Comer alimentos duros, má higienização e uso incorretos de elásticos podem fazer você ficar com o aparelho mais tempo do que esperava
ROTANEWS176 E AGÊNCIA BETA 22/06/2016 08h00
Logo no primeiro dia com o aparelho nos dentes duas dúvidas se instalam na cabeça da pessoa: como ficarão seus dentes e quando tudo isso irá acabar. O que ele não sabe é que durante todo o processo ortodôntico muitas coisas podem acontecer para atrasar o tratamento. Por isso, convidamos um especialista para dar dicas de como evitar que o aparelho faça parte da sua vida por mais tempo do que o combinado.
Reprodução/Foto-RN176 Se a má higienização causar uma cárie, o atraso pode ficar ainda maior, gerando despesas e transtornos para o paciente Foto: hightowernrw / Shutterstock
Quebra de aparelho
O primeiro item da lista são as quebras, causa mais frequente dos atrasos. A partir do momento que o aparelho é colocado (bráquete, fios e elásticos) forças são feitas sobre o dente para que ele se movimente.
“Quando o bráquete se solta, essa força deixa de ser transmitida e o dente não se movimenta podendo, em alguns casos, até voltar um pouco à sua posição original. O aparelho vai perder efeito até a próxima consulta, quando o ortodontista recola a peça e reativa o aparelho. Isso quer dizer que em muitos casos o aparelho pode ficar um mês inteiro sem fazer efeito sobre aquele dente”, diz Alexandre da Veiga Jardim, ortodontista e autor do blog Ortodontia Descomplicada.
Alimentos duros
Se você adora um torresmo, uma maça ou algum alimento considerado duro é aconselhável que você os evite durante o tratamento ortodôntico.
“Pacientes que costumam comer alimentos duros podem amassar os fios, causar movimentos indesejados dos dentes ou atrapalhar as movimentações dentárias, além de ser motivo frequente de machucados na boca”, diz o especialista.
Faltas às consultas
Cada vez que você vai a uma consulta, o ortodontista ativa o aparelho para ele exercer uma força sobre o dente e faça um determinado movimento.
“Essa força dura alguns dias até o momento que o dente se movimenta e então damos a ele um intervalo até ativarmos o aparelho novamente. Se o paciente falta a uma consulta, o dente não vai se movimentar mais do que aquela quantidade determinada. Então, um mês sem ir ao ortodontista significa que o paciente vai ficar um mês a mais com o aparelho, pois ele deixou de fazer efeito nesse período”, diz Alexandre.
Descuidos com a higiene
É extremamente importante uma boa higienização bucal durante o tratamento ortodôntico. “Alimentos que se juntam nos bráquetes podem se calcificar e virar tártaro. O tártaro entre os dentes pode, em algumas situações, impedir certos movimentos dentários (como o fechamento de espaços), além de causar mais atrito quando o dente desliza no fio durante as movimentações”, diz o especialista.
Se essa má higienização causar uma cárie, o atraso pode ficar ainda maior. “Caso isso ocorra durante o tratamento, precisamos interrompê-lo e remover o bráquete daquele dente para que o paciente faça uma restauração. Isso gera atraso, despesa e transtornos para o paciente”, diz o ortodontista.
Uso incorreto de elásticos
É muito importante que o paciente fique atento na maneira correta de usar os elásticos. “O uso incorreto destes acessórios pode causar até mesmo movimentos indesejados que precisarão ser corrigidos futuramente. O pouco uso também vai resultar em mais tempo de aparelho, pois o ortodontista indica esse recurso justamente porque ele pode agilizar o tratamento ortodôntico. Pacientes que fazem bom uso desses elásticos costumam ficar menos tempo de aparelho”, diz Alexandre.
Hábitos ruins
Muitos tratamentos são feitos para corrigir problemas que foram causados por hábitos errados como chupar dedo ou engolir de maneira errada. “Se o paciente e os pais não se esforçam para parar com esses hábitos, além do tratamento ser mais demorado, há uma grande chance de o problema voltar após o término do uso”, diz o ortodontista.
Não uso ou uso incorreto da contenção
O período de contenção após o tratamento ortodôntico é tão importante quanto o tratamento por si só, pois ele serve para manter os resultados obtidos. “Estamos sempre crescendo e passando por mudanças e não há como prever o que vai acontecer com os dentes dos pacientes após a remoção do aparelho. Pacientes que não usam a contenção e não têm esse acompanhamento podem perder os resultados ganhos a tanto custo e esse é para mim o pior atraso de todos: ter que refazer um trabalho que já foi feito”, diz Alexandre.
Agência Beta