O planeta Terra é nosso palco! Avancemos juntos, ecoando as vozes de encorajamento

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  07/07/2023 10:08                                                                        ENCONTRO COM O MESTRE                                                                                                                                    Por Dr. Daisaku Ikeda                                    

Ensaio da série “Irradie a Luz da Revolução Humana”.

 

Reprodução/Foto-RN176 Alegria do reencontro do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, com o Dr. J. Forbes Munro da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Nesse dia, Ikeda sensei oferece-lhe um poema, e o chama de “meu amigo íntimo” (Tóquio, maio 2007). Dr. Daisaku Ikeda  é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Fotos: Seikyo Press / BS

Nada é tão forte quanto o desafio dos jovens e suas asas criativas. Sem se intimidarem diante dos ventos furiosos de qualquer época, os jovens alçam novo voo com força, inteligência e paixão.

Quando o grandioso pai da Soka Gakkai, primeiro presidente Tsunesaburo Makiguchi, lançou ao mundo sua grande obra criativa Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana], que defende a paz, a coexistência e o humanismo, em 1903, ano anterior à Guerra Russo-Japonesa, ele era um jovem de 32 anos. Este ano completam-se 120 anos desde a publicação dessa edição.

Cada vez que se abre e se lê essa obra, o coração se expande em uma escala majestosa.

O jovem Makiguchi mostrou que os indivíduos são “cidadãos locais”, os quais firmam raízes em sua localidade; “cidadãos do país” e; ao mesmo tempo, “cidadãos globais”, que não se prendem à estreita visão do nacionalismo. Além disso, lançando luz sobre a profunda relação entre o ser humano e o funcionamento do Universo, tais como o Sol, a Lua e as estrelas, ele discerniu de forma aguçada posicionando as atividades da sociedade e da indústria como fenômenos da vida humana que têm o planeta Terra como palco.

Hoje, herdando o espírito de Makiguchi sensei, os cidadãos globais Soka emergidos da terra, que surgiram bailando no palco do nosso planeta, hasteiam o Budismo do Sol e dissipam a escuridão dos sofrimentos da atualidade.

Neste mês e no anterior [maio e junho de 2023], na nossa vizinha Coreia do Sul e nos Estados Unidos, no Brasil, na Argentina e em cada país e localidade pulsam uma refrescante vida de esperança e de alegria que reverbera os sinos da nova era do kosen-rufu mundial.

Pode-se dizer que cada um desses cenários representa o emocionante drama da canção triunfal do povo que comprova os princípios de “prática da fé é a própria vida diária” e do “budismo é a própria sociedade”, tendo o planeta Terra como palco. Como Makiguchi sensei deve estar feliz pela maravilhosa expansão dos jovens emergidos da terra!

Orando e apoiando o desenvolvimento

Em qualquer país ou localidade, por trás do desenvolvimento das jovens vidas há o apoio e a oração dos nobres veteranos. É a abertura do caminho que se relaciona diretamente com o coração do mestre, Josei Toda, que bradou: “Criemos as pessoas! Esse é o melhor caminho para a vitória que se liga ao futuro”.

Em sintonia com o crescente desenvolvimento dos sucessores no mundo, atualmente, no Japão, temos, entre outros:

A rede harmoniosa da Divisão das Mulheres que avança com as irmãs Kayo na vanguarda e a geração das jovens “lírios-brancos” [grupo de jovens senhoras da Divisão das Mulheres]!

A refrescante vitalidade que transborda na Academia da Divisão Masculina de Jovens em sua luta e em seu treinamento conjunto!

A confiança e a originalidade criativa que brilham nos responsáveis pela Divisão dos Estudantes!

Meu dia a dia, junto com minha esposa, é o de enviar daimoku de profunda gratidão.

