Por um mundo melhor

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  11/09/2021 09:17

RELATO

Thiago torna os sonhos realidade, transformando cada desafio numa chance de desenvolvimento

Reprodução/Foto-RN176 Thiago Rubio, no laboratório do Instituto de Química de São Carlos, SP. As fotos foram tiradas antes da pandemia do coronavírus Resp. pela DMJ do Distrito Rio Claro, Sub. Anhanguera, CLP, CGESP. ­– Editora Brasil Seikyo – BSGI

Desde criança, acalentava o sonho de fazer algo que tornasse o mundo um lugar melhor para viver. Não sabia ao certo qual carreira escolher, mas meu mestre da vida, Daisaku Ikeda, sempre nos orienta a sonhar grande e foi por meio desse encorajamento que decidi ser cientista.

Vencer sempre

Pratico o Budismo de Nichiren Daishonin desde pequeno e não me vejo sem esta maravilhosa filosofia. Obtive diversos benefícios e a recitação do Nam-myoho-renge-kyo foi fundamental para a concretização de todos eles.

Aos 14 anos, estava focado nos estudos e conquistei duas medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática. Aos 16, fui vitorioso ao conseguir meu primeiro emprego, enquanto ainda estava no ensino médio. Nessa época, decidi ser cientista, pois era apaixonado por matemática, física, química e biologia. Assim, aos 18 anos concretizava o objetivo de entrar na universidade para cursar química e, após vários desafios, realizei, aos 21 anos, um intercâmbio nos Estados Unidos. Retornei ao Brasil com uma certeza ainda maior sobre o meu sonho.

Tornar-se cientista não é um caminho fácil e iniciei essa jornada em 2019, ingressando no mestrado em química analítica e inorgânica no Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo. Confesso que tive um pouco de receio, tamanho era o desafio, mas recitei daimoku para que tudo corresse da melhor forma possível. E foi o que aconteceu.

Ao longo da minha pesquisa, meu orientador foi solícito, auxiliando-me com os experimentos e as discussões dos resultados. Meu projeto de pesquisa era difícil, e tive inúmeros problemas. Quando os experimentos finalmente estavam fluindo, teve início a pandemia do coronavírus e interrompi os trabalhos.

Na época, havia me inscrito para uma bolsa de mestrado de valor maior, que me dava a oportunidade de realizar um estágio de pesquisa no exterior. No entanto, meu projeto foi recusado duas vezes. No terceiro pedido de reconsideração, já em 2020, fui aprovado, com início do programa em abril. A ideia era estagiar com um professor da Universidade de Helsinki, Finlândia. Contudo, diante do cenário atual, com novas burocracias para o visto, não pude viajar.

Fiquei triste, mas foquei no mestrado e aproveitei o período de distanciamento social para escrever o texto do exame de qualificação. Também recitei muito daimoku. Então, preparando-me para a próxima etapa do meu sonho, o doutorado, juntei dinheiro o ano inteiro para pagar a inscrição do processo seletivo.

Na universidade que escolhi, devido à pandemia, uma das provas necessárias para a seleção foi eliminada. Com isso, percebi que era a hora certa de aceitar esse desafio e ser vitorioso.

Sem desistir

Chegou 2021, as atividades presenciais do mestrado haviam sido retomadas, porém num ritmo mais lento. Eu já havia ultrapassado o tempo médio de um curso de mestrado, que geralmente dura dois anos. Para concluir meu projeto de pesquisa, precisaria me esforçar muito, trabalhando de manhã, tarde e noite, sábados e domingos. Em paralelo, recitava o máximo de daimoku determinado a vencer nessa etapa, aliás algo que continuo a fazer.

Foi em meio a esses esforços que soube da aprovação no programa de doutorado nos Estados Unidos, com uma bolsa integral e que poderia começar em setembro de 2021. Fiquei muito feliz!

Entretanto, para ingressar no curso, precisaria completar o mestrado cuja etapa final é a elaboração da dissertação.

Nessa fase, tive apoio da família, que se empenhava comigo na prática da fé, dos meus amigos e companheiros da Gakkai, os quais sempre me ajudavam com incentivos cada vez que eu me sentia desmotivado.

Reprodução/Foto-RN176 Thiago com a família ­­– Editora Brasil Seikyo – BSGI

Apesar do cenário atual e das dificuldades que tinha pela frente, decidi que transformaria minha situação. Eu me dediquei muito, e seguirei me esforçando. No dia 1º de julho, entreguei minha dissertação e, no dia 10 de agosto, realizei a defesa, último passo para obter o título de mestre. Consegui!

Agora, vivo as descobertas do doutorado — um dos maiores objetivos que conquistei. Não foi um processo barato, pois os valores para a inscrição, provas e visto eram em dólar. Mas, sem dúvida, o esforço foi recompensador. Além disso, receber a carta de admissão da universidade foi emocionante.

Mesmo tendo de ficar longe fisicamente dos amigos, da minha família e dos companheiros da organização, meu coração estará do lado de cada um deles. Sigo confiante para dar mais um passo rumo ao grande sonho de me tornar cientista e contribuir para que o mundo se torne um lugar melhor.

Ter um grande sonho não é fácil. Porém, acreditar no potencial que possuímos e que o Budismo de Nichiren Daishonin nos ensina a despertar é o caminho para romper os próprios limites.

No topo: no laboratório do Instituto de Química de São Carlos, SP. As fotos foram tiradas antes da pandemia do coronavírus

Thiago Rubio, 26 anos. Estudante. Resp. pela DMJ do Distrito Rio Claro, Sub. Anhanguera, CLP, CGESP.