ROTANEWS176 E REUTERS11/09/17 14:40 Philip Pullella
O papa Francisco disse que a sequência recente de furacões deveria fazer as pessoas entenderem que a humanidade “será punida” se não enfrentar a mudança climática e que a história julgará aqueles que negam a ciência que explica suas causas.
Reprodução/Foto-RN176 Papa Francisco fala com jornalistas a bordo de avião a caminho de Roma, após visita à Colômbia 11/09/2017 REUTERS/Andrew Medichini Foto: Reuters
“Se não voltarmos atrás, seremos punidos”, disse Francisco aos repórteres no domingo no voo de partida da Colômbia. Ele apoiou com entusiasmo o acordo climático de Paris de 2015 para a redução do aquecimento global, do qual os Estados Unidos se retiraram neste ano.
O papa falou no momento em que o furacão Irma atingia o centro da Flórida, abrindo caminho pelo Estado norte-americano com ventos fortes, inundações litorâneas e chuvas torrenciais que deixaram milhões de pessoas sem eletricidade, arrancou telhados de casas e alagou ruas.
Francisco foi indagado sobre furacões recentes, como o Irma e o Harvey, e se líderes políticos que não querem trabalhar com outros países para conter o aquecimento global deveriam ser responsabilizados moralmente pelos efeitos futuros sobre o planeta.
“Você percebe os efeitos da mudança climática, e os cientistas disseram claramente que caminho temos que seguir”, afirmou, referindo-se ao consenso científico de que o aquecimento global é causado por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis.
“Todos nós temos uma responsabilidade, todos nós, pequenos ou grande, uma responsabilidade moral. Temos que levar isto a sério. Não podemos brincar com isto”, disse. “Cada pessoa tem a sua. Até os políticos têm a sua”.
Antes da cúpula de Paris de 2015, Francisco escreveu uma grande encíclica, ou carta papal, sobre o cuidado com o meio ambiente na qual apoiou a eliminação gradual dos combustíveis fósseis para refrear o aquecimento global.
O pacto, assinado por quase 200 países, almeja reduzir as emissões responsabilizadas pelo aquecimento global. Os EUA se comprometeram a reduzir as suas de 26 a 28 por cento, comparadas com os níveis de 2005, até 2025. Muitos líderes mundiais criticaram o presidente norte-americano, Donald Trump, pelo rompimento com o acordo.
“Se alguém tem dúvida de que isso é verdade, deveria perguntar a cientistas. Eles são muito claros. Estas não são opiniões dadas às pressas. Eles são muito claros. Então cada pessoa pode decidir, e a história julgará as decisões”.
Trump desistiu do pacto de Paris pouco depois de visitar o Vaticano, que o exortou a permanecer vinculado a ele, em maio.
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