ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 19/06/2021 08:00
CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
Capítulo “Grande Montanha”, volume 30
PARTE 29
Na tarde de 13 de abril de 1979, dia posterior ao do encontro com Deng Yingchao no Akasaka Palace, Shin’ichi Yamamoto dialogou com Konosuke Matsushita, fundador da Matsushita Electric Industrial Company [atual Panasonic Corporation], no bairro de Shinjuku, em Tóquio.
Ele ponderava que devia transmitir sua intenção de renunciar à presidência também para o ancião Matsushita, com quem vinha cultivando profunda relação de amizade:
— Em prol das futuras gerações e do futuro, estou pensando em renunciar ao cargo de presidente e trabalhar a partir de agora em outra posição.
O ancião Matsushita não procurou saber os detalhes. Direcionou-lhe o sorriso e disse:
— Compreendo. Quer dizer que renunciará ao cargo de presidente. Acredito que o mais extraordinário é ter uma vida da qual possa se orgulhar e elogiar a si mesmo.
Foram palavras simples, mas de profundo significado. Posição, opinião dos outros e o que pensam de nós ou como nos avaliam são insignificantes. Uma existência fiel e sincera às suas convicções é o caminho de um vencedor como ser humano.
Nesse dia, Shin’ichi Yamamoto seguiu para o Centro Cultural de Kanagawa, que havia sido concluído na cidade de Yokohama, província de Kanagawa. Era para participar do Gongyo Comemorativo de inauguração, a ser realizado no dia seguinte, 14 de abril. Ele chegou ao novo castelo da Lei pouco depois das 20 horas.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração – Editora Brasil Seikyo – BSGI
O centro cultural era um prédio de dez andares na superfície e dois andares no subsolo. Suas paredes externas de tijolo vermelho concebiam um aspecto solene e exótico.
O falecido mestre Josei Toda havia proferido a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, em 8 de setembro de 1957, no “Festival dos Jovens”, encontro esportivo do leste do Japão, que aconteceu no Ginásio de Mitsuzawa, na cidade de Yokohama, província de Kanagawa. Ou seja, Kanagawa é a terra do ponto primordial do movimento pela paz da Soka Gakkai.
Em frente ao centro cultural estava o parque Yamashita e, mais além, havia o porto de Yokohama. Uma bela faixa se formava com as luzes dos barcos que balançavam e com a iluminação da cidade que pareciam joias de adorno. Shin’ichi considerou esse centro cultural à altura do anúncio do novo zarpar Soka, que concluía o soar dos “Sete Sinos”, e seguiria em sua grande navegação da paz e da cultura.
O som do apito do trem ecoou ao céu estrelado. Ele sentiu que a manhã do novo renascimento estava próxima.
PARTE 30
O Gongyo Comemorativo de inauguração do Centro Cultural de Kanagawa foi realizado no dia 14 de modo resplandecente em meio à alegria dos companheiros em duas sessões, à tarde e à noite. Shin’ichi Yamamoto participou de ambas, manifestou sua mais elevada gratidão pelos árduos esforços dos companheiros até aquele momento e dedicou todas as suas forças para incentivá-los.
Nessa atividade, ele relatou sua saudosa recordação de quando participou pela primeira vez numa reunião de palestra da cidade de Yokohama, província de Kanagawa:
— Acredito que foi há trinta anos (1949). Na época, eu estava com 21 anos. O local da reunião de palestra era a residência de um líder que ficava próxima à estação de Kokudo da Linha Tsurumi da Ferrovia Nacional (atual JR). Lá, participaram cinco convidados. Estavam presentes não só jovens, mas senhoras e senhores de idade. Como jovem, contei meu relato de experiência com toda a disposição, e com base nas orientações do meu mestre, Josei Toda, transmiti com grande convicção a grandiosidade do Budismo de Nichiren Daishonin. Recordo-me de que todos os cinco convidados decidiram ingressar na Soka Gakkai.
A maior força para a propagação do budismo é, além de uma rica experiência de vida, naturalmente, a convicção no Gohonzon e a seriedade em desejar a felicidade do outro. Por isso, mesmo sendo jovem, as palavras repletas de convicção e de consideração ecoam na vida das pessoas e proporcionam o entendimento.
— Corri, incansavelmente, também aqui em Kanagawa, e me dediquei à propagação do budismo, às explanações nas comunidades e às orientações individuais. Tudo isso se tornaram alegres e significativas recordações da minha juventude. E as pessoas que se empenharam nas atividades junto comigo ficaram profundamente registradas em meu coração como companheiros inesquecíveis e insubstituíveis.
Shin’ichi pensou: “Quando a minha renúncia à presidência for anunciada, sem dúvida não será pouca a surpresa de todos. No entanto, independentemente do que ocorra, não posso permitir que a fé se abale o mínimo que seja. Para isso, preciso bradar continuamente para que estabeleçam uma fé resoluta e imutável”.
Ele continuou a explicar:
— Mesmo na Soka Gakkai existem várias oportunidades de mudança e fases a serem superadas. Qualquer que seja o momento, o ponto primordial para o qual devemos retornar é o “espírito do levantar-se só” proferido pelo primeiro presidente Makiguchi, e o grande espírito do kosen-rufu.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.