ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 07/11/2020 08:30 RELATO
A convicção de Renan é a base de suas conquistas e o impulso para avançar.
Reprodução/Foto-RN176 Renan Melchiades; Dançarino, compositor e editor de vídeos. Vice-resp. pela DMJ do Distrito Tijuca, CSMRJ.
No fim de 2017, fui demitido de dois empregos, perdi contratos profissionais, tive problemas pessoais, na família. Fiquei tão desanimado que entrei em depressão. Não sentia vontade de fazer nada e tudo era motivo de sofrimento. Sem enxergar uma luz no fim do túnel, passei meses no meu quarto sem sair para quase nada.
Minha mãe, que iniciou a prática budista em 1996, quando eu tinha 2 anos, jamais desistiu de me incentivar. Certo dia, ela sugeriu que eu participasse de uma reunião de palestra de bloco, e fui. Três semanas depois eu me encontrava em uma reunião de estudo no Centro Cultural do Rio de Janeiro. Havia algum tempo que estava afastado da BSGI. Então, assim que entrei no local, revivi muitas lembranças da minha infância, participando dos ensaios da banda Taiyo Ongakutai, e também dos encontros da Divisão dos Estudantes (DE) realizados nessa sede. Senti uma forte energia, a da órbita da Gakkai. Fiquei muito emocionado. No fim do dia, ao ouvir o maravilhoso relato de um veterano, decidi que era hora de me levantar, lutar em prol do kosen-rufu de forma ininterrupta e ser feliz de uma vez por todas.
Nova postura
Eu vinha de um ritmo profissional intenso, trabalhando com a dança (carreira que iniciei aos 19 anos) e fazendo vários shows com uma cantora. Eram mais de cinquenta eventos por mês e viajávamos para muitas cidades. Agora estava desempregado e numa realidade muito diferente. Por outro lado, tinha a chance de fazer minha revolução humana. Então, passei a frequentar as atividades budistas novamente, a recitar daimoku e a estudar o budismo, sem falhar na prática! Mudei minha postura e assumi a responsabilidade pela minha vida.
No bloco, realizei visitas de incentivo e me dediquei a ensinar o budismo para as pessoas. A alegria que sentia era tão grande que queria compartilhá-lo com todo mundo. Assim, eu me desafiei a concretizar dez shakubuku em 2018, com a decisão de transformar as questões que me faziam sofrer. Além disso, objetivei que a organização à qual pertenço se expandisse cada vez mais, sendo um exemplo positivo na localidade.
Recitava daimoku por duas, três horas todos os dias com o profundo sentimento de conduzir as pessoas à felicidade. E nos momentos mais difíceis, em que achava que não ia conseguir, recitava mais daimoku para dissipar a insegurança do coração.
No fim do ano [2018], com a luta conjunta da comunidade, dezoito pessoas receberam o Gohonzon, e no dia 5 de dezembro, concretizei meu décimo shakubuku. Tal como objetivei, transformei o sofrimento em felicidade.
Vencer sempre
Iniciei 2019 com um novo trabalho na dança, o qual me permitiria pagar um curso de edição de vídeo que eu queria fazer. Como tudo estava encaminhado, eu me acomodei. Isso mudou quando, ao término do contrato, não recebi o pagamento pelos meus serviços.
Em paralelo, na comunidade, as visitas haviam diminuído e os integrantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) tinham dificuldades para participar das reuniões. Ao conversar com os líderes, que recitaram daimoku comigo e me incentivaram com sinceridade, refleti: ter bons amigos que nos encorajem na fé é fundamental. E também, aquele era o momento para eu me desafiar, extrair meu potencial e renovar o juramento de viver em prol do kosen-rufu. Era hora de ir para a luta novamente!
A cada visita que fazia para os membros da comunidade, do Taiyo Ongakutai, grupo do qual sou integrante, e da Divisão dos Estudantes, da qual sou líder, voltava mais incentivado. Foi por meio desses esforços que criei condições para pagar meu curso. Ao me formar, consegui um estágio como editor de vídeo em uma grande emissora de TV. Além disso, voltei para a universidade após sete anos de matrícula trancada, agora cursando produção audiovisual.
Na organização, assumi a vice-liderança pela DMJ do Distrito Tijuca. Minha irmã, Amanda, ingressou no grupo Cerejeira e minha mãe e minha avó fortaleceram ainda mais a convicção no budismo.
Recentemente, meus pais, que seguem trabalhando em meio à pandemia por atuarem com jornalismo numa emissora de TV, testaram positivo para a Covid-19. Minha irmã e eu também apresentamos sintomas do coronavírus.
A prática budista nos permitiu vivenciar esse momento de incertezas com sabedoria. Não foram dias fáceis, mas o diferencial foi nossa fé no Gohonzon. Sem nos desesperar, vencemos esse desafio e nossa família se tornou mais forte e harmoniosa. Nessa luta, meu pai, depois de muitos anos, retomou a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Que vitória! Transformamos o veneno em remédio.
O presidente Ikeda conclama: “A ilimitada força do avanço, da felicidade e da vitória existe inerente à vida de vocês. Por esse motivo gostaria que desafiassem com coragem as suas próprias questões e estudassem e se fortalecessem. Quero que extraiam ao máximo a força da juventude”.1
Renovo a decisão de avançar ininterruptamente com o espírito de jamais ser derrotado. Vencerei em todas as frentes, tendo como base a prática da fé. E me dedicarei com todas as forças pelo kosen-rufu.
Renan Melchiades, 27 anos. Dançarino, compositor e editor de vídeos. Vice-resp. pela DMJ do Distrito Tijuca, CSMRJ.
Nota:
- IKEDA, Daisaku. Dedico aos Jovens de Juramento, p. 55.