A tradição de renomada universidade

Há cerca de trinta anos (1994), no mês de junho, fui convidado pela renomada Universidade de Glasgow, do Reino Unido, a visitar a instituição. Houve uma solene cerimônia em que tive a honra de receber o título de doutor honoris causa. Foi o Dr. J. Forbes Munro (na época, presidente do Conselho Universitário) que, ao ler a carta de recomendação para minha indicação, fez ressoar por várias e várias vezes o nome do meu mestre, Josei Toda, no Bute Hall. O Dr. Munro concluiu sua fala recitando o poema Catarata, que havia redigido para representar a Cachoeira Oirase, na província de Aomori, região de Tohoku: “Intenso como a catarata / … / Radiante como a catarata / Imponente como a catarata / …”. Até hoje aquela voz profunda não se afasta do meu coração.

O Dr. Munro era uma figura de destaque da história da eco-nomia africana e, ao mesmo tempo, um modelo para os educadores humanistas que amam os alunos. Mesmo em relação aos estudantes intercambistas da Universidade Soka, ele os treinava, valorizando-os como se fossem seus próprios filhos, junto com sua esposa.

Reprodução/Foto-RN176 Alegria do reencontro do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, com o Dr. J. Forbes Munro da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Nesse dia, Ikeda sensei oferece-lhe um poema, e o chama de “meu amigo íntimo” (Tóquio, maio 2007). Dr. Daisaku Ikeda  é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Fotos: Seikyo Press / BS

O nome de uma personalidade que o Dr. Munro citava como orgulho da Universidade de Glasgow é o do “pai da economia”, que foi também professor dessa instituição, Adam Smith (1723–1790). Neste ano, recebemos o 300º aniversário de seu nascimento.

Mesmo em meio aos intensos afazeres da escrita e da publicação de sua histórica e renomada obra Teoria dos Sentimentos Morais, Smith revelou seu real sentimento: “Nada é mais sagrado do que me esforçar ao máximo como membro desta universidade para servir aos estudantes”.1 Ele não tinha a menor formalidade e não demonstrava ar de intelectual. Diz-se que ele vivia alegremente junto com os estudantes, e era alguém que, sem se poupar, descobria e desenvolvia as sementes do talento.2

Nossa Universidade Soka do Japão, como também a da América, está expandindo ainda mais os intercâmbios acadêmicos e educacionais, fortalecendo o espírito de “estudante em primeiro lugar”. A rede de sabedoria e de confiança interligando as universidades do mundo nada mais é que a fonte de luz da esperança a iluminar o futuro pacífico dos cidadãos globais.

O grande coro em um só coração

No local em que se reúnem, crescem e desenvolvem vidas da juventude há sempre uma canção.

Nos dias atuais, membros de todo o mundo estão avançando imponentemente juntos com alegres canções.

Na SGI-Europa, que há alguns dias iniciou nova partida, há a nova canção Sun Rises in My Heart [O Sol se Levanta em Meu Coração]. Na SGI-Índia, que expande a grande rede da esperança, são entoadas muitas canções. Uma das mais representativas é I am That One Disciple [Eu Sou esse Único Discípulo].

“Esse único discípulo” é a resposta às palavras do mestre de que “a existência de um único discípulo verdadeiro realiza sem falta o kosen-rufu”.

De fato, agora, uma multidão de “valores humanos”, alegre e saltitante, baila animadamente tal como na assembleia do Sutra do Lótus

Nas canções da Soka Gakkai do Japão, e dos membros do mundo, pulsa o espírito de mestre e discípu-lo e contém a mensagem do desejo pela paz e felicidade.

Para minha alegria, as vozes animadas do coral da Divisão dos Estudantes, nosso tesouro, reverberam novamente de forma sábia e alegre em cada localidade.

Recordo-me de ter recebido ilustres visitantes do mundo junto com os companheiros do coral da Divisão dos Estudantes. Eles aprendiam e treinavam com todas as forças a canção entoada nos países desses visitantes e cantavam maravilhosamente na língua deles. Com um sorriso, os visitantes chegavam a cantarolar juntos.

Certa vez, um líder jovem, que se dedica atualmente à diplomacia civil e atua como um responsável pela Divisão dos Estudantes como ex-integrante do coral, relatou-me suas lembranças da participação em uma conferência internacional pela paz na Mongólia.

