Shinzo Abe pediu ‘sinceras desculpas’ aos países vizinhos e fez referência até sobre os estupros cometidos pelas tropas japonesas durante ocupação da China e da Coreia
ROTANEWS176 E VEJA 14/08/2015 09:23
ÁSIA ORIENTAL
Reprodução/Foto-RN176 O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe(Toru Hanai/Reuters)
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, pediu nesta sexta-feira, em seu esperado discurso pelos 70 anos do final da II Guerra Mundial, “sinceras desculpas” pelas agressões do Japão a países vizinhos. A declaração foi endereçada à China e à Coreia do Sul, países que, junto com outras nações asiáticas, foram vítimas do imperialismo japonês durante a guerra. Tanto Pequim como Seul reivindicavam que o Japão expressasse um pedido de desculpas claro.
O primeiro-ministro, conhecido por seu perfil nacionalista, evitou assim seguir o tom condescendente expressado por seus antecessores, como Tomiichi Murayama no 50º aniversário do fim da guerra e Junichiro Koizumi dez anos depois. “Devemos aprender as lições do passado e olhar em direção ao futuro”. Em alusão ao contexto histórico da II Guerra Mundial, o primeiro-ministro disse que “o mundo se encontrava sob as ondas do colonialismo, com as potências do leste como epicentro”, e
O Japão “foi responsável por um dano e um sofrimento imensuráveis sobre gente inocente”, reconheceu Abe, que destacou que o país asiático “nunca deveria voltar a recorrer às ameaças ou à força” nem a protagonizar “incidentes, agressões ou guerras”. Durante estas disputas “foram perdidas incontáveis vidas de jovens com o futuro pela frente. Muitas mulheres viram sua honra e sua dignidade gravemente danificadas”, disse Abe. Estas palavras podem ser consideradas uma referência direta aos estupros e uso de escravas sexuais por parte do Exército imperial japonês durante a ocupação da Coreia e da China.
As relações entre Japão tanto com a Coreia do Sul como com a China se deterioraram após a chegada de Abe ao poder devido a seus atritos sobre fatos históricos relacionados com as agressões bélicas japonesas e a suas disputas territoriais. Apesar do pedido de desculpas, o primeiro-ministro do Japão é visto com desconfiança pelos países vizinhos por suas iniciativas revisionistas e por ter impulsionado uma reinterpretação do artigo pacifista da Constituição do Japão.
(Da redação)
Estudante japones observa a fotografia de um soldado com manchas de sangramento interno devido ao ataque que atingiu Hiroshima, no Museu Memorial da Paz de Hiroshima, na véspera do aniversário de 70 anos do ataque responsável pela morte de 140 mil pessoas (Foto: Toru Hanai/Reuters)
Homem observa as ruínas após a explosão da bomba atômica que devastou a cidade de Hiroshima, matando cerca de 140 mil pessoas. É possível identificar as ruínas do prédio atualmente conhecido como Domo da Bomba Atômica (Foto: VEJA.com/AP)
323 – Pássaro sobrevoa o Domo da Bomba Atômica, em Hiroshima. No dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos soltaram a bomba atômica na cidade, matando cerca de 140 mil dos 350 mil residentes de Hiroshima, no primeiro ataque nuclear da história. Três dias depois, uma segunda bomba foi jogada em Nagasaki (Foto: Issei Kato/Reuters)
423 – Mulher deitada em um cobertor, estendido no chão de um prédio danificado, cuida de seu filho, ambos feridos pelo ataque que atingiu Hiroshima em 1945. O prédio foi convertido em um hospital temporário próximo do centro da cidade devastada, no Japão (Foto: VEJA.com/AP)
523 – Budistas marcham com lamparinas em luto pelas vítimas próximo ao Domo da Bomba Atômica, ao lado do Parque Memorial da Paz, em Hiroshima. A cidade se prepara para o aniversário de 70 anos do primeiro ataque nuclear do mundo, que devastou a cidade no dia 6 de agosto (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP)
Pessoas deitam no chão fingindo de mortos em frente ao Domo da Bomba Atômica, em ato em lembrança às vítimas da bomba que atingiu Hiroshima em 1945, matando cerca de 140 mil pessoas (Foto: Thomas Peter/Reuters)
Foto tirada em agosto de 2015 do “Genbaku Dome”, ou Domo da Bomba Atômica, é visto da ponte Aioi, em Hiroshima, Japão. O domo foi a única estrutura deste distrito da cidade a continuar em pé após o ataque (Foto: Issei Kato/Reuters)
Foto tirada por Toshio Kawamoto e distribuida por seu neto, Yoshio Kawamoto, mostra o Palácio das Indústrias de Hiroshima, como era conhecido o atual Domo da Bomba Atômica, após a queda da bomba. O prédio foi o único do distrito a resistir à explosão e foi preservado como memorial (Foto: Toshio Kawamoto/Yoshio Kawamoto/Handout/Reuters)
Moradores passam em frente ao Palácio das Indústrias de Hiroshima, hoje conhecido como Domo da Bomba Atômica, na ponte Aioi, após o ataque contra Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 (Foto: Shigeo Hayashi/Hiroshima Peace Memorial Museum/Reuters)
O avião “Enola Gay” executou o bombardeio à cidade de Hiroshima, derrubando a bomba atômica no primeiro ataque nuclear do mundo. A cidade se prepara para o aniversário de 70 anos da explosão da bomba nuclear que devastou a cidade no dia 6 de agosto de 1945 (Foto: Keystone/Getty Images)