Psicóloga global

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO  29/01/2022 10:20

REDAÇÃO CIDADANIA GLOBAL

Reprodução/Foto-RN176 Mariel Alves Cabral de Miranda – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

A cidade de Lausanne está localizada a 62 km de Genebra, capital da Suíça. Por ser a sede do Comitê Olímpico Internacional (COI), é considerada também “a capital olímpica do mundo”. Quem mora lá há quase oito anos é Mariel Alves Cabral de Miranda, natural de São Paulo, capital, que atuou com os demais companheiros da Comunidade Vila Rosa (RM Jaçanã, CNSP). Ela era vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de comunidade, uma pessoa considerada bastante determinada na organização. Hoje, ela desenvolve suas atividades na SGI-Suíça como líder da DFJ do Distrito Indigo.

Mariel iniciou a prática budista ainda muito jovem, aos 5 anos, junto com a mãe, Mariazette. Porém, foi a avó materna Nivalda quem introduziu o Gohonzon na família. “Na adolescência eu me dividia entre acompanhar minha mãe nas atividades da BSGI e a família do meu pai em outra religião. E, aos 16 anos, quando vim à Suíça, pela primeira vez, eu me permiti não praticar nenhuma das duas”, revela Mariel.

Reprodução/Foto-RN176 Mariel (terceira pessoa, da dir. para a esq.) posa ao lado dos membros da SGI-Suíça – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

No entanto, algo mudou, aos 19 anos, na volta para o Brasil, pois, devido a grandes dificuldades, ela precisou adotar outra postura. “Busquei respostas em diversas religiões e só as encontrei no budismo. Foi nesse ensinamento que me reconectei e centrei minha vida. Tomei minha vida nas mãos e assumi a responsabilidade pelo meu futuro”. Foi a partir dessa época que Mariel assumiu diferentes funções de liderança em sua localidade e se desenvolveu como pessoa de grande valor na organização e fora dela.

Do período em que se dedicou como vice-líder de comunidade, a jovem relembra: “Foi uma atuação muito, muito intensa. Estava sempre junto com os líderes das demais divisões fazendo visitas e envolvida nas atividades. Recitava em média dez horas de daimoku por dia, pois estava decidida a vencer aquelas aflições”. Como sempre ouvia que as bases para 2030 estavam sendo construídas, decidiu tornar sólida a base para o seu futuro e o da organização.

Reprodução/Foto-RN176 Mariel (terceira pessoa, da dir. para a esq.) com os membros brasileiros que tanto a apoiaram – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

O início de 2009 foi um momento importante para Mariel e para os membros de toda a comunidade. Decididos a vencer, estudaram a importância de sonhos e planos e de tornar possível aquilo considerado impossível. A cada visita, ela percebia o desenvolvimento dos membros da sua localidade e também o seu próprio. “Visitamos uma senhora que vivia numa casa muito pequena, de apenas um cômodo. Perguntamos a ela qual era o sonho dela; respondeu que queria uma casa. Eu também tinha um sonho: estudar na Suíça. Após uma situação inesperada, essa senhora ganhou um terreno onde construiu sua casa de dois andares. Inspirada nessa vitória, fui atrás do meu sonho”, compartilha.

Reprodução/Foto-RN176 No palco, junto com os jovens da SGI-Suíça – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

Harmonia familiar

Antes de se mudar para a Suíça, Mariel conseguiu vencer o que considerava seu maior carma: a desarmonia familiar. “Minha família era muito desestruturada, e foi por meio do daimoku que conquistei sabedoria e compreensão daquela situação e dos processos internos que eu vivia. Aos poucos, consegui transformar positivamente a relação com as pessoas e a desarmonia como um todo.”

Devido aos desafios enfrentados desde a infância, Mariel revela que, com a oportunidade de estudar no exterior, conquistou o benefício de viver plenamente. Uma vez que havia vencido a desarmonia familiar, era hora de se dar uma nova chance e avançar ainda mais. Ela concluiu mestrado em psicologia na Universidade de Lausanne, e a escolha pelo país não foi aleatória. “Meu maior desejo é me tornar psicóloga global, formar-me psicóloga para o mundo. Vou conquistar a condição de atender e acolher todo tipo de pessoa, independentemente de sua origem geográfica, cultural ou étnica. Escolhi a Suíça por ser um país multicultural”, ressalta.

Reprodução/Foto-RN176 Entre as oportunidades de viagens pelo mundo, Mariel conheceu membros da SGI de diversos países como Itália (foto em destaque) – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

No âmbito organizacional, ela nos conta que, de maneira geral, a organização europeia possui um perfil bem diferente do que estava acostumada, mas reconheceu ali a possibilidade de empreender ainda mais esforços pelo kosen-rufu e cumprir sua missão como discípula do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda. “Notei que eles não realizavam atividades com foco no shakubuku. Mesmo eu ainda sendo membro da organização, percebi que podia contribuir de alguma forma. Sugeri uma reunião focada nos convidados e eles ficaram um pouco assustados. Recitei bastante daimoku para tocar o coração daquelas pessoas e fazer com que elas compreendessem o sentimento e a importância da atividade. Eles aceitaram a ideia e fizemos uma incrível reunião de distrito da qual participaram onze convidados.” Todos ficaram encantados com o resultado e com a ousadia da jovem brasileira, porém pouco depois Mariel precisou mudar de cidade.

Reprodução/Foto-RN176 Entre as oportunidades de viagens pelo mundo, Mariel conheceu membros da SGI de diversos países como Inglaterra – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

Ao chegar a Lausanne, cidade na qual vive hoje em dia, ela conheceu duas outras jovens que compunham a DFJ do distrito. Decidida a mudar aquela realidade, pôs, mais uma vez, em prática tudo o que aprendeu na Comunidade Vila Rosa. “Atualmente, somos 26 integrantes da Divisão dos Jovens (DJ), dedicando-nos ao kosen-rufu no nosso distrito. Promovemos uma atuação que considero muito bonita cujo resultado são mais e mais convidados. O foco agora é concretizar esses shakubuku que estão surgindo e que cuidamos com tanto zelo.” Ela nos conta que todo esse avanço é possível mesmo com as poucas atividades promovidas na localidade. “Aqui, na Suíça, na organização de base, promovemos no máximo duas atividades por mês, ambas reuniões de palestra. Fora isso, esporadicamente, são realizadas atividades nos níveis acima, mas são poucas. Assim, temos, no máximo, três ou quatro reuniões por mês.”

Apesar de estranhar as mudanças estruturais da organização, segundo Mariel, há um aspecto inalterável: “A relação com o Mestre não muda. Se tem algo que eu acho muito bonito é que, independentemente do país onde você esteja, mesmo com as diferenças culturais, a relação de mestre e discípulo não se altera. Nesse ponto também, podemos ver a grandiosidade de Ikeda sensei e seu sentimento de promover o kosen-rufu”.

Reprodução/Foto-RN176 Entre as oportunidades de viagens pelo mundo, Mariel conheceu membros da SGI de diversos países como República dos Camarões (acima) – Editorial do Brasil Seikyo – BSGI

“O desafio nunca acaba”, afirma Mariel. A cada experiência que vive, mesmo em situações completamente diferentes, ela aprende alguma coisa nova em relação à fé e à prática. “Enfrento tudo isso com a bagagem adquirida em minha luta na BSGI, com tudo o que aprendi. Estar aqui agora é resultado da minha revolução humana, por meio da qual desenvolvi bastante confiança — na relação de mestre e discípulo e na Lei Mística. Sei que essa transformação é infinita, ilimitada.”