Meteorito foi encontrado em um calcário de aproximadamente 470 milhões de anos em uma pedreira na Suécia
ROTANEWS176 E VEJA 16/06/2016 20h36
Reprodução/Foto-RN176 ‘Ost 65’, enclave de 8 centímetros em uma pedreira de calcário: de acordo com os especialistas, a descoberta pode indicar novas pistas sobre a evolução do nosso Sistema Solar e da própria vida sobre a Terra (Universidade da Califórnia/Divulgação)
Cientistas descobriram um fragmento de meteorito de 470 milhões de anos e 8 centímetros de comprimento com uma assinatura química distinta de qualquer outra rocha espacial já encontrada. Batizado ‘Ost 65’, ele foi achado em uma pedreira de calcário na Suécia. Sua composição é marcada por altas concentrações dos elementos irídio (Ir) e neônio (Ne) e proporção única de isótopos de cromo (Cr) e oxigênio (O).
“Ao longo da história, catalogamos mais de 50.000 meteoritos, e nunca se viu algum parecido com isso antes”, disse um dos autores do estudo publicado nesta semana na revista Nature Communications, Qing-zhu Yin, professor de geoquímica e ciências planetárias na Universidade da Califórnia de Davis, Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores, dois asteroides colidiram e se despedaçaram milhões de anos atrás. O choque lançou fragmentos de ambos pelo espaço. Um dos asteroides deu origem a meteoritos rochosos classificados como ‘condritos L’, os mais comuns, que continuam caindo na Terra. Já o fragmento encontrado na Suécia é o primeiro vestígio conhecido do segundo asteroide, um tipo possivelmente ‘extinto’ de rocha espacial – daí porque pesquisadores têm tratado o Ost 65 como um meteorito “fóssil”.
De acordo com os especialistas, a descoberta pode apontar novas pistas sobre a evolução do nosso Sistema Solar e também sobre a vida na Terra, uma vez que a queda de meteoritos em massa pode criar ou destruir nichos ecológicos. “Acredito que o estudo mostra a interligação de todo o Sistema Solar no espaço e no tempo, já que sugere que uma colisão randômica no cinturão de asteroides a 470 milhões de anos poderia ter ditado o caminho evolutivo das espécies aqui na Terra”, afirmou Yin