ROTANEWS176 E POR AH 16/08/2022 14:53 Por Wallacy Ferrari
As diferenças na pronúncia e uso de palavras têm influência, inclusive, de outros países europeus
Reprodução/Foto-RN176 Montagem com as bandeiras do Brasil e Portugal hasteadas – Imagens de Gleidiçon Rodrigues e de Norbert por Pixabay
Desde que foi colonizado por Portugal após a chegada de Pedro Álvares Cabral em 1500, o Brasil não apenas integrou a língua dos colonizadores em seu cotidiano, como a elegeu sua principal e, atualmente, mais falada em território nacional.
Apesar de contar com diversas outras línguas antes mesmo da chegada dos exploradores europeus em terras tupiniquins, ela foi definida como a oficial ainda durante o regime imperial no país, com termos adaptados de culturas indígenas, como o tupi-guarani , misturado com diferenças de pronúncia e termos regionais dada a pluralidade de culturas e até mesmo de imigrantes de diferentes regiões do mundo que chegaram ao longo dos últimos séculos.
Ainda assim, com o português sendo a língua mais falada no Brasil até os dias atuais, não adquirimos o ritmo de fala e a pronúncia das palavras como os próprios portugueses desenvolveram no Velho Continente; do lado brasileiro, a fala mais arrastada, sem segurar o “L” e, muitas vezes, transformando o “O” dos finais de palavras em “U”, alcançamos um jeito próprio de falar o português.
Origem das diferenças
A interferência da pronúncia durante a adaptação das línguas indígenas claramente contribuiu para tal diferença, mas uma série de atualizações contribuiu para a forma como falamos, inclusive regionalmente. Primeiro que diversas correções ortográficas e novas ortografias foram tomando forma, mas muitas vezes sem sincronia entre os países. Um exemplo seria o habitual “dá-me algo” dos portugueses, que no país sul-americano foi invertido para “me dá algo”.
Além disso, hábitos linguísticas de outros países foram integrados ao português brasileiro; exemplos como a interferência da colônia italiana ao sotaque paulista, o legado puxado de holandeses em Pernambuco e até o “S”, puxado como “X”, no Rio de Janeiro, tem um fundo francês.
A professora e fonoaudióloga Meire Konno explica que, inspirado na elegante pronúncia das palavras em francês, os portuguesas, que na época ocupavam o Rio de Janeiro como capital federal, decidiram aderir o uso puxado da consoante, hoje integrado ao dialeto carioca: “Foi dessa forma que foi definido pelo governo”, acrescentou a educadora, antes mesmo da mudança da sede do executivo para Brasília.