Palco do shakubuku

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  24/07/2021 07:13

REDAÇÃO/CADERNO REUNIÃO DE PALESTRA  

As reuniões de palestra da BSGI são atividades de amplo diálogo, e apresentar a prática budista para as pessoas é um de seus propósitos

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria  – Editora Brasil Seikyo – BSG

A propagação do budismo na época atual é missão abraçada essencialmente pelos praticantes budistas, membros da Soka Gakkai Internacional (SGI), e as reuniões de palestra (RP) são uma oportunidade para cumprir essa nobre tarefa. Os organizadores e os participantes dessa atividade se unem com o objetivo de se desenvolver, mas também se mobilizam para receber calorosamente os convidados que desejam aprender sobre como ser feliz tomando como base os ensinamentos do buda Nichiren Daishonin.

Importância de propagar

Com frequência, lemos ou ouvimos que o momento de agir é agora. Dessa forma, durante o planejamento das nossas reuniões de palestra, não podemos perder de vista esse ponto. Precisamos manifestar sabedoria para cumprir a missão de propagar o Budismo de Nichiren Daishonin e assim conduzir outras pessoas ao caminho da felicidade. Sobre esse desafio, o Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, orienta:

A realidade é sempre de ventanias e ondas furiosas. Não existe vida somente de ventos favoráveis. Mesmo que não possa se perceber, todos possuem alguma preocupação séria e angustiada em certos momentos. As terríveis ondas das adversidades assolam uma após outra.

É exatamente por isso que se recita daimoku. É exatamente por isso que se realiza shakubuku. (…) Evocando e despertando a grandiosa vida de bodisatva da terra e de Buda, devem superar e vencer tudo com serenidade, imbuídos de um coração forte, vasto e rico.1

Dedicar-se aos dois caminhos

Considerando que as RP geralmente são realizadas com pequenos grupos, elas se tornam atividades ideais para ensinar o budismo, pois beneficiam o diálogo e são bastante acolhedoras. Nossas palestras virtuais comprovam que nem a distância nem os desafios tecnológicos são páreos para os membros da BSGI. Além disso, ao recitarmos daimoku convictos de que tocaremos o coração dos nossos convidados, com certeza obteremos resultados maravilhosos. Ikeda sensei declara:

O verdadeiro exercício budista requer os dois caminhos da “fé” e da “prática” corretos. “Fé” indica plena crença no Gohonzon. E “prática” refere-se ao ato de se empenhar na recitação do daimoku e na realização do shakubuku. Nos dias de hoje pode se dizer que essa prática são as atividades da Soka Gakkai. Mesmo que abrace a fé no Gohonzon, se negligenciar a ação ou o exercício budista de forma concreta, não se pode dizer que sua prática da fé seja verdadeira.2

Força e vitalidade

A obra Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, está repleta de episódios incentivadores. Um deles refere-se ao impacto de uma reunião de palestra na vida de um convidado. Ao conhecer alguns membros da Soka Gakkai, ficou intrigado com a forma apaixonada com que falavam sobre a importância de propagar os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Justamente, ao participar de uma reunião de palestra da Soka Gakkai, Nozue ficou impressionado com o que viu: pessoas participando animadamente esbanjando força e energia vital.

Na reunião de palestra foram feitos inúmeros relatos de experiência dos benefícios da prática e todos estavam cheios de alegria e convicção. (…) Os líderes recorriam aos escritos de Nichiren Daishonin para oferecer orientação e o debate entre os participantes estava cheio de passagens do Gosho. Os membros também falaram sobre como deveriam realizar a sua prática à luz dos ensinamentos de Nichiren. (…)
Nozue ficou estarrecido por encontrar uma organização como a Soka Gakkai. O que mais surpreendeu Nozue, no entanto, foi o fato de que os membros da Soka Gakkai estavam empenhados em apresentar o budismo às pessoas, impulsionados por um ardente desejo de cumprir a sua missão pelo kosen-rufu e ajudá-las a se tornarem felizes. Ele ficou profundamente comovido ao ver fiéis leigos engajando-se na propagação, algo que nem mesmo o prior do Hosen-ji estava fazendo.3

Desse trecho escrito por Ikeda sensei, destacamos alguns pontos importantes para engrandecer ainda mais a RP:

Relatos de experiência convictos e alegres (enfatizando como a prática foi crucial para a vitória).

