ROTANEWS176 26/10/2024 12:35 RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Com esse brado no coração, Acácio Jacinto, do Rio de Janeiro, transforma destino marcado pelo sofrimento e materializa sonhos de infância.
Reprodução/Foto-RN176 Acácio dos Santos Jacinto. Na BSGI, atua no Distrito Turiaçu, RM Madureira, Coordenadoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ).
Meu nome é Acácio dos Santos Jacinto, tenho 39 anos. Comecei a trabalhar aos 15, como auxiliar de serviços gerais, sem carteira assinada, de domingo a domingo. Era um local insalubre, com muitos ratos, fora um sem-número de humilhações que enfrentei. O que me mantinha em pé era a certeza de que viraria aquele jogo, pois já fazia parte da Soka Gakkai, que meus pais conheceram no Rio de Janeiro, RJ, três anos antes de eu nascer. Na infância, meus três irmãos e eu sofríamos muito em razão do vício em álcool e drogas por parte de meu pai. Vínhamos revolucionando a cada dia. E tendo Ikeda sensei como referência e acompanhado pelos veteranos, consegui crescer forte e forjar meu caráter. Aprendi a definir escolhas certas.
Foi assim na adolescência, quando minha namorada engravidou. Por um momento paralisei, mas com a sabedoria da prática budista compreendi que teria a oportunidade de criar um valoroso ser humano que cresceria, assim como eu, nos jardins Soka, sendo conduzido e protegido por um grandioso Mestre.
Com a chegada do meu filho Otávio, era hora de mudar as condições. Decidi cursar a graduação em comunicação social, pois sonhava desde pequeno trabalhar na televisão. Impossível? Consegui uma bolsa de 50% e iniciei o curso. Ouvi muitos “deixa disso, você não vai conseguir”, mas estava determinado. No quarto período da faculdade, mudei de emprego e nesse meio tempo minha namorada engravidou do meu segundo filho, o Rodrigo. Agi com o mesmo sentimento de quando tive o Otávio. E segui avançando.
Comecei a trabalhar de carteira assinada, num bom ambiente. Na ilusão das promoções, no entanto, abandonei a faculdade. Decidi também ser motoboy, e logo no primeiro dia na nova empresa me pediram para cobrir férias de um colega no plantão de uma das empresas do Grupo Globo, o Canal Futura. Eu me empenhei três vezes mais, sendo efetivado nesse grande conglomerado. Budismo é ação, então decidi que seria o melhor motoboy que já tiveram.
Neste período, eu atuava como responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do Distrito Turiaçu e como responsável da seção de violinos e da academia da Orquestra da banda Taiyo Ongakutai Rio. O despertar acontece.
Boa sorte
Com incentivo de uma colega de trabalho e a missão me convidando para a grande virada, graças à prática da fé, retornei para a faculdade. Conquistei vaga de estágio num disputado processo, e, para completar a renda, entregava jornais na madrugada.
Reprodução/Foto-RN176 Os filhos de Acácio
Com o término do estágio e já com um terceiro filho, consegui terminar a faculdade. Fui contratado no Canal Futura e, desde então, avancei firme. Aluguei minha primeira casa e comecei a oferecê-la para as atividades da organização de base. Meus filhos estavam numa excelente escola, e comprei meu primeiro carro. Enfrentei depois o desafio da separação, quando a mãe dos meus filhos decidiu seguir a vida sem nós, deixando os três garotos sob minha guarda. A partir daí, eu os criei sozinho, com honra.
Com muita gratidão conduzi também dez pessoas à Soka Gakkai, consolidando uma época de transformação essencial.
Carreira brilhante
Em duas décadas, construí com orgulho uma brilhante carreira na empresa, onde comecei como motoboy, tornei-me operador, analista, coordenador até chegar à direção geral executiva do Canal Futura. E muitas oportunidades de edificar relações sociais pelo Brasil afora. Busquei me especializar, concluí o mestrado e faço parte de um grupo de pesquisa para migrar para o doutorado, para o qual estou em processo seletivo. Integro vários conselhos de instituições representativas no país. Recentemente, adquiri minha casa própria. Fiz uma migração na carreira e me tornei executivo numa empresa pública federal que possui um conglomerado de mídia no Brasil. Fortemente encorajado pelas palavras do Mestre eterno, que diz:
Reprodução/Foto-RN176 Acácio, na alegria de uma família harmoniosa, com a atual esposa, com quem vem realizando esse sonho.
O kosen-rufu é o juramento seigan do próprio Buda. Quando se levanta com o mesmo juramento seigan do buda e se ora e age com base nele, a “coragem do buda”, a “sabedoria do Buda” e o “poder do buda” emanam infinitamente de dentro da nossa vida. Essa é sem dúvida a fonte primordial da transformação do impossível em possível. Não existe modo de viver mais valioso e honroso que este. Decidam por si mesmos e, imbuídos de coragem, desbravem o seu caminho da vitória.1
Sinto que todos os desafios que ultrapassei serviram para polir meu coração e para que eu valorizasse a prática da fé como fonte da força em todas as minhas lutas. Me sinto extremamente orgulhoso por ter criado minha história como jovem Soka e agora comprovar a vitória no Grupo Alvorada da Divisão Sênior (DS). Meus pais, Edson Jacinto e Rosa Helena Jacinto conquistaram a harmonia familiar. São 42 anos de prática da fé na Soka Gakkai, junto com o Ikeda sensei. Meus filhos, Otávio Augusto (19 anos), Rodrigo Otávio (16 anos) e Pedro Henrique (12 anos) estão crescendo como jovens valorosos na organização de base e no Taiyo Ongakutai. Minha pequena Maria Sophia (5 anos), fruto do meu atual casamento está crescendo com muita alegria e vitalidade. Uma família harmoniosa, como sempre sonhei.
Manifesto minha gratidão ao Mestre eterno e a todos os que me apoiaram nessa jornada até aqui! Contem sempre comigo!
Acácio dos Santos Jacinto, 39 anos. Diretor de Comunicação. Na BSGI, atua no Distrito Turiaçu, RM Madureira, Coordenadoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ).
No topo: Sem dar ouvidos aos muitos “nãos” que recebeu, Acácio se orgulha de ter encontrado a Soka Gakkai. Foto: Arquivo pessoal
Nota:
- Brasil Seikyo, ed. 2.245, 27 set. 2014, p. A2.
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO