Perseverança e coragem

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  04/11/2021 07:20

CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA

Capítulo “Grande Montanha”, volume 30

PARTE 65

O tempo dado para as palavras de cumprimento de Shin’ichi Yamamoto não chegou a dez minutos.

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrações da Editora Brasil Seikyo – BSGI

Até agora, nessas convenções, Shin’ichi lançava diretrizes da esperança e planos de sua grande aspiração pelo kosen-rufu. Também não foram poucas as vezes que anunciou propostas que indicavam meios para solucionar temas enfrentados pela sociedade e pelo mundo. Além disso, em sua maneira de falar, dialogando individualmente com cada participante e com um humor na medida certa, ora transmitia a todos uma sensação de aconchego, ora provocava grandes gargalhadas, e juntos vieram solidificando a decisão pelo novo avanço. Porém, essa convenção estava muito formal, sem qualquer ligação de vida a vida.

Após os cumprimentos de Shin’ichi, houve um discurso especial do sumo prelado Nittatsu, e então se passou para os cumprimentos do novo diretor-geral, Kazumasa Morikawa, e depois, do novo presidente, Kiyoshi Jujo.

Jujo relatou a decisão contida em seu coração de se esforçar para realizar um desenvolvimento estável, contínuo e constante sobre a sólida base edificada até então pelos três sucessivos presidentes.

A convenção foi concluída conforme a programação.

Com certeza, nesse momento, os sacerdotes perversos do clero que caluniaram quase enlouquecidamente a Soka Gakkai e tramavam dominar os adeptos e os vigaristas ardilosos que agiram pelas costas estavam rindo com atroz satisfação: “Tudo ocorreu conforme o planejado. Está feito!”. Shin’ichi conseguia enxergar muito bem a imagem real da ruína daqueles que se tornaram presas da inveja e dos desejos.

Ao andar pelo corredor após deixar o ginásio de esportes, algumas pessoas que estavam no campo, como uma senhora que carregava seu bebê nas costas, perceberam a presença de Shin’ichi, e correram para perto da cerca do campo, gritando: Sensei! Sensei!. Não eram participantes da convenção. Deviam ter ficado muito tempo do lado de fora aguardando, com a esperança de poder encontrá-lo, mesmo de relance. Em seus olhos, lágrimas brilhavam.

Shin’ichi acenou e disse:

— Obrigado! Cuidem-se!

Foi um encontro que durou apenas um instante. Mas aí havia a profunda junção de almas, que nunca mudará, independentemente do que aconteça. Havia a verdadeira ligação da Soka Gakkai.

“Quem protegerá de agora em diante estas nobres pessoas, os filhos do Buda verdadeiramente bons e honestos? Quem os fará felizes? Vou protegê-los sem falta, até o fim!”

Shin’ichi renovou sua decisão de proteger estritamente os membros.

PARTE 66

Após se despedir dos sacerdotes, a começar pelo sumo prelado Nittatsu, Shin’ichi Yamamoto entrou numa sala e solicitou à sua esposa, Mineko, que providenciasse papel japonês, tinta em carvão sumi e pincel. Nesse dia que registrava um marco na história da Soka Gakkai, ele queria deixar inscrito em forma de caligrafia seu juramento e seu sentimento aos discípulos.

Ele já tinha decidido os ideogramas que estariam na caligrafia.

O grande pincel com sumi correu vigorosamente pelo papel branco, fazendo um som como se estivesse arranhando-o.

Taizan (“Grande Montanha”)

Ele escreveu abaixo: “Orando para que meus amigos tenham uma prática da fé inabalável perante as tempestades”; “Registrado em 3 de maio de 1979, na Universidade Soka, após a cerimônia”.

Em janeiro de 1950, quando o empreendimento do seu mestre, Josei Toda, se encontrava em situa­ção extremamente crítica, Shin’ichi compôs um poema intitulado Orando ao Fuji.

Em um trecho desse poema constam os versos:

Dentro da casa em chamas

Da maior cobiça e avareza

do século

Vivo sem me apegar

à aparência externa da ostentação

Não temo críticas e ataques

Eu louvo o distante Fuji.

Naquele momento, em seu coração, o Monte Fuji sobrepunha-se à imagem imponente e heroica do seu venerado mestre, Josei Toda, que, buscando viver em prol do kosen-rufu, permanecia inabalável diante das tempestades de calúnias e de difamações.

Na caligrafia Taizan (“Grande Montanha”) estava contido o brado da alma de Shin’ichi:

“A Lei Mística é eternamente indestrutível. Nós, que vivemos até o fim pelo kosen-rufu, temos uma ilimitada esperança. Tal qual uma grande montanha, devemos permanecer inabaláveis por mais vio­lentas que sejam as tempestades. Existe necessidade de temer a algo? A Soka Gakkai manteve a ação de ‘devoção abnegada pela propagação da Lei’, conforme afirmado por Nichiren Daishonin. A organização veio avançando vestindo a armadura da perseverança. Mestre e discípulos Soka vieram vencendo em tudo por meio desta fé inabalável”

Shin’ichi correu o pinceu mais uma vez:

Oozakura (“Grande Cerejeira”).

Então, registrou logo abaixo, na lateral:

“Orando para que os benefícios dos meus amigos desabrochem com toda a exuberância”; “Dia 3 de maio de 1979. Na Universidade Soka. Unindo as mãos em reverência”.

Shin’ichi desejou com sinceridade: “Independentemente da árdua provação à qual seja exposto, a lei de ‘causa e efeito’ do budismo é rigorosa e absoluta. Avancem tendo no coração a ‘Grande Cerejeira’ Soka”.

O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.