ROTANEWS176 E POR BIOGRAFIAS 17/08/20 21:05
- Luiz Gama – Orador (1830 – 1882)
Reprodução/Foto-RN176 Luís Gonzaga Pinto da Gama foi um rábula, abolicionista, orador, jornalista e escritor brasileiro e o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil. Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10 anos, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade
Nascido na capital da Bahia, Salvador, Luiz Gonzaga Pinto da Gama é considerado o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil, pelo serviços prestados aos negros escravizados na época em que viveu.
Nasceu livre, filho de pai branco, de família portuguesa, e mãe negra, mas foi escravizado aos 10 anos de idade e assim permaneceu até o final da adolescência, quando advogou pela sua própria liberdade, conseguindo-a.
É considerado um dos raros intelectuais negros do Brasil do século XIX, quando a escravidão ainda era legal e o país vivia sob uma monarquia. Mesmo sem formação, exercia advocacia, principalmente para libertação de pessoas negras escravizadas ou acusadas de algum crime. Também foi jornalista, e escritor, publicando “Primeiras Trovas Burlescas” (1859 e 1861), mesmo tendo aprendido a ler apenas no final da adolescência.
Morreu em decorrência de diabetes e seu enterro em São Paulo foi acompanhado por milhares de pessoas que o seguiram em cortejo fúnebre por quilômetros fazendo do acontecendo um dos eventos mais marcantes da história da cidade, segundo historiadores.
Saiba mais aqui sobre a história de Luiz Gama.
- Zumbi de Palmares – Revolucionário (1655 – 1695)
Reprodução/Foto-RN176 Zumbi (Zumbi dos Palmares), foi um líder quilombola brasileiro, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial. Zumbi nasceu na então Capitania de Pernambuco, em região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas
Zumbi nasceu livre no Quilombo dos Palmares, hoje União dos Palmares, na Serra da Barriga (hoje em dia região de Alagoas), uma região, em plena época de escravidão, chegou a abrigar quase 30 mil negros e negras que resistiam à dominação dos senhores portugueses.
Foi no quilombo que aprendeu técnicas de defesa e o espírito de liderança que teve de usar mais tarde, nas batalhas de resistência que enfrentou contra capitães que queriam destruir o quilombo para recuperar mão de obra escrava. Defendeu o quilombo por 18 anos, até que depois de sucessivas batalhas foi traído por um de seus companheiros, capturado, decapitado e teve sua cabeça exposta em praça pública, uma estratégia do governador de Pernambuco para desmentir a crença de que era imortal.
Em razão da sua morte em 20 de novembro, anualmente neste dia é comemorado no Brasil o Dia da Consciência Negra.
Conheça a trajetória completa de Zumbi dos Palmares.
- Machado de Assis – Escritor (1839 – 1908)
Reprodução/Foto-RN176 Joaquim Maria Machado de Assis foi um escritor brasileiro, considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos maiores senão o maior nome da literatura do Brasil.
O nome brasileiro mais reconhecido no exterior, traduzido para inúmeras línguas, estudado e aclamado por mais de um século. Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em uma família pobre do Rio de Janeiro, tendo aprendido a escrever de forma autodidata.
Trabalhou como aprendiz de tipógrafo e teve seu primeiro conto publicado aos 16 anos de idade. Frequentando livrarias, tornou-se amigo de outros escritores e nunca mais parou de escrever, tornando-se o nome mais conhecido da literatura brasileira no mundo inteiro.
Foi um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e sua obra “Dom Casmurro” (1899) é uma das mais traduzidas do mundo. Em várias de suas obras dedicou-se às críticas sociais, como a burguesia e a escravidão.
Quer saber mais? É só acessar a biografia completa de Machado de Assis.
- Grande Otelo – Ator (1915-1993)
Reprodução/Foto-RN176 Grande Otelo, pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata foi um ator, comediante, cantor, produtor e compositor brasileiro.
Uma das maiores estrelas do cinema que o Brasil já teve Sebastião Bernardes de Souza Prata nasceu em Minas Gerais e começou a sua vida artística no circo.
Adolescente já atuava na mesma companhia em que Pixinguinha era maestro. Era um assíduo frequentador dos bairros da Lapa, fez trabalhos nas principais rádios e emissoras nacionais. Sua parceria com Oscarito tornou a dupla a mais famosa e bem sucedida do cinema brasileiro.
Na época em que era a proibida a entrada de negros pela porta da frente do Cassino da Urca, foi o primeiro a fazê-lo, na companhia da atriz e dançarina norte-americana Josephine Baker.
Órfão de pai, mãe alcoólatra, uma das esposas suicidas, tornou-se um dos nomes eternos do audiovisual brasileiro.
Saiba mais aqui sobre a vida de Grande Otelo.
- Pixinguinha – Maestro (1897-1973)
Reprodução/Foto-RN176 Alfredo da Rocha Vianna Filho (Pixinguinha), foi um maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro. Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira. Contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
O carioca Alfredo da Rocha Vianna Filho é um dos pais do choro brasileiro, ritmo que ajudou a popularizar com a sua maestria para tocar flauta. Ele também dominava o saxofone, cavaquinho e outros instrumentos.
Seu pai era flautista e com apenas treze anos o menino já compunha músicas. Com quinze, tornou-se músico pela orquestra do Teatro Rio Branco. Com o tempo o garoto fez partes de importantes grupos musicais da década de vinte, como o Caxangá, saiu em turnês internacionais e ganhou fama como um dos maiores músicos que o Brasil já teve, em uma época em que músicos negros são subvalorizados no Brasil.
“Carinhoso” seu arranjo mais conhecido, com composição de Orlando Silva, é considerada uma das obras mais importantes da música popular brasileira.
Conheça mais sobre Pixinguinha em sua biografia completa.
- Abdias Nascimento – Ator (1914 – 2011)
Reprodução/Foto-RN176 Abdias do Nascimento foi ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras.
O poeta, ator, escritor, professor e ativista Abdias do Nascimento nasceu no interior de São Paulo e foi um dos principais nomes precursores das políticas afirmativas para negros e história da África no Brasil.
Engajado com o Movimento Negro Brasileiro em seu início, na década de 1940. Foi ele quem criou o Teatro Experimental do Negro, importante companhia artística nacional. Exilou-se no EUA durante a ditadura, lecionando em universidades americanas, foi deputado federal e senador.
Entre os mais de 20 livros escritos, destaca-se “O Genocídio do Negro Brasileiro – Processo de um racismo mascarado“, de 1978.
- Milton Santos – Geógrafo (1926 – 2001)
Reprodução/Foto-RN176 Milton Almeida dos Santos foi um geógrafo, escritor, cientista, jornalista, advogado e professor universitário brasileiro. Considerado um dos mais renomados intelectuais do Brasil no século XX, foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970.
O geógrafo Milton Santos é o nome brasileiro de maior relevância na matéria, internacionalmente. Nascido na Bahia, filho de pais professores, com 13 anos já dava aulas de matemática no ginásio onde estudava.
Formou-se em direito, mas a sua paixão sempre foi a geografia, e foi assim que em 1958 concluiu um doutorado em Geografia na Universidade de Estrasburgo, na França. Conduziu paralelamente às suas atividades acadêmicas atividades públicas, como jornalista principalmente, e também na política, defendendo ideais de esquerda.
Foi preso pela ditadura militar, mas conseguiu exílio na França. Ficou 13 anos fora do Brasil, lecionando em universidades europeias, americanas e africanas, até retornar consagrado ao país em 1977. Tem mais de 20 títulos de doutor honoris causa no Brasil e o no mundo e é o único geógrafo latino-americano a ser homenageado com o prêmio Vautrin Lud, em 1994, considerado o Nobel da Geografia.
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