Pontes da paz

ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 18/07/2020 10:16

CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA

Capítulo “Origem”, volume 29

 

PARTE 9

Em Délhi, Índia, o céu estava repleto de estrelas e a lua prateada, que já havia passado da fase crescente, iluminava a superfície terrestre como se estivesse sorrindo.

O voo da comitiva de Shin’ichi Yamamoto, que partiu do aeroporto de Kai Tak em Hong Kong ao final da tarde do dia 5 de fevereiro, aterrissou no aeroporto de Palam (atual Aeroporto Internacional Indira Gandhi) à 0h15 do dia 6, horário local.

Ao descer a escadaria do avião, Helen Mathai, secretária adjunta do Conselho Indiano de Relações Culturais (ICCR, sigla em inglês), que deu origem ao convite oficial, recebeu Shin’ichi envolta em um sári azul, com um buquê de flores nas mãos.

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI

Chegando ao saguão do aeroporto, o prefeito da cidade de Délhi, R. K. Gupta, o presidente do jornal Indian Express, R. N. Goenka, e representantes dos membros da SGI-Índia o aguardavam.

Retribuindo às palavras de boas-vindas, Shin’ichi manifestou sinceros agradecimentos pela recepção no aeroporto tão tarde da noite por tantas pessoas. E manifestou a disposição de se esforçar para que essa visita à Índia depois de quinze anos sirva para estabelecer uma ponte em prol do intercâmbio de paz e cultura indo-japonesa.

Quando se pensava que havia terminado, um repórter indiano de um jornal local perguntou:

— Qual foi sua primeira impressão ao visitar a Índia nessa ocasião?

Shin’ichi respondeu de imediato:

— A lua estava bela. As estrelas também cintilavam brilhantemente. As luzes da cidade vistas do avião pareciam uma pintura. Aí senti o futuro, o sonho e o mistério da Índia. Essa impressão foi a que observei do alto. A partir de amanhã, vou conhecer a Índia da superfície. Penso que seja importante senti-la em meio às pessoas! Quero dialogar abrindo o coração!

Com a resposta de Shin’ichi repleta de decisão, o jornalista se expressou admirado: “Oh!”. Uma enorme gargalhada ressoou pelo ambiente.

Exatamente conforme suas palavras, Shin’ichi se movimentou de forma vigorosa.

O diálogo aprofunda a mútua compreensão e cria a amizade. O ato de dialogar é uma tarefa para construir pontes da paz.

 

PARTE 10

Shin’ichi e comitiva se hospedaram no The Ashok Hotel em Nova Délhi.

 

Na manhã do dia 6, a redondeza estava envolta por uma neblina e o ar estava frio. O chiado dos pássaros que vinha das árvores criava um ambiente calmo e sereno. Porém, as ruas da cidade estavam repletas de pessoas, com gritos de vendedores, e muito tumulto. O prefeito Gupta da cidade de Délhi que o recepcionou no aeroporto havia relatado que a população crescera de 2,6 milhões para 4,5 milhões de pessoas em um período de quinze anos. Como se comprovasse essas palavras, o entusiasmo do povo transbordava na cidade.

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI

Durante essa visita, estavam previstos encontros com líderes e visitas a universidades visando criar uma correnteza ainda maior da amizade indo-japonesa em prol da paz.

No período da manhã, Shin’ichi dialogou com alguns membros japoneses residentes na localidade, encarregados da tradução e do planejamento das diversas atividades na Índia, nas dependências do próprio hotel onde estava hospedado. Eram todos jovens com quem havia se encontrado diversas vezes no Japão. Um deles era Keiichi Ookouchi que fazia curso de doutorado na Universidade Jawaharlal Nehru. Tinha 26 anos e era natural de Shinjuku, Tóquio.

Cerrando os olhos, Shin’ichi dirigiu-lhe as palavras:

— Fico feliz em vê-lo bem. Até quando está prevista sua estada na Índia?

Ookouchi respondeu prontamente:

— Vou viver para sempre na Índia.

— É mesmo? Então, definiu esta como sua terra da missão por toda a vida. Conto com você! Daqui para a frente, o mundo é o palco.

— Sensei, sou da quarta turma do Grupo Hosu [Jovem Fênix] de criação de “valores humanos” de estudantes do ensino médio que o senhor desenvolveu. Na época
de estudante do ensino médio, decidi que minha missão seria a de vi-
ver pelo kosen-rufu da Índia. Então, penso em cumpri-la.

Fitando-o, Shin’ichi sorriu e disse-lhe:

— Maravilhoso! O Jovem Fênix cresceu como uma grande ave. Fico muito feliz. Vou abrir vários caminhos na Índia para que você possa se empenhar livremente. O mestre luta em prol dos discípulos. E o discípulo persevera em sua luta pelo mestre. Aí se encontra a unicidade de mestre e discípulo.

 

O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.