ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL 06/11/2022 13h12 Por Tamires Ferreira
Brasil ocupa 10º lugar no ranking mundial dos países com mais nascimentos precoces
De acordo com o Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos, colocando o país em 10° lugar no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros.
O bebê é considerado prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gravidez — uma gestação completa varia entre 37 e 42 semanas. O nascimento antecipado é a principal causa de mortalidade infantil no mundo, levantando um alerta às famílias e à sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, suas causas e consequências.
Com a chegada do chamado Novembro Roxo, mês dedicado ao compartilhamento de informações sobre o tema, a ONG Prematuridade — única organização sem fins lucrativos nacional dedicada à causa — fez um levantamento onde mostrou que, para 95,4% dos brasileiros, as políticas públicas relacionadas à prematuridade devem ter alta prioridade, sendo 74,1% afirmando que essa priorização deve ser muito alta e 21,3%, alta. A Pesquisa de Opinião sobre a Prematuridade foi realizada de forma online, entre os dias 3 de agosto e 20 de setembro, e registrou 1.433 participações de pessoas de todo o Brasil.
“Nosso objetivo, com esse levantamento, foi avaliar a percepção e o grau de conhecimento das pessoas sobre o tema, já que estamos falando de um dos problemas sociais mais graves do país, que ainda é desconhecido por muitos”, afirmou a diretora-executiva da ONG, Denise Suguitani.
Reprodução/Foto-RN176 Imagem: shutterstok
Prematuridade e a desinformação
A pesquisa ainda evidenciou que 30% das mães e pais de bebês prematuros desconheciam totalmente o tema antes de eles mesmos passarem por essa experiência; 30% conheciam muito pouco e 28% possuíam praticamente nenhum conhecimento sobre o assunto. O estudo concluiu que, embora seja um problema de saúde pública, o tema também é cercado por desinformação.
“Aqueles pais de prematuros que responderam à pesquisa e que passaram pela experiência, disseram que antes de ter um prematuro tinham pouquíssimas informações a respeito disso. Então, quer dizer que a gente precisa falar mais durante o pré-natal, informar as mulheres em idade fértil, trazer o tema à tona para toda sociedade para que, caso venha a acontecer um parto prematuro, os riscos sejam menores, tanto para mãe quanto para o bebê”, destacou a diretora.
Fique sabendo surgimento da campanha como agir:
RN176; – Novembro Roxo: como prevenir a prematuridade?
Suguitani acrescentou que, ante aos dados, há também uma necessidade de reforçar a inclusão do tema da prematuridade na formação e na capacitação contínua de profissionais de saúde que atuam na fase anterior ao parto.
A análise também mostrou que a maioria dos participantes (55,6%) desconhecia o fato de que o parto prematuro é hoje a principal causa global da mortalidade infantil antes dos 5 anos. Já sobre o Brasil ser o 10º colocado no ranking mundial de partos prematuros, 64,6% desconhecem essa realidade, contra 35,4% que informaram ter ciência a respeito.
Reprodução/Foto-RN176 Imagem: shutterstock/nattanan726
Outro levantamento feito pela organização, em 2019, com mais de 4 mil famílias, identificou que o tempo médio de permanência do bebê prematuro na UTI neonatal, após o nascimento, é de 51 dias, ponto preocupante, já que isso pode afetar de forma irreversível o bebê e os pais.
“É uma situação que impacta diretamente a saúde pública e afeta, muitas vezes de forma irreversível, os pais e os bebês, tanto física quanto emocionalmente. Por isso, é cada vez mais evidente a necessidade de grandes campanhas de conscientização sobre o assunto, além de políticas públicas que visem a redução do número de partos prematuros, fortalecendo programas de educação sexual na adolescência, planejamento familiar e acompanhamento pré-natal de qualidade.”
Durante o mês de novembro, a ONG fará uma série de atividades, online e presenciais, em alusão à campanha mundial. Sob o slogan “Garanta o contato pele a pele com os pais do bebê prematuro desde o momento do nascimento”, a instituição pretende sensibilizar a população em geral, os parlamentares, os gestores públicos e as empresas. Para conferir a programação de ações da ONG, clique aqui.