O grande remédio benéfico para criar a paz

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  24/03/2022DIS 20:10

ENCONTRO COM O MESTRE

Mensagem enviada pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI),Dr. Daisaku Ikeda, para a 8ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai rumo ao centenário em 2030, realizada em conjunto com a 2ª Reunião de Líderes da Divisão dos Jovens, no Auditório Memorial Ikeda de Kanagawa, localizado em Tsurumi, Yokohama, província de Kanagawa, em 6 de março de 2022.

Reprodução/Foto-RN176 Ikeda sensei vem transmitindo a essência da relação de mestre e discípulo, sempre respeitando e encorajando os jovens. Aqui, ele dedica incentivos repletos de emoção aos companheiros que iniciam a nova escalada rumo ao cume do kosen-rufu (Centro Memorial Makiguchi de Tóquio, em Hachioji, out. 2007) Dr. Daisaku Ikeda, ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editorial Brasil Seikyo – BSGI

Aqui, em Kanagawa, local com o qual compartilho profundas relações, registrei as caligrafias Seigi (“Justiça”) e Kyosen (“Luta Conjunta”) em maio de 1979 [logo após deixar a terceira presidência da Soka Gakkai]. Para quem mostrei as caligrafias em primeiro lugar? Foi para os jovens, meus amados discípulos.

Depois de recitar gongyo com todos, orando com os corações unidos, disse-lhes: “Nos momentos difíceis, crio os jovens. Luto junto com os jovens. Em épocas tempestuosas, não há outra forma senão acreditar no poder de justiça dos jovens. Esse é o espírito de mestre e discípulo Soka”.

Não me esqueço até hoje dos olhos brilhantes de juramento dos jovens e das jovens naquela ocasião.

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Quero louvar do fundo do coração o entrelaçamento de justiça e de luta conjunta dos meus amigos da Divisão dos Jovens que enaltecem a reunião de líderes de hoje, unidos aos membros do planeta, celebrando o juramento seigan pelo kosen-rufu que é, em si, a paz mundial. Muito obrigado pelos esforços de todos!1

Agradeço também aos membros da família Soka que estão sempre orando pelo desenvolvimento e pela vitória dos jovens, apoiando-os de todas as formas, tanto de forma visível como invisível.

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Há um conto budista, “A Lamparina da Mulher Pobre”, citado por Nichiren Daishonin em seus escritos. Muitas chamas de lamparina oferecidas por célebres reis e milionários a Shakyamuni, que se encontrava no Monastério Jetavana, se apagavam todas ao amanhecer. Porém, somente as chamas oferecidas por uma mulher simples, anônima e sem posição social permaneceram acesas emitindo um brilho intenso sem se apagarem mesmo diante de uma forte ventania no Monte Sumeru.2 Por quê? Shakyamuni explica que essas chamas tinham sido acesas com sentimento de grandioso juramento de iluminar a escuridão dos seres vivos, com toda a pureza e sinceridade.

Relembrando, a manchete estampada na primeira edição inaugural do Seikyo Shimbun foi: “Levantam-se as chamas da tocha de Tsurumi”. Referia-se ao esplendor da vida que emanava dos membros pioneiros aqui em Tsurumi, Yokohama. O fogo sagrado do “Kosen-rufu, a Propagação Benevolente”3 mantido aceso até hoje com fé convicta das nobres mães e mulheres Soka haverá de se tornar “a chama da grandiosa boa sorte” que jamais se extingue mesmo diante das mais violentas ventanias. Não há dúvida de que Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lei, está claramente louvando-as.

São vocês, jovens sucessores do “azul mais azul que o anil”, que estão transmitindo ao coração de cada pessoa essa tocha da “Propagação da Grande Lei”,4 herdando-a com elevado orgulho. Essa é a eterna prática do respeito ao ser humano do bodisatva Jamais Desprezar5 que envia brilho da esperança às pessoas.

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Nesta época de crise em que o caos se aprofunda, creio que, especialmente na geração jovem, há muitos sofrendo seriamente com sentimento de insegurança, de solidão e de impotência diante da falta de perspectivas. Por isso mesmo, quão imensuráveis são a força, o ânimo e o calor humano da voz sincera e corajosa dos jovens Soka para revitalizar a vida das pessoas.

Nichiren Daishonin ensinou ao jovem Nanjo Tokimitsu que “A maneira para se tornar um buda facilmente não tem nada de especial. É como (…) acender fogo para uma pessoa que está morrendo de frio”.6

Reprodução/Foto-RN176 Caligrafias de Ikeda sensei apresentadas há quarenta anos, em 1982. Da dir. para a esq.: Soka Kokei Masurao (“Heróis Sucessores Soka”), Seishun Sachi no Hitomi (“Olhos Brilhantes da Juventude Feliz”) e Seimei Kosai no Kyoku (“Sinfonia do Esplendor da Vida”) – Editora Brasil Seikyo – BSGI

Como consta em Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente, quando se recita a Lei Mística (Nam-myoho-renge-kyo), transforma-se infalivelmente qualquer angústia da juventude e todos os sérios problemas da sociedade em energia para criar um novo valor, fazendo surgir as chamas da suprema sabedoria chamadas “desejos mundanos são iluminação” e “sofrimentos da vida e da morte são o nirvana”7 tal como se queima a lenha. Assim, pode-se iluminar de forma clara as trevas dos sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte de si e de outras pessoas, incorporando as nobres virtudes da eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza.8

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Há uma passagem dos escritos na qual Nichiren Daishonin afirma que, em uma “era de conflitos” quando muitos sofrimentos assolam sucessivamente as pessoas, “O remédio excelente e eficaz do Sutra do Lótus [Nam-myoho-renge-kyo] proporcionará a cura para todos esses graves males”.9

A Lei Mística é o remédio excelente e eficaz para conduzir os seres vivos, isto é, a humanidade, sem nenhuma discriminação, rumo à paz e à felicidade.