Incentivos que tenham como base o Gosho e as orientações do Mestre.

Espírito fundamental de propagar o budismo e de se tornar feliz.

Foco nas pessoas

É interessante estabelecer objetivos para nossas atividades como forma de engajar a todos. Porém, não podemos permitir que as vidas às quais prezamos tanto se tornem meramente números. Por exemplo, ao realizar o shakubuku somente com a preocupação do resultado numérico, tende-se a negligenciar e a perder o foco no desenvolvimento de pessoas valorosas. O sentimento de prezar cada pessoa é uma premissa budista estabelecida pela Soka Gakkai. Portanto, acolher e ouvir a todos é uma prática comum em nossas RP. Mas, além dos objetivos, é necessário tomar alguns cuidados para receber os convidados. Seguem algumas dicas:

  • Verificar se há convidados na atividade. Se sim, anotar o nome deles e integrá-los nos diálogos.
  • Receber os convidados com carinho e atenção é uma forma de fazer com que se sintam plenamente acolhidos.
  • Cuidar para que, nos momentos de estudos, os termos em japonês sejam explicados. Lembre-se: apesar de serem palavras conhecidas da maioria daqueles que praticam há mais tempo, os convidados ainda não estão habituados com essas expressões.
  • Acompanhar os novos participantes e convidá-los para as próximas atividades, criando laços de simpatia e de amizade.
  • Caso os convidados não se sintam à vontade para falar na RP, pelo menos lhes dirija palavras de acolhimento que façam com que se sintam parte da família Soka.
  • Certifique-se de que os convidados não fiquem com dúvidas e se coloque à disposição para possíveis novos diálogos com eles.

Iluminação de todas as pessoas

É fundamental que espaços democráticos, como o que criamos com as reuniões de palestra, sejam utilizados também para apresentar o Budismo de Nichiren Daishonin para as pessoas e dialogar sobre esse profundo ensinamento. São atividades repletas de calor humano e, mesmo hoje, de maneira virtual, inspiram diálogos e renovam o coração de todos os participantes. É também nas RP que transmitimos a profunda convicção de que ao praticarmos com seriedade o Budismo de Nichiren Daishonin, nós nos tornamos felizes sem falta. Assim,comprovamos as palavras do Mestre, que diz: “O verdadeiro herói Soka é aquele que persevera por toda a vida com o orgulho de emergir da terra em seu coração, levantando alto a bandeira do shakubuku e da propagação”.4

Dica dourada do Mestre

Na Nova Revolução Humana consta:

– Gostaria que fizesse questão de se sentar na frente quando tiver alguma reunião em sua casa. E na próxima reunião de palestra aqui, abra a atividade com algumas palavras de boas-vindas a todos que estão em sua casa. Com esse gesto, os que vieram pela primeira vez se sentirão acolhidos. Fará isso por mim? – prosseguiu Shin’ichi.5

Nesse episódio, o presidente Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo do presidente Ikeda no romance], ao participar de uma reunião de palestra na localidade de Arakawa, incentiva Tamio Tsuchida, vice-responsável pela comunidade, que tinha atitude um pouco passiva na organização. Esse trecho registra uma valiosa orientação do presidente Ikeda de como valorizar cada participante da nossa RP, principalmente os convidados que participam pela primeira vez. Atualmente, estamos em formato virtual, mas dirigir palavras calorosas e estimular o diálogo e o entrosamento são uma forma de fazer com que todos se sintam acolhidos pela localidade e pela BSGI.

Notas:

1.IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 29, p. 43, 2020.

  1. Ibidem, p. 246-247.
  2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 13, p. 92-93, 2019.
  3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 29, p. 254, 2020.
  4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 17, p. 182, 2017.