM PAN 10/09/2018 14h07

Johnny Drum/Jovem Pan

Reprodução/Foto-RN176 “Sem neurose, mano? Não tenho medo de nada, não. Sou hebreu”, disse
A última passagem de Mr. Catra pela Jovem Pan aconteceu em junho deste ano, quando ele participou de uma extensa entrevista no Morning Show. Na ocasião, fez afirmações controversas – como de costume – e também falou sobre sua doença, mostrando tranquilidade e bom humor com o tratamento.

“Festas e prazeres continuam. Só as luxúrias diminuíram um pouco (risos). Tem que repensar a vida. Se alimentar de forma diferente, dormir mais, olhar mais para você. Senão, já era. Estou na fase final do tratamento, graças a Deus. Está dando certo”, disse.

Em seguida, o apresentador Edgard Piccoli o perguntou se ele tinha medo da morte. “Sem neurose, mano? Não tenho medo de nada, não. Sou hebreu. Acredito em Deus, tá ligado? A colheita é conforme a plantação. Sei o que plantei, sei o que vou colher. Não acredito na morte. Acredito em Deus”, declarou.

Polêmicas

Entre as diversas polêmicas daquele dia, Catra tentou desconstruir a história da escravidãono Brasil e no mundo e usou esse argumento para se posicionar contra as cotas raciais.

“Não tem esse bagulho de negro ou branco. Quem ensinou o mundo a escravizar foram os negros. Na África antiga, Etiópia. Tá ligado? Não foi o branco que escravizou o negro. O negro que escravizou o negro e vendeu para o branco no continente. O branco não ia entrar na África com hipopótamo, leão, girafa, jacaré, sem noção de nada, e escravizar o preto. Não tinha como. Se for no âmago da história você vê que não foi o branco que escravizou o negro. A realidade é essa”, declarou.

“É por isso que cotas… sei lá. Acho, de coração, que o negro tem condição assim como o branco. O brasileiro, com todo respeito, é vira-lata. Miscigenação pura, parceiro. Tá ligado? Não tem como. A gente vive em um país misturado. Branco vira preto com duas gerações. Preto vira branco em duas gerações. Vejo isso em casa. Meus filhos são bem resolvidos com isso”, completou.

O funkeiro, chamado Wagner Domingues Costa, morreu neste domingo (9) aos 49 anos em São Paulo. Ele estava internado no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, para sessão de quimioterapia contra o câncer no estômago. Catra foi diagnosticado com a doença no começo do ano passado e passava por tratamento intensivo.

Relembre a entrevista completa aqui: e deixe o seu comentários!