ROTANEWS176 19/10/2024 18:30 Por Vanessa Barone
RN176 Washington Olivetto era publicitário brasileiro, responsável por algumas das campanhas mais importantes da propaganda nacional. Único publicitário não anglo-saxão, que não pertencia aos grandes publicitários do mundo ( continente americano que inclui os Estados Unidos e o Canadá)
Se o primeiro sutiã a gente nunca esquece, o primeiro comercial de TV que abordou o tema com a delicadeza que ele merecia, também não.
Foi o caso do filme Meu Primeiro Sutiã, criado para a marca Valisère, em 1987, sob direção de Washington Olivetto.
O publicitário paulistano, que conquistaria o Leão de Ouro em Cannes (apenas um dos cinquenta prêmios amealhados no prestigiado festival francês) pelo filme — que falava sem tabu sobre a intimidade feminina —, morreu domingo (13), no Rio de Janeiro, anos 73 anos. Um dos maiores nomes do setor, Olivetto marcou uma época considerada de ouro para a publicidade nacional, com comerciais bem-humorados, que falavam diretamente ao consumidor — sem formalidades ou artificialismos.
Em uma entrevista ao jornal Meio & Mensagem, em 2016, ele falou sobre sua obsessão: fazer a propaganda entrar para a cultura popular do país.
“Sempre procurei transformar o consumidor em mídia”, disse o publicitário, que já criava filmes “virais” quando o termo nem existia e a internet era apenas um sonho futurista.
Entenda quem foi Washington Olivetto para publicidade brasileira e mundial:
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“Trabalhar ao lado do Washington foi a melhor experiência que eu poderia ter tido como profissional e como homem”, escreveu em sua conta no Instagram o diretor, músico e criador da produtora AD Studio, Jarbas Agnelli.
Nascido em 1951, no bairro da Lapa, em São Paulo, Olivetto iniciou a carreira profissional em 1969, aos 18 anos. Em 1970, chegou à DPZ, agência onde criaria outras pérolas, como o Garoto Bombril (1978), personagem do ator Carlos Moreno na inesquecível série de comerciais que durou até 2004. Em 1986, deixou a DPZ para associar-se à suíça GGK, criando a W/GGK, que se tornaria a W/Brasil — nome imortalizado pela música homônima de Jorge Ben Jor.
O publicitário ainda seria citado em Engenho de Dentro (1993), do mesmo compositor, que dizia: “A cabeça do Olivetto / É igual a uma cabeça de negro / Muito QI e TNT do lado esquerdo”. “Meu pai era o meu amor, o meu exemplo, e não consigo resumir a influência dele na minha vida em um único parágrafo”, diz o diretor e roteirista Homero Olivetto.
“Seria injusto com o tamanho dele em mim”, afirma. “Queria que ele estivesse aqui, ao meu lado, me ditando uma frase genial, com o poder de síntese que só ele conseguia ter.”
FONTES: VEJA SÃO PAULO E RN176