Resposta à Monja Leiga Nichigon

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 24/10/2020 04:05

CADERNO REUNIÃO DE PALESTRA

MATÉRIA DA REUNIÃO DE PALESTRA DE NOVEMBRO

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrativo  da Editora Brasil Seikyo – BSGI

 Com base na explanação do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda — “Ter os Escritos de Nichiren Daishonin como Base Eterna”.

Trecho do Gosho

Depositei diante do Sutra do Lótus o seu pedido de oração, datado do oitavo dia do décimo primeiro mês do terceiro ano de Koan [1280], junto das oferendas de mil moedas e um manto sem forro confeccionado com fibras de casca de árvore. Já transmiti essa oração às divindades do Sol e da Lua; assim, agora, não há necessidade de ficar deduzindo o que acontecerá. Se a sua oração será ou não respondida, isso dependerá de sua fé; [caso não seja,] de maneira alguma deverá me culpar. Quando a água é transparente, esta reflete a Lua. Quando o vento sopra, as árvores se agitam. Nossa mente é como a água. A fé fraca é como a água turva, ao passo que a fé corajosa é como a água límpida. Compreenda que as árvores são como os princípios, e o vento que as agita, como a recitação do sutra. (CEND, v. II, p. 347)

Explanação

Manifestar a pura fé

Na explanação desse escrito, o presidente Ikeda enfatiza:

A fé no Budismo Nichiren não é passiva ou dependente, buscando-se simplesmente a felicidade por meio das boas graças concedidas por alguma força externa. A fé fundamentada na Lei Mística visa ativar a natureza de buda inerente a todos nós, e não invocar um poder ou ser externo que faça algo por nós. (Terceira Civilização, ed. 610, jun. 2019, p. 56)

Ele também ressalta a postura de Nichiren Daishonin que, ao receber o pedido da monja leiga, colocou-o diante do Gohonzon1 e orou para a sua concretização, acrescentando, porém, que “Se a sua oração será ou não respondida, isso dependerá de sua fé; [caso não seja,] de maneira alguma deverá me culpar” (CEND,v. II, p. 347).

Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, incentivou certa vez:

Nós, da Soka Gakkai, temos fé; possuímos o Gohonzon. Tudo o que obtivemos é resultado do benefício da nossa fé no Gohonzon. (…) A fé está no coração de tudo. Permanecermos firmes em nossa prática budista é o que importa. Enquanto tivermos essa resoluta convicção, jamais seremos abalados por qualquer coisa que escrevam ou digam sobre nós. (Terceira Civilização, ed. 552, ago. 2014)

Durante a realização do 5º Curso Latino-Americano de Budismo da Nova Era do Kosen-rufu Mundial, em 2018, Masaaki Morinaka fez o seguinte apontamento sobre o Gohonzon:

Ele [Nichiren Daishonin] diz claramente que o Gohonzon não existe fora de nós, mas sim na vida de quem recita daimoku. De fato, recitamos gongyo e daimoku diante do Gohonzon, mas é fundamental compreendermos que oramos diante do Gohonzon para manifestar o Gohonzon inerente à nossa própria vida. Despertar e evidenciar o Gohonzon que está dentro de nós significa manifestar o próprio estado de buda inerente à nossa vida. E o Gohonzon existe justamente para que possamos conquistar a felicidade absoluta por nós mesmos. Quando o mortal comum supera suas limitações, ele conquista ampla condição de vida. No entanto, ter fé não significa que não se deva pensar ou questionar. (Brasil Seikyo, ed. 2.414, 7 abr. 2018, p. C4)

Compartilhar a joia preciosa

Nichiren Daishonin revelou o Gohonzon no século 13 com o objetivo de que todas as pessoas, ao encontrarem essa “joia preciosa”, manifestem uma condição de vida ilimitada.

O presidente Ikeda reforça:

Não há uma vida mais realizada do que a de uma pessoa possuidora de uma missão única e preciosa, que vive ativamente e que supera as mais diversas dificuldades, abrindo caminho para um futuro repleto de esperança. O kosen-rufu é um empreendimento magnífico, que avança eternamente, passo a passo, por meio da grandiosa revolução humana de cada pessoa. (Diálogo sobre Religião Humanística, v. 2, p. 123)

O próprio presidente Ikeda relata sobre os desafios vivenciados ao propagar o budismo. E nos ensina como ele venceu essa questão:

Em minha juventude, eu também tive muita dificuldade em fazer shakubuku, mas perseverei firmemente. Embora ninguém decidisse praticar imediatamente, milhões de outras pessoas estavam à espera da nossa mensagem. Seja sempre positivo e otimista ao fazer shakubuku, sem se importar se as pessoas queiram praticar ou não. O objetivo do nosso diálogo humanístico é dar esperança e suprema coragem às pessoas. Propagar o budismo começa com nossa oração pela felicidade das pessoas. Elas sentirão nossa sincera intenção. (Brasil Seikyo, ed. 2.127, 14 abr. 2012, p. A2)

Assim como Nichiren Daishonin incentiva a monja leiga Nichigon a manifestar a pura convicção e a postura em relação à prática da fé, nós, discípulos que atuamos diligentemente, possuímos um mestre que nos direciona. Vamos estudar seus incentivos e, com a convicção da vitória que adquirimos por meio do estudo do budismo, falar com paixão sobre nossas vitórias, tornando-nos pessoas verdadeiramente inspiradoras.

Sobre o escrito

Nichiren Daishonin estava em Minobu quando escreveu essa carta, datada do vigésimo nono dia do décimo primeiro mês de 1280. A carta é resposta a um pedido de oração da monja leiga Nichigon. Acredita-se que ela era parente do sacerdote leigo Takahashi, figura central entre os crentes no distrito de Fuji, ou mãe de Nichigen, sacerdote do templo Jisso-ji, situado na mesma província e seguidor dos ensinamentos de Nichiren Daishonin.

Quem foi a monja leiga Nichigon?

Era seguidora de Nichiren Daishonin e possuía forte e constante fé. Ela lhe enviara, junto com vários oferecimentos, um pedido de oração. A monja leiga Nichigon provavelmente tinha algum sincero desejo que esperava realizar e, então, registrou-o e o enviou a Daishonin. A monja leiga Nichigon, cujo nome foi concedido por Nichiren Daishonin, recebeu o Gohonzon no quarto mês daquele mesmo ano [1280].

Material de apoio

Leia mais:

Terceira Civilização, ed. 610, jun. 2019.

Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin, v. II, p. 347.

Podcast da reunião de palestra no aplicativo BS+.

Nota:

  1. Gohonzon (jap.): Objeto de devoção do Budismo de Nichiren Daishonin e incorporação da Lei Mística que permeia todos os fenômenos. O Gohonzon tem a forma de um mandala inscrito em papel ou em madeira, com ideogramas que representam a Lei Mística e também os dez mundos, incluindo o estado de buda. O Budismo de Nichiren Daishonin ensina que todas as pessoas possuem a natureza de buda e podem manifestá-la por meio da fé no Gohonzon.