CORREIO BRASILIENSE E ROTANEWS176 08/08/2016 18:06 Thiago Henrique de Morais
Após mensagens de desculpas em 2012, brasileira sofreu ataques racistas e pensou em parar. Um ano depois, foi campeã mundial e nesta segunda conquistou o ouro olímpico
Reprodução/Foto-RN176 A Judoca Rafaela Silva com sua medalha de ouro
Campeã mundial em 2013 e medalhista de ouro três anos depois. Para chegar a esse patamar, Rafaela Silva, primeira medalhista de ouro na Olimpíada do Rio de Janeiro, superou a tragédia de Londres-2012 e várias ofensas racistas após perder para a hungara Karakas, por conta de uma punição que a eliminou da competição.
Há quatro anos, após a derrota, o perfil de uma rede social foi atacado de forma dura por conta da cor de sua pele. A atleta chegou a retrucar, mas a situação piorou, o que a fez travar o perfil após novas mensagens dizendo que “olimpíada não é lugar de macaco” e que “era a vergonha para a família”.
Tal atitude quase fez com que a brasileira, que saiu da Cidade de Deus, comunidade carioca, pensasse em desistir do judô. À época, seus treinadores fizeram de tudo para que Rafaela voltasse a competir, já que era uma das principais promessas do país, com títulos mundiais no juvenil e uma medalha de prata em 2011, no panamericano.
A prova de superação veio no Rio de Janeiro, em 2013. Diante da torcida e familiares, conquistou o título mundial após uma vitória sobre a norte-americana Marti Malloy da decisão, que era franca favorita ao título. Competição que a fez retomar a confiança e entrasse de cabeça no ciclo olímpico.
Nesta segunda-feira, Rafaela Silva voltou a fazer história no ‘quintal’ de casa. Com quatro vitórias por wazari, ironicamente vencendo Karakas nas quartas de final, aquela que havia derrotado em Londres, a garota da Cidade de Deus, que começou a fazer judô por brincadeira, obteve o ouro histórico. E com uma mensagem no final. “Servir de exemplo é o que tenho para passar no judô”.