No último dia da conferência, o interior do traslado se tornou o local de animada cantoria. Ele cantou ardentemente, na língua deles, as músicas populares da Mongólia e da Índia que havia entoado como membro do coral por ocasião da recepção aos convidados junto comigo. Então, todos começaram a cantar alegremente formando um grande coro.

Superando as diferenças de nacionalidade, de posição e de opinião, uniram os corações. Ele conta que sentiu, mais uma vez, que “a música era a suprema arma para a paz”.

“Corra em prol do kosen-rufu

Em breve, receberemos o dia 30 de junho, data de fundação da Divisão dos Universitários [do Japão].

O desafio do “kosen-rufu mundial”, do “rissho-ankoku” e da “perpetuação da Lei” que almejamos é uma longínqua jornada a continuar pelos dez mil anos e mais, por todo o futuro, dos Últimos Dias da Lei.

A caminhada do kosen-rufu, de contínuas batalhas contra os “três poderosos inimigos” e contra os “três obstáculos e quatro maldades” não poderia ser nada fácil. Em especial, a Divisão dos Universitários nasceu em meio às ondas furiosas do Incidente do Sindicato dos Mineradores de Carvão de Yubari e do Incidente de Osaka no ano 1957. Essa relação cármica é demasiadamente profunda e essa missão é por demais grandiosa.

Foi em 30 de junho de 1978, no 21º aniversário de fundação, que ofereci aos jovens talentos a canção dos universitários Kofu ni Hashire [Corra pelo Kosen-rufu], de profundas recordações. Quando foi anunciada na reunião de líderes, rea-lizada no Centro Cultural de Arakawa, houve uma explosão de alegria, e o fato de termos cantado juntos por doze vezes é inesquecível.

Até hoje, muitos companheiros vieram percorrendo uma juventude valorosa junto com essa canção: “A minha vida é o kosen-rufu”.

“Nós nos levantamos na vasta planície / visando dez mil milhas, o corcel branco corre imponentemente…”

Na época atual, entoando altivamente essa canção dos universitários, os integrantes das Divisões dos Universitários e das Universitárias estão percorrendo as localidades, empenhando-se sinceramente nos diálogos corajosos. Quão digna e gloriosa é essa luta!

Reprodução/Foto-RN176 Solene cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade de Glasgow. O Dr. Munro profere a leitura da carta de recomendação para a indicação de Ikeda sensei (Bute Hall, Glasgow, Reino Unido, jun. 1994)

A vocês, de sabedoria resplandecente, quero dedicar novamente as palavras que ofereci aos companheiros da Divisão dos Universitários da época: “Agora é a vez de vocês. Confio-lhes o século 21”.

A canção de luta conjunta em cada localidade

Em 1987, quando nasceu a música Kofu ni Hashire, em meio às furiosas tempestades da primeira problemática do clero, compus muitas canções para as províncias e as regiões com o desejo de encorajar os nobres companheiros que lutavam heroicamente. Como canções das regiões, temos:

Josho no Sora [Céu de Contínuas Vitórias] de Kansai.

Jiyu no Sanka [Hino dos Emergidos da Terra] de Chugoku.

Warera no Tenchi [Nosso Céu e Terra] de Shikoku.

Hi no Kuni no Uta [Canção da Terra do Fogo] de Kyushu.

Kono Michi no Uta [Canção desta Estrada] de Chubu.

Aa Kangeki no Doshi Ari [Ah, Companheiros de Emoção] de Tóquio.

Aoba no Chikai [Juramento das Folhas Verdes] de Tohoku.

Aa Seigan no Uta [Ah, Canção do Juramento Seigan] de Hokuriku.

Aa Kyosen no Uta [Ah, Canção da Luta Conjunta] (revisada mais tarde e denominada San Daijo no Uta [Canção do Castelo de Três Mestres] de Hokkaido, onde confiei as transbordantes emoções.