Pelo ideal da cidadania global, que considera a humanidade como uma única família, o desejo ardente de Toda sensei era de jamais permitir que os povos de quaisquer nações fossem empurrados para o abismo da infelicidade. A paz e a felicidade são o que pessoas de todos os países buscam. Desejo que, quanto maiores forem as provações, concentrem ainda mais a força e a paixão dos jovens cidadãos globais Soka e fortaleçam a oração de unicidade de mestre e discípulo para a paz e tranquilidade deste planeta em que nós, os emergidos da terra, nos reunimos. E, assim, realizem as palavras do Sutra do Lótus, “Esta, minha terra, permanece segura e tranquila”.10

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Às vésperas do dia 16 de março, Dia do Kosen-rufu, quero lhes dedicar novamente três caligrafias que registrei há quarenta anos (em 1982) quando iniciava a escalada da montanha do kosen-rufu do século 21 junto com os jovens.

Elas são: Soka Kokei Masurao (“Heróis Sucessores Soka”), Seishun Sachi no Hitomi (“Olhos Brilhantes da Juventude Feliz”) e Seimei Kosai no Kyoku (“Sinfonia do Esplendor da Vida”).

Oh, “Heróis Sucessores Soka”, que “descartam o superficial e buscam o profundo”11 e as irmãs Kayo, com os “Olhos Brilhantes da Juventude Feliz”, ampliem o corajoso bailar da revolução huma­na juntos com os preciosos companheiros de 192 países e territórios, com espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”. E, assim, vamos tocar a sinfonia da paz do “Esplendor da Vida” no coração de toda a humanidade da família global.

Reprodução/Foto-RN176 Diante de qualquer obstáculo e barreira, avancem com a disposição dos jovens! A Orquestra de Sopros Glória Soka do Ongakutai e a Orquestra de Sopros de Kanagawa, Saitama e Chiba apresentam majestosamente a abertura de Cavalaria Ligeira, de Franz Suppé. Fazem reverberar o som místico a encorajar o coração dos companheiros (gravado no Centro Musical Soka dos Jovens no mês passado) – Editora Brasil Seikyo – BSGI

No topo: Ikeda sensei vem transmitindo a essência da relação de mestre e discípulo, sempre respeitando e encorajando os jovens. Aqui, ele dedica incentivos repletos de emoção aos companheiros que iniciam a nova escalada rumo ao cume do kosen-rufu (Centro Memorial Makiguchi de Tóquio, em Hachioji, out. 2007)

Notas:

  1. Na reunião, foi exibido um vídeo com a apresentação de 3 mil componentes da Divisão dos Estudantes e da Divisão dos Jovens do Japão e do mundo entoando a canção Jovens, Escalem a Montanha do Kosen-rufu. A canção foi intercalada com videoclipes de membros compartilhando manifestações de esperança e decisão. Houve também apresentação com bandeiras realizada pelos grupos musicais e pela banda feminina Kotekitai.
  2. Monte Sumeru: De acordo com a antiga cosmologia indiana, essa montanha se localiza no centro do mundo. cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 356, 2018.
  3. Trecho da inscrição no “Gohonzon de Consagração Permanente da Soka Gakkai” (Soka Gakkai Joju Gohonzon): “Grande Desejo pela Concretização do Kosen-rufu, a Propagação Benevolente da Grande Lei”.
  4. Veja a nota 3.
  5. Bodisatva Jamais Desprezar: Aparece no capítulo 20, do Sutra do Lótus, “Bodisatva Jamais Desprezar”. Esse bodisatva, que era Shakyamuni em uma existência passada, viveu no final dos Médios Dias da Lei após a morte do buda Rei do Som Imponente. Ele se curvava em reverência diante daqueles com quem se encontrava dizendo: “Eu os reverencio profundamente, jamais ousaria tratá-los com desdém ou arrogância. Por quê? Porque todos estão praticando o caminho do bodisatva e infalivelmente atingirão o estado de buda” (Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras[Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 308). Entretanto, ele era atacado por arrogantes monges, monjas, leigos e leigas, que batiam nele com varas e bastões, e lhe atiravam pedras e pedaços de telha. O sutra explica que, por causa dessa prática, o bodisatva Jamais Desprezar alcançou o estado de buda.
  6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 353, 2019.
  7. cf. The Record of the Orally Transmited Teachings[Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 10-11.
  8. Ibidem, p. 90.
  9. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 142, 2019.
  10. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras[Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 272.
  11. cf. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 422, 2014.