Odaxelagnia: entenda o fetiche que surpreendeu Andressa Urach

ROTANEWS176 E POR SAÚDE EM DIA 14/03/2023 20:36                                                                                          Por Milena Vogado

Em entrevista a podcast, a modelo lembrou da época em que foi acompanhante de luxo, e contou sobre um cliente com odaxelagnia.

 

Reprodução/Foto-RN176 Odaxelagnia: entenda o fetiche que surpreendeu Andressa Urach – Foto: Reprodução Instagram (@andressaurachoficial)

Em entrevista ao podcast Inteligência Limitada, Andressa Urach relatou ter se surpreendido com o fetiche de um antigo cliente. Segundo a modelo, o homem pagou R$ 7 mil por um encontro na época em que ela era acompanhante de luxo. Quando se encontraram, Urach descobriu que ele tinha odaxelagnia – fetiche que consiste em sentir prazer sexual ao morder ou ser mordido pelo parceiro.

“Ele tinha uma tara. Só não vou contar quem é ele para não expô-lo, mas ele mordia a minha cabeça [tão forte] que quase tirou sangue. Doeu, mas não [pedi para parar]”, contou Andressa durante o podcast.

O que é a odaxelagnia?

A odaxelagnia é uma prática sexual mais comum do que muitos imaginam, aponta a psicanalista Dra. Andréa Ladislau. “Ela se caracteriza por mordidas aplicadas durante o ato sexual. O prazer se atenua com as mordidas e a visualização das marcas deixadas em diversas partes do corpo do outro”, explica.

O fetiche é considerado uma parafilia — termo psiquiátrico que engloba padrões sexuais fora da norma, isto é, que não são comuns para a maioria da população. Andréa cita diferentes exemplos de parafilias:

  • Exibicionismo (necessidade de se expor durante o ato sexual);
  • Voyeurismo (desejo de espiar ou ver uma prática sexual);
  • Gerontofilia (sexo com idosos);
  • Lactofilia (prazer no sexo com mulheres em fase de amamentação);
  • Peluchofilia (sexo ou masturbação com bichos de pelúcia);
  • Narratofilia (prazer em ouvir palavras obscenas de forma constante durante o sexo)
  • Dendrofilia (prazer em introduzir frutase vegetais durante o ato sexual), entre outros.

Além desses, a pedofilia também é considerada uma parafilia. Mas, diferente dos outros fetiches exemplificados por Andréa, ela configura violência e crime.

O consentimento é inviolável

“Não é um problema fugir da normalidade, dos padrões e regras estabelecidas durante um ato sexual. Desde que, haja consentimento entre os parceiros e não seja uma prática que venha a ferir os limites do outro, através de imposições, atos agressivos ou mesmo de opressão e violência psicológica. Se existe a obtenção do prazer consensual, sem excessos e sem associação a transtornos destrutivos, não existe qualquer restrição”, destaca Andréa.

A psicanalista afirma que é preciso haver uma abertura de diálogo entre as partes, na qual se deve verbalizar o que agrada e o que não agrada no sexo. “O respeito aos limites do outro é fundamental para que, durante e depois do ato sexual, impere apenas o prazer e não a dor, o desconforto, o desrespeito e, principalmente, a violência, seja ela psicológica ou corporal”, ressalta.

Além disso, a psicanalista acrescenta que, se não houve previamente um consenso de até onde se pode ir em relação a uma prática, ao longo do ato é preciso verbalizar e dizer “não” quando seus limites estiverem sendo invadidos e extrapolados. “Permitir, se calar e não colocar os devidos limites no momento exato, poderá gerar transtornos e conflitos emocionais futuros e, muitos deles irreversíveis”, alerta.

Transtornos paralíficos

A odaxelagnia não é uma doença, mas outros fetiches podem se tratar de uma patologia — são os chamados transtornos parafílicos. “São desejos pelo sexual anormal em forma de compulsão e que geram uma necessidade extrema a ponto de causar sofrimento. Eles se configuram como doença quando entra em cena o exagero e o desenvolvimento dessas compulsões que extrapolam os limites e a individualidade de cada um”, esclarece a profissional.

Ou seja, algumas parafilias podem levar o indivíduo a desenvolver compulsões que são classificadas como transtornos, explica Andréa. É o que acontece quando, por exemplo, a necessidade de diversificar o hábito sexual, para fugir do senso comum, leva os indivíduos a praticarem sexo com animais, cadáveres ou mesmo seres desprovidos de consciência mental ou sexual, aponta a especialista.

Ela reforça que a pedofilia, que é crime, requer uma atenção especial. “Além dos atos sexuais que provocam o despertar para agressões, violências e a intensificação de impulsividades compulsivas relacionadas à sofrimentos emocionais severos”, acrescenta.

Sem tabus

Andréa lembra que a prática sexual promove diversos benefícios ao corpo e à mente. “O sexo acaba sendo uma válvula de escape das tensões, trazendo inúmeros benefícios hormonais, mentais, fisiológicos e sociais para o ser humano, além de ajudar a não surtar com as pressões diárias, aumentando a autoestima e estimulando o autoconhecimento do corpo e das emoções”, afirma.

No entanto, cada indivíduo deve cuidar de seus excessos, adotando uma prática do sexo consciente e seguro para ambos parceiros, se libertando dos tabus e permitindo-se sentir desejo, destaca a profissional.

“Desejar e se sentir desejado, sem culpa. Explorando fantasias e entendendo que o sexo, a sexualização racional e o orgasmo como mecanismos de auxílio de seu bem estar e de sua satisfação, sem preconceitos, podem desenvolver ainda mais a maturidade emocional. Porém, sempre com muita cautela, responsabilidade, respeito aos desejos e limites do (a) parceiro (a). Sem extrapolar e sem excessos para não desenvolver transtornos sexuais indesejados que podem fechar as portas para uma vivência do prazer íntimo e pessoal saudável e necessário a todo e qualquer ser humano”, conclui.

Mais notícias sobre:Andressa Urachdestaquefetiche sexualodaxelagniasexotrends