ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 02/07/2022 11:08
INCENTIVO DO LÍDER
Por Livia Endo
Reprodução/Foto-RN176 Desenho ilustrativo da matéria – Ilustração: GETTY IMAGES
Desejo que cada uma de vocês, sem exceção, se torne feliz. Até hoje, a história da mulher se resume a infortúnio e sofrimento nas mãos do destino. Como tiveram a boa sorte de abraçar a fé no Budismo de Nichiren Daishonin na juventude, vocês não precisam mais aceitar esse destino.1
Passaram-se 71 anos desde que o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, ofereceu esse incentivo no dia da fundação da Divisão Feminina de Jovens (DFJ). Carregando essa frase como uma diretriz a guiar o seu desenvolvimento, muitas jovens estão desafiando as circunstâncias, tais como questões da própria saúde ou de seus familiares, impasses na vida profissional, dificuldades de relacionamento. E apesar de suas adversidades, todas estão decididas a não aceitar seu destino.
Eu me lembro de que Ikeda sensei conta a história de uma mulher que também foi invencível diante dos mais pesados e dramáticos problemas impostos pela vida. Com 1 ano e meio, Helen teve uma febre muito alta que durou alguns dias. Quando a febre cessou, seus pais perceberam que tinha deixado sequelas. A criança não estava mais escutando, falando e enxergando.
Quando estava com 7 anos, a criança passou a ser acompanhada por uma professora que aceitou a missão de atuar pelo desenvolvimento dela. A menina não conseguia nem ao menos distinguir o que era um copo e a água dentro dele. Certo dia, sua professora, Anne, bombeou água do poço que havia no quintal, pediu que Helen segurasse o copo com uma mão e o deixou embaixo do cano de água. A água transbordou pelo copo, e a jovem começou a senti-la escorrendo pela sua mão. A professora pegou a outra mão da garotinha e escreveu várias vezes a palavra “água”. Helen sentia as letras e então conseguiu perceber que aquele líquido frio que jorrava em sua mão se chamava água.
Helen aprendeu a datilografar com Anne colocando as mãos da jovem por cima das suas para que sentisse o bater das teclas. Também foi ela quem ensinou a menina a ler em braile. Com o apoio dessa professora, Helen conquistou o sonho de se graduar na Universidade Harvard.
Adoro a biografia de Helen Keller por ela não ter deixado que o peso de seu infortúnio e sofrimento contasse a sua história e especialmente porque isso só foi possível graças ao apoio de sua professora, Anne Sullivan.
Helen Keller afirmou: “A vida de minha mestra, Anne Sullivan, foi praticamente de inteira devoção. Eu, como sua sucessora, devo dar continuidade ao seu trabalho”. Assumindo o espírito daquela que a ensinou, Helen também foi a razão do desenvolvimento de muitas outras pessoas. Ela viajou o mundo clamando pela paz e incentivando outros surdos e mudos a também serem felizes.2
Nós, jovens da Soka Gakkai, também temos um mestre que nos ensina a conduzir uma vida de felicidade. E como Helen, também possuímos a missão de dar continuidade a esses ensinamentos.
Neste mês em que comemoramos o aniversário de fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens, vamos nos empenhar ainda mais pela transformação do nosso destino e do destino daqueles à nossa volta, como Ikeda sensei incentiva:
As batalhas com as quais nos defrontamos na vida real fazem parte de nossa prática budista para o nosso desenvolvimento espiritual, possibilitando que realizemos nossa revolução humana e alcancemos o estado de buda. Se orarmos com esse espírito e convicção, a coragem de que necessitamos para enfrentar todos esses desafios emanará de dentro de nós. Isto, em si, é o significado de manifestar a condição de vida do estado de buda. A dedicação ao kosen-rufu é o modo de vida mais nobre que existe como ser humano.3
Livia Endo
Coordenadora da Divisão Feminina de Jovens
Notas:
- Brasil Seikyo, ed. 2.328, 18 jun. 2016, p. B1.
- Idem, ed. 1.756, 24 jul. 2004, p. A1.
- Idem, ed. 2.328, 18 jun. 2016, p. B1.
Ilustração: GETTY IMAGES