ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 15/08/2020 05:50
CADERNO NOVA REVLUÇÃO HUMANA
Capítulo “Origem”, volume 29
PARTE 15
Ouvindo as palavras do vice-reitor Mehrotra, Shin’ichi ponderou: “A Índia atual se encontra ainda em fase de desenvolvimento. Entretanto, os olhos das pessoas brilham e quando elas trocam palavras, o sorriso floresce. Isso não é uma indicação da riqueza dos corações? De agora em diante, a industrialização e a modernidade deverão avançar de forma acelerada na Índia. Porém, essa tendência pode levar, de um lado, ao progresso e, do outro, à maior diferença entre ricos e pobres, além de arrebatar a riqueza do coração das pessoas. Como evitar essa tendência será a grande questão daqui para a frente. Para tanto, a filosofia de vida do budismo deverá ser algo imprescindível”.
O vice-reitor referiu-se, então, à doação de livros à biblioteca que ele considerou como um “oferecimento valoroso”. Manifestando seu sentimento de gratidão, ele intensificou sua voz:
Reprodução/Foto-RN176 Desenho humano de ilustração Editora Brasil Seikyo – BSGI
— Mas, mais que a doação de livros, sinto gratidão pelo fato de o presidente Yamamoto ter visitado essa universidade.
A verdade do ser humano se manifesta nas ações. O ato de promover o encontro, deslocando-se pessoalmente até a localidade, gera a amizade. Em meio ao acúmulo dessas ações, estabelece-se um forte laço de confiança e de fidelidade.
Na sequência, Shin’ichi manifestou seus cumprimentos. Ele afirmou que o intercâmbio educacional com a Universidade de Délhi era um desejo seu para descortinar o intercâmbio da paz e da cultura entre Japão e Índia. Disse que não haveria alegria maior se aquela doação de livros tivesse alguma utilidade para eles e contribuísse para o progresso do intercâmbio mútuo entre os dois países. Então, expressou sua crença:
— A educação é a fonte básica para edificar a sociedade pacífica do século 21. Por isso mesmo, devemos empenhar esforço no intercâmbio educacional e cultural, mais que no âmbito político e econômico. Essa é minha convicção. Nas diretrizes da Universidade Soka fundada por mim consta: “Seja o berço da construção da nova cultura” e “Seja a fortaleza a proteger a paz da humanidade”. E tendo o dia de hoje como ponto de partida, vamos aprofundar cada vez mais o intercâmbio com a Universidade de Délhi. Concluo meus cumprimentos, manifestando o desejo de assim construir a indestrutível “ponte da cultura e da paz” entre Japão e Índia.
PARTE 16
Em seguida, Shin’ichi fez a entrega ao vice-reitor Mehrotra de uma parte da doação dos mil livros sobre natureza, ciências sociais, literatura e arte junto com uma relação completa das obras.
Por fim, o diretor da biblioteca A. P. Srivastava levantou-se e expressou profunda gratidão pela doação dos livros, com imensa alegria: “Com certeza, essa doação se tornará uma força básica para o intercâmbio mútuo daqui para a frente”.
Ele contou ainda um episódio sobre livros e publicações que circula na Índia:
“Na antiguidade, um alto sacerdote da China veio estudar em uma universidade budista em Nalanda. Ao concluir seus estudos, ele resolveu voltar para seu país portando livros. A universidade ofereceu dez assistentes para ajudá-lo. Na viagem de volta, ao atravessar um rio, o barco em que estavam começou a afundar devido ao peso das obras. Para aliviar o peso da embarcação, o alto sacerdote disse para jogar fora os livros. Um dos ajudantes indianos pulou no rio decidido a atravessá-lo a nado para proteger os preciosos volumes. Então, mais cinco assistentes fizeram o mesmo e, assim, os livros chegaram intactos à China”.
Era uma história que retratava o espírito das pessoas da Índia em valorizar altamente as obras.
Os livros são o tesouro do conhecimento e a luz da sabedoria.
O diretor da biblioteca disse também que ficou profundamente impressionado ao tomar conhecimento de que a palavra “Soka”, de Soka Gakkai, possuía o significado de “criação de valor”. Para ele, a criação de valor era imprescindível aos mais diversos temas da universidade nos dias atuais, tais como a solução dos problemas da poluição, o estabelecimento da felicidade e a erradicação das hostilidades. Afirmou ainda que, em um passado longínquo, o Buda já havia indicado a direção para resolver esses problemas e que em seus ensinamentos se encontrava a fonte para uma nova criação de valor. Louvou o fato de a Soka Gakkai desenvolver atividades com base nesse budismo e manifestou sua expectativa nos intercâmbios culturais e educacionais entre Japão e Índia a se realizarem dali em diante.
Shin’ichi sentiu a enorme expectativa dos intelectuais da Índia pela Soka Gakkai e refletiu sobre a seguinte passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: “O sol nasce no leste, um sinal auspicioso de que o budismo do Japão retornará à terra da lua [a Índia]”.1
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.
Nota:
- WND, v. II, p. 936.