Ponto primordial

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 24/02/2023 11:25                                                              CADERNO ESPECIAL DA REDAÇÃO

Vera, de Belém, PA, e Jaime, de Curitiba, PR, expressam sentimentos do encontro com Ikeda sensei em 1993, e como os transformaram em ação, conquistas e renovada determinação.

 

Reprodução/Foto-RN176 Cidadã do mundo – SGI – Fotos: Seikyo Press / BS

Em setembro de 1992, eu estava com 29 anos de idade. E havia três que eu era membro da BSGI em Belém, PA, onde moro desde sempre. Atuava como responsável pela Divisão Feminina de Jovens de bloco e como vice-responsável pela comunidade. E foi quando recebemos a notícia da vinda de sensei ao Brasil, em fevereiro do ano seguinte. Formada em comunicação social, era funcionária pública. Dificuldades, sim, mas decidi me inscrever para a única vaga da localidade para participar das atividades em São Paulo. Coração não desistia. Iniciei uma luta incansável de visitas, estudo, daimoku e shakubuku. Vem a confirmação e, dessa maneira, o tão sonhado dia: meu primeiro encontro com sensei, em 28 de fevereiro de 1993. Guardo o convite daquele dia até hoje, como uma preciosidade.

No palco da 16ª Convenção da SGI, realizada no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, fiquei emocionada ao ver tantas bandeiras de países, e a programação sendo traduzida também para o espanhol. Creio que ali a sementinha para que eu me transformasse numa cidadã do mundo, tal qual o Mestre sempre incentivou os jovens, se fixou na minha vida. Incentivos marcantes de sensei, os quais ele reforçou naquele dia.

Voltei para Belém com o desejo de contribuir para o grandioso movimento humanístico da Soka Gakkai. Decidi estudar espanhol e percorri vários países da América Latina. No total, tenho 48 shakubuku concretizados, alguns deles como resultado de minhas viagens.

Nesses trinta anos, avancei em meus objetivos. Cursei universidade, pós e mestrado, todos fora do Brasil. Tenho casa própria. Concursada, sou professora de língua espanhola da rede pública estadual, profissão da qual muito me orgulho. Eu me desafiei a ir ao Japão para agradecer ao Mestre, por oito vezes. Somando-se a isso, outras quarenta viagens internacionais que fiz, e só parei por conta da pandemia (rs). E todas realizadas com a boa sorte acumulada de uma decisão daquela jovem. Também reuni condições de cuidar da minha mãe, que encerrou sua existência dignamente em setembro do ano passado.

Hoje, junto com meus companheiros Soka de Belém, decido propagar o budismo diariamente, conduzindo o máximo de pessoas à verdadeira felicidade. Por meio do benevolente diálogo, planto a semente da Lei Mística em todos os locais da nossa região. Atualmen­te, sou integrante da Divisão Feminina e, mantendo meu espírito sempre jovem, quero estar ao lado da Juventude Soka neste ano também. Sei que sensei espera isso de mim. Muito obrigada.

Vera Lúcia da Silva Lobo, 59 anos. Consultora de Área (CRE Oeste, CGRE).

Reprodução/Foto-RN176 Vera com o convite da atividade realizada em 1993 – Foto: Arquivo pessoal

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Avanço corajoso

Em 1993, eu fazia parte da Divisão Masculina de Jovens, estava com 28 anos, e morava em Curitiba, PR. Refletindo sobre a luta para receber Ikeda sensei em uma época sem as condições e facilidades que temos hoje, realmente foi um grande desafio, superado com deter­minação e espírito jovem. Atuei, junto com meus companheiros, no grupo Tenrinkai do Brasil [grupo de transporte especializado]. Foram cinco meses de preparativos viajando todo fim de semana para São Paulo e Rio de Janeiro, realizando os percursos por onde a comitiva do sensei passaria. Com o sentimento de proteger e de rea­lizar as atividades sem acidentes, criamos, dentro do Tenrinkai, uma forte união com companheirismo e confiança, espírito que permanece em nossa vida até hoje.

No ano seguinte, 1994, nosso grupo realizou um curso de aprimoramento no Japão, no significativo mês de maio, ocasião em que recebemos fortes direcionamentos. Ikeda sensei nos encorajou: “Minha esposa e eu estaremos orando sinceramente e ainda nesta existência vocês serão muito felizes”. Sentimos a imensa benevolência e a convicção do nosso mestre. A partir daquele treinamento, começou uma luta para a transformação do meu carma. Em 1995, eu me casei com a Yuri e temos três maravilhosos filhos, Henrique, Ricardo e Miyuki. Viemos nos desenvolvendo durante esses anos em nossa localidade, com muita gratidão; e, pela boa sorte que temos na prática da fé, avançamos também.

No período da pandemia da Covid-19, de muita insegurança no país e no mundo, novos desafios surgem. Minha esposa fez um procedimento e detectou um câncer no útero. Graças ao apoio dos nossos líderes, ela recebeu uma consideração e palavras de incentivo do sensei. Recitamos gongyo familiar e lemos os incentivos que nos tocaram profundamente.

Reprodução/Foto-RN176 Com a família: à frente, sentado ao lado da esposa, Yuri. Atrás, da esq. para dir., os filhos Henrique, Ricardo e Miyuki – Foto: Arquivo pessoal

Yuri determinou como seria o processo desde a cirurgia até a sua recuperação. Seguimos confiantes na vitória total. São anos de batalha, fortalecendo e entendendo a importância de ter um mestre da vida que nos direciona para o caminho da felicidade.

Comemorando o 30º aniversário da quarta visita, com imensa gratidão no coração pelos momentos dourados vividos ao lado de Ikeda sensei e da Sra. Kaneko, renovo a decisão de transmitir os ideais humanísticos Soka para as futuras gerações, bem como a importância do espírito de mestre e discípulo.

Comprovando os benefícios da prática da fé por meio da contínua luta diária da minha revolução humana, mantenho firme o espírito como pilar de ouro de construir uma organização sólida. Sensei, muito obrigado!

Jaime Tetsuo Takenaka, 58 anos. Coordenador de coordenadoria (CRE Sul, CGRE).

Fotos: Arquivo pessoal