E, ainda, para as regiões de Kanto, Tokaido, Shin’etsu e Yamanashi, ofereci as canções de cada província. Em Okinawa, há a adorável canção que entoamos juntos diversas vezes: Okinawa Kenji no Uta [Canção dos Jovens Robustos de Okinawa].

Criei também a música do distrito, da organização de base. É a canção Kitamachi Kofu [Kosen-rufu de Kitamachi] da região de Kitamachi, no distrito de Nerima, em Tóquio. Na letra dessa canção, registrei: “Caminho que trilhamos, eu e você”. O caminho a ser trilhado na localidade é o “caminho dourado” onde percorrem o mestre e o discípulo. E, na conclusão, escrevi “Edifiquemos juntos”, imbuído do sentimento de realizar o kosen-rufu da localidade junto comigo, com espírito indomável de não ser derrotado.

O Pico da Águia se encontra aqui

O buda Nichiren Daishonin indicou solenemente: “Seja qual for, o local em que se pratica o veículo único do Nam-myoho-renge-kyo torna-se o Pico da águia, a Capital da Luz Eternamente Tranquila”.3

O Pico da Águia não se encontra em algum lugar longínquo. A terra onde se levanta agora para cumprir sua missão é o Pico da Águia e a Capital da Luz Eternamente Tranquila. É a fonte de energia do kosen-rufu mundial. O ato de definir concretamente essa determinação em sua vida é a própria prática da fé.

Deve-se recitar daimoku do juramento seigan para a expandir o kosen-rufu e para ampliar o diálogo da coragem e da esperança. Nossa vida é a própria vida do Buda.

Por essa razão, quaisquer que sejam os obstáculos e as maldades que surjam competindo entre si, não há por que deixar de realizar a transformação do destino. Não será derrotado em hipótese alguma. Não será destruído por nada, e jamais será violado.

O verdadeiro palco para edificar essa condição de felicidade absoluta são nosso honroso distrito e nossa comunidade.

Na vanguarda da nova era

Receberemos o mês de julho, o mês dos jovens.

Em particular, neste ano, completam-se oitenta anos desde a perseguição sofrida por Makiguchi sensei e por Toda sensei em decorrência das opressões do governo militarista, com a prisão deles em 6 de julho de 1943.

Na obra Jinsei Chirigaku, visualizando o rumo da humanidade, Makiguchi sensei clamou pela grande transformação da “competição militar”, da “competição política” e da “competição econômica” para “competição humanística”. Os jovens Soka são aqueles a se tornar vanguardistas nessa corrida humanística e da justiça.

Reprodução/Foto-RN176 O início do verão [japonês] é a estação das rosas. Elas desabrocham com elegância. Banhadas pelos raios solares, as flores parecem sentir-se confortáveis. Ao lado, foto tirada por Ikeda sensei, em Tóquio, no mês de maio deste ano [2023]

Em uma passagem dos escritos enviada para a monja leiga Myoshin, que perseverava com uma fé límpida, Daishonin afirma:

Este ideograma myo é a lua, é o sol, são as estrelas, é um espelho, são as roupas, a comida, as flores, a grande terra e o grande mar. Todos os benefícios juntos formam o ideograma myo. Além disso, é a joia da realização dos desejos.4

Cidadãos globais emergidos da terra que abraçam e praticam o supremo princípio dos “três mil mundos num único momento da vida”, com o ritmo sonoro da Lei Mística que atravessa a vida e o universo, transformem sua condição de vida e a dos outros, unam-se em rede de solidariedade conjunta e conduzam a sociedade global rumo à paz!

Avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro!

Publicado no Seikyo Shimbun de 27 de junho de 2023.

Notas:

  1. Incluída na Coleção de Cartas dos Pensadores Britânicos — Adam Smith. Tradução para o japonês: Hisashi Shinohara. Grupo de Publicações da Universidade de Nagoya.
    2. PHILLIPSON, N. Adam Smith e sua Época. Ttradução para o japonês: Daisuke Nagai. Editora Hakusui-sha.
    3. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 811.
    4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 879-880.

Fotos: Seikyo Press