ROTANEWS176 E DELAS 10/02/2017 09:00 Fernanda Labate
Falta de orientação e de conhecimento sobre o próprio corpo podem gerar medos infundados; conheça os mitos que rondam a perda da virgindade
Para meninas, a primeira vez no sexo pode ser um tópico de dar arrepios. O medo de perder a virgindade vem de diversos aspectos; a falta de orientação, por exemplo, pode fazer com que a mulher não saiba o que esperar na hora do “vamos ver”. Histórias de amigas sobre sangramentos hemorrágicos e dores intensas também podem aumentar o nervosismo antes da primeira relação sexual. Entenda o que é mito e o que é verdade acerca do assunto.
Reprodução/Foto-RN176 Dor, sangramento e mais: conheça alguns mitos sobre a primeira vez
Sangramento
Muitas meninas esperam que haja sangramento intenso durante a primeira vez e, quando ele não ocorre, acham que há algo errado ou que não perderam a virgindade. Segundo a educadora sexual Débora Padua, não é bem assim que funciona. “Geralmente o que acontece é um pequeno sangramento, nada muito diferente de uma menstruação”, esclarece ela.
Débora ainda explica que a quantidade (ou ausência) de sangue nesse momento está diretamente relacionada com as características do hímen da pessoa. Segundo a educadora, há himens de diversos formatos e espessuras e, durante a primeira penetração, podem nem chegar a se romper. “O buraquinho do hímen pode, sim, se expandir se a penetração for devagar. Dependendo da penetração, pode haver um rompimento nas laterais, podendo ocasionar o sangramento”, explica Débora.
Outro fator que influencia esse medo é a falta de conhecimento sobre a fisiologia feminina. “As meninas imaginam um hímen fechado, sem uma abertura, e que será rasgado”, diz.
Dor
É comum que as pessoas relacionem a primeira relação sexual à dor e, segundo Débora, é normal que haja certo incômodo durante as primeiras transas, mas isso não ocorre por questões puramente físicas.
O nervosismo acerca de perder a virgindade e o nível de excitação da mulher podem influenciar aspectos do corpo, como a lubrificação e a contração da vagina . “No primeiro momento, a menina pode ficar nervosa e a lubrificação pode ser menor. Estando menor, pode haver dor. Além disso, quando a menina está nervosa, provoca uma contração que dificulta a penetração”, informa a educadora.
Além de aumentar o nervosismo, a falta de orientação sobre sexo pode influenciar as expectativas da mulher. Segundo Débora, ter informações suficientes sobre o assunto pode fazer com que a pessoa se sinta mais segura com o momento e, consequentemente, permita-se ficar mais excitada. Para as mulheres que não conseguem relaxar, a educadora diz que o uso de lubrificantes pode tornar a experiência muito mais fácil.
Quanto mais velha, mais dor?
A não ser que a mulher perca a virgindade em uma idade muito avançada e já esteja passando por alterações hormonais que influenciam na lubrificação (como a menopausa), a idade não interfere no que acontece durante a primeira transa.
Reprodução/Foto-RN176 Muitos dos medos das mulheres acerca da primeira vez vêm da falta de conhecimento sobre o próprio corpo
Primeira vez não dá prazer
Segundo Débora, grande parte das mulheres não sente prazer com a penetração. Durante a primeira relação sexual, a falta de conhecimento sobre os próprios desejos e até mesmo sobre o corpo pode fazer com que a mulher não saiba o que a excita e acabe não sentindo prazer.
Mesmo assim, ela explica que isso não é obrigatório. “Talvez elas não tenham prazer com a penetração, mas tenham com outras coisas. Podem ter um orgasmo clitoriano, não um vaginal. Quanto mais segura essa pessoa estiver, as chances de ela sentir prazer são maiores”, esclarece a educadora. Ela explica ainda que, caso a pessoa já tenha algum tipo de relação com o parceiro e já tenha feito outras “brincadeiras”, ela já tem alguma noção do que esperar, aumentando as chances de haver prazer.
Após transar, a mulher terá candidíase
Não necessariamente. Débora diz que o rompimento do hímen – que serve para proteger o canal vaginal de bactérias e outros fatores causadores de doenças – faz com que a mulher fique, sim, mais suscetível a qualquer tipo de infecção.
Apesar disso, há outros fatores sem ligação com a primeira vez que também podem contribuir para o desenvolvimento de doenças ou incômodos, como a substância lubrificante do preservativo, a saliva que entra em contato com a vagina e algo presente no próprio pênis.