ROTANEWS176 E BRASIL SEIKYO 12/02/2018 21:05
Cenário Histórico: A carta Saldar ad Dividas de Gratidão está entre os cinco escrito mais importantes de Nichiren Daishonin.
Datada de 1276, pouco mais de dois anos após Daishonin ter se estabelecido em Minobu, esse escrito foi motivado pelo notícia da morte de Dozen-bo,’ Sacerdote do templo Seicho-ji e mestre de Nichiren Daishonin quando este ingressou no templo para estudar, aos 12 anos.
Logo após receber a notícia de sua morte , Daishonin escreveu este tratado como uma expressão de gratidão a Dozen-bo e o enviou a joken-bo e a Gijo-bo, dois sacerdotes seniores da época em que ele ingressou no templo e que, posteriormente, se tornaram seus seguidores. Daishonin os instruiu a lerem o texto em voz alta em Kasagamori, onde havia recitado Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez e também diante do túmulo de seu falecido mestre.
Em 1233, Nichiren Daishonin ingressou no templo Seicho-ji para estudar o budismo, tendo Dozen-bo como seu mestre. Naquela época , os templos serviam como centros religiosos e de aprendizagem, Durante sua permanência neste templo, Daishonin desenvolveu uma extraordinária habilidade literária, que mais tarde provou ser extremamente útil para propagar seus ensinamentos, além de embarcar numa longa jornada para encontrar e proclamar a verdade única do budismo, que havia sido obscurecida pelas escolas desencaminhadoras da época.
Mais tarde, aos 32 anos, Daishonin retornou ao templo Seicho-ji, após mais de dez anos de estudos, e na manhã do dia 28 de abril de 1253, revelou o Nam-myoho-renge-kyo o único ensinamento capaz de conduzir as pessoas dos Dias da Lei a iluminação.
Frase 1 do escrito
“Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente, o Nam-myoho-renge-kyo se propagará por dez mil anos e mais, por toda a eternidade, pois é dotado do poder benéfico de abrir os olhos cegos de todos os seres vivos do Japão e de bloquear a estrada que leva ao inferno de incessantes sofrimentos. Esse poder benéfico supera o de Dengyo e Tiantai, e também sepera o de Nagarjuna e o de Mahakashyapa.” (CEND. v. I, p. 770)
Somos bodisatvas da terra dos dias atuais
Pessoas de todos o mundo tem ido ao Japão participar do significativo gongyo de juramento no Auditório do Grande juramento pelo kossen-rufu (Paz mundial) –Daiseido. Nessa solene cerimônia, a frase 1 é sempre apresentada aos participantes devido ao seu profundo significado. É se duvidas um dos mais importantes e conhecidos ensinamentos do buda Nichiren Daishonin e reflete seu juramento repleto de coragem e compaixão pelo bem da humanidade.
Ainda muito jovem, Nichiren Daishonin fez o juramento de se tornar a pessoa mais sábia do Japão para conduzir todas as pessoas à iluminação. Acredita-se que o fato de ele presenciar o grande sofrimento do povo japonês de sua época fez com que sentisse forte empatia pelo sofrimento dos demais. De fato, Daishonin viveu para cumprir esse nobre juramento.
O presidente Ikeda declara que, ao revelar o Nam-myoho-renge-kyo, Nichiren Daishonin cumpriu seu seu juramento feito na juventude e ainda, saldou sua dívida de gratidão para com seu falecido mestre, Dozen-bo.
Em outro trecho da explanação, Ikeda sensei afirma: “Quando Daishonin escreveu ‘Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente’ (CEND. v. I, p. 770), deve ter desenhado em sua mente o surgimento de uma rede cada vez maior de indivíduos dedicados a praticar a Lei Mística. Esses bodisatvas da terra, como seus sucessores que possuem ‘a mesma mente que Nichiren’ (Ibidem, p. 404) e apaixonados pelo grande juramento pelo kossen-rufu, conduziriam as pessoas deste mundo saha à iluminação” (Terceira Civilização, ed. 580, dez. 2016 p.55). Nos dias de hoje, não há duvida de que esses bodisatvas da terra que surgiram em todas as partes do mundo, tendo ‘a mesma mente que Nichiren’ somos nós, membros da SGI, que diariamente propagam a Lei, encorajam as pessoas e promovem diversas atividades pelo kossen-rufu (Paz mundial), em meio à realidade da vida diária. Sensei continua: “Daishonin afirma que a Lei Mística – a Lei fundamental do universo – e a prática budista com base nessa Lei são a fonte ‘do poder benéfico de abrir os olhos cegos de todos os seres vivos do Japão’ (CEND, v. I, p. 770). (…) Com forte fé na Lei Mística, rompemos a ignorância da escuridão fundamental e despertamos e revelamos o estado de buda dentro de nós” (Ibidem).
O mestre afirmou que “bloquear a estrada que leva ao inferno de incessantes sofrimentos” refere-se à convicção de Nichiren de mudar o destino da humanidade e fazer feliz quem está sofrendo. Por isso, é importante esclarecer a causa fundamental do sofrimento e dissipar a escuridão por meio do Nam-myoho-renge-kyo.
Época ideal para expandir o budismo
Frase 2 do escrito
“Cem anos de prática na Terra da Perfeita Felicidade não se comparam aos benefícios obtidos num único dia de prática na terra impura. Dois mil anos de propagação do budismo de nos Primeiros e nos Médios Dias da Lei são inferiores a uma única hora de propagação nos Últimos Dias da Lei. Isto não se deve, de forma alguma, à sabedoria de Nichiren, mas simplesmente porque está de acordo com o tempo. Na primavera, as flores desabrocham ; no outono, os frutos surgem. O verão é quente: o inverno, frio. Isso se deve à ordem das estações, não é?” (CEND,v.I, p. 770)
Nesta parte, aprendemos como é extraordinário praticar o Budismo Nichiren e propagar a recitação do Nam-myoho-renge-kyo na atualidade. Por vivermos nessa época marcada por conflitos, desigualdades, catástrofes ambientais, guerras e sérios problemas sociais, onde a Lei Mística está obscurecida, o fato de praticamos este budismo e o propagamos por um único dia ou mesmo uma única vez é mais importante do que praticar por cem anos em época em que a Lei é plenamente reconhecida e respeitada.
Da mesma forma, propagar a Lei Mística na era conturbada em que vivemos é uma ação de profunda coragem e benevolência. Como consequência, a pessoa que faz shakubuku (novo associado) será sem falta a mais feliz.
Sobre a compaixão, Ikeda sensei afirma em sua explanação: “A compaixão budista tem dois aspectos: ‘conceder alegria e libertar do sofrimento’ (cf. OTT, p. 173). A palavra japonesa para a compaixão (jihi) é escrita com dois ideogramas chineses, que representam respectivamente os termos em sânscrito ou em páli maitri, que significa “amizade”, e karuna ou anukampa, cujo significado é “piedade, simpatia, bondade e empatia” (Terceira Civilização, ed. 580, dez. 2016, p. 55).
É nos assegura: “Toda sensei disse: ‘Sinto profundamente que os tempos atuais são característica por pessoas que conduzem a vida diária sem nenhum senso de compaixão pelos outros. Insensibilidade e indiferença definem nossos tempos’. Ele ainda acrescentou: ‘Temos de criar mais pessoas cujas ações naturalmente transbordem de compaixão’. (Ibidem, p. 54)
Esta é a época do shakubuku (novo associado)! A época de proporcionar a cada pessoa a oportunidade de conhecer seu real potencial e despertá-lo. A oração e a ação de cada um de nós, embasadas no juramento seigan, são a chave para a transformação real da época em que vivemos. A paz, a justiça e o respeito a dignidade da vida, tão aguardados pelas pessoas, estão contidos nos resultados das ações apaixonadas de cada um de nós, bodisatva da terra.
Por fim, Ikeda sensei conclui: “A prática do shakubnku constitui originalmente o ‘trabalho do budo’, uma prática budista que não pode ser realizada sem compaixão. Na verdade, é muito difícil para nós, pessoas comuns, o que substitui a compaixão é a coragem. E mantendo sua orientação no coração, nossos membros têm corajosamente ido ao encontro das pessoas, na sociedade, para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin” (Ibidem, p. 57).
ENCONTRO COM O MESTRE 14 de outubro 2017 JORNAL BRASIL SEIKYO Pagina B2
Vestir a “armadura da perseