ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 12/06/2021 07:09                                                             REDAÇÃO/CONHEÇA O BUDISMO

Princípio básico budista de “unicidade de mestre e discípulo” revela uma relação de desenvolvimento que se propaga pela eternidade

Reprodução/Foto-RN176 Fote de desenho de ilustração – Editora Brasil Seikyo – BSGI

O Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina sobre a infinita capacidade criadora, existente em cada ser humano, para vencer e ultrapassar quaisquer situações. Indica também que é possível atingir esse elevado potencial de forma prática, no dia a dia, por meio de dois exercícios essenciais: oração (recitação do gongyo e do daimoku) e ação (propagação do budismo). A questão é que algumas pessoas se sentem incapazes de manifestar essa condição iluminada de vida. Isso pode ocorrer por desconhecerem essa capacidade ou porque ignoram que a iluminação existe em sua própria mente e em seu coração. Em termos de Soka Gakkai, é nesse ponto que entra em ação o mestre.

Força e valor

No budismo, o princípio de “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi) expõe que o praticante pode se aprimorar ilimitadamente por meio do conhecimento transmitido pelo mestre, que tem a finalidade de conduzir calorosamente as pessoas por um caminho de desenvolvimento. O mestre treina o discípulo por confiar nele e acreditar em seu coração, e o conscientiza de sua capacidade para que vença, uma a uma, as circunstâncias que se manifestem na vida diária. O discípulo aceita o treinamento de coração aberto e, confiando em seu mestre, dedica-se a vencer a si mesmo. Dessa forma, a missão do discípulo é pôr em prática na vida diária tudo o que aprendeu com o mestre. O resultado dessa relação é como o sol que ilumina, aquece e gera valor.

Luz que reflete

O que permeia essa relação é a confiança, e o que une esses dois personagens é o coração. A sabedoria do mestre ilumina o discípulo como o sol, que ilumina a lua e encanta a todos com a sua máxima beleza. Na explanação do escrito O Tambor do Portal do Trovão,¹ nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), afirma:

“O que importa é o coração”,² declara Nichiren Daishonin. Na relação de mestre e discípulo, o laço mais forte é o do coração. O coração do mestre e o do discípulo, que aspiram à propagação mundial da Lei Mística, podem conectar-se instantaneamente, transcendendo qualquer distância entre eles, assim como “A Lua, por exemplo, encontra-se no céu a quarenta mil yojana de distância, mas seu reflexo aparece instantaneamente em qualquer lago daqui”.³

Sem limites de tempo ou de distância

Mesmo a 150 milhões de quilômetros de distância, os efeitos dos raios solares exercem diversas reações em nosso planeta. Assim também, a relação de mestre e discípulo, sem limites de tempo ou de distância, é eterna. Em outra frase do Gosho, Nichiren Daishonin enfatiza: “Um dia, vamos nos reunir no Pico da Águia, onde o buda Shakyamuni habita”.⁴ Essa frase elucida que o discípulo de fé genuína sem falta reencontrará Daishonin no Pico da Águia. Trazendo para os dias atuais, ao confiarmos sinceramente nas palavras do presidente Ikeda, criamos uma ligação tão forte cujos reflexos carregaremos existência após existência. Exemplo dessa eternidade da unicidade de mestre e discípulo é a relação entre os Três Mestres Soka: a missão de concretizar os nobres ideais de Tsunesaburo Makiguchi foi herdada por seu discípulo, Josei Toda, cujos objetivos foram abraçados pelo seu discípulo, Daisaku Ikeda, que atua incessantemente para tornar reais as palavras do seu mestre.

“Eu sou o Sol”

A “unicidade de mestre e discípulo” nos revela uma belíssima relação, por meio da qual o mestre desperta seu discípulo para a ilimitada condição de vida que ele possui e, juntos, eles lutam por um nobre propósito. Nesse processo, o discípulo se conscientiza de que é responsável não somente pela própria felicidade como também por despertar a felicidade na vida do outro, em sua atuação pelo kosen-rufu. O verdadeiro discípulo abraça essa missão e dá continuidade aos ensinamentos do mestre, unindo seu coração diretamente ao dele, convicto de que essa relação superará a distância e atravessará o tempo, a eternidade.

Um coração empoderado não encontra limites e cumpre a missão delegada pelo mestre com alegria e convicção, vencendo a tudo. Essa verdade, vivenciada pelos membros da SGI, deve ser levada adiante, para as próximas gerações. O papel dos veteranos é fundamental nesse sentido, pois são eles os responsáveis por transmitir às próximas gerações o coração de Ikeda sensei, garantindo que todos conheçam a grandiosidade do seu ímpeto em cumprir a missão como bodisatva na concretização do kosen-rufu mundial. Conforme destaca o presidente Ikeda:

Em todos os momentos, esteja onde estiver, enquanto conduzo minhas atividades, mantenho um diálogo interior permanente com o presidente Josei Toda. Nossa unicidade existe em mim. A união de mestre e discípulo transcende a distância e o tempo. O coração de mestre e discípulo compõe uma eterna saga de lutas em união inquebrantável.⁵

Notas:

1. Terceira Civilização, ed. 482, out. 2008.
2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II. 2017. p. 214.
3. Ibidem.
4. Ibidem.
5. Terceira Civilização, ed. 482, out. 2008.

Fontes:

Terceira Civilização, ed. 482, out. 2008.

Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II. 2017.