Polícia da Tanzânia realiza prisão em massa de pessoas acusadas de serem homossexuais

As 20 pessoas presas participavam de um treinamento de combate ao HIV/Aids. O sexo gay entre homens é punido com até 30 anos de cadeia no país

ROTANEWS176 E BBC BRASIL.COM 17/09/17 15:13

ÁFRICA

Vinte pessoas foram presas no sábado (16) no arquipélago de Zanzibar, região semi-autônoma sob controle do governo da Tanzânia. Os presos são acusados de serem homossexuais, o que é crime no país. A informação é da polícia local.

Reprodução/Foto-RN176  Dois homens negros de mãos dadas Foto: BBCBrasil.com

Ao todo, 12 mulheres e oito homens foram presos. Eles estavam em um hotel, onde participavam de um treinamento sobre a prevenção ao HIV/Aids.

No começo do ano, o governo da Tanzânia proibiu que clínicas privadas oferecessem tratamento para o HIV/Aids. A alegação era de que o serviço encorajava o sexo gay.

O sexo gay entre homens é punido com até 30 anos de cadeia no país.

“Eles estão envolvidos em práticas homossexuais. Nós os prendemos e estamos ocupados interrogando-os neste momento. A polícia não pode fazer vista grossa para esta prática”, disse ontem à TV estatal do país o chefe da polícia local, Hassan Ali Nasri.

Na última sexta-feira, um dirigente do Ministério da Saúde local prometeu ao Congresso do país “lutar com todas as nossas forças contra os grupos que promovem a homossexualidade”, segundo a agência AFP.

Reprodução/Foto-RN176  Mapa mostrando países onde há leis contra homossexuais Foto: BBCBrasil.com

Em julho de 2016, o governo também baniu a importação e as vendas de lubrificantes sexuais. O ministro da Saúde disse à época que este tipo de produto encorajava a prática homossexual e, portanto, disseminava o vírus do HIV.

Apesar da proibição, a população da Tanzânia era uma das mais tolerantes com a homossexualidade até recentemente. Isto começou a mudar quando o governo assumiu um discurso anti-gay mais radical, dizem correspondentes estrangeiros no país.