Quanto a Globo faturou e lucrou nos 3 anos com Bolsonaro

ROTANEWS176 E POR BLOG SALA DE TV 29/04/2022 11h14                                                                                  Por Jeff  Benício

Emissora enfrentou a ameaça de boicote por ser abertamente crítica ao presidente, mas essa rixa não interferiu nos negócios

Reprodução/Foto-RN176 Será que Bolsonaro riu da queda de lucro da Globo? Foto: Fotomontagem: Blog Sala de TV

A vida não tem sido fácil para o Grupo Globo de 2019 para cá. Enfrenta ataques frequentes do presidente Jair Bolsonaro, seus aliados políticos e apoiadores anônimos.

Na calculadora, a situação também se mostra custosa. Ao longo dos primeiros 3 anos do mandato do ex-capitão, a companhia de comunicação da família Marinho registrou índices piores.

O faturamento total foi de R$ 41 bilhões, 8% menor do que as receitas de R$ 44,8 bilhões de 2016 a 2018, com Dilma Rousseff e Michel Temer na Presidência.

Entre 2019 e 2021, o Grupo Globo teve lucro líquido de R$ 746,5 milhões (incluído a consequência do prejuízo do ano passado), enquanto no triênio anterior registrou R$ 4,9 bilhões.

Quer dizer que Bolsonaro, em sua cruzada íntima contra os Marinhos, abalou as finanças da maior empresa de mídia do País?

Parece, mas não foi isso que aconteceu.

O presidente colocou em prática a promessa de campanha de reduzir drasticamente as verbas federais à Globo, porém, na prática, essa atitude pouco impactou no resultado financeiro. O dinheiro da propaganda governamental nunca representou mais do que 5% das receitas do grupo carioca.

E a expectativa de boicote de grandes marcas simpáticas a Bolsonaro – Luciano Hang, das Lojas Havan, por exemplo, chegou a suspender anúncios na emissora e, um tempo depois, voltou a comprar espaços nos intervalos – se revelou um blefe. O capitalismo falou mais alto, como sempre.

Nesse período bolsonarista no Planalto não faltaram anunciantes à Globo, os problemas foram outros: retração geral do mercado publicitário no início da pandemia, custos extras exorbitantes pelo cancelamento ou adiamento de eventos esportivos, aumento das despesas com operações e a opção de sacrificar o lucro para manter a previsão de alto investimento em novas tecnologias.

O faturamento caiu e o ganho real despencou, mas o grupo segue com boa saúde financeira. No primeiro trimestre deste ano conseguiu lucro líquido de R$ 1,3 bilhão. Em janeiro, tinha em caixa R$ 15 bilhões, aumento significativo de reservas em relação aos meses anteriores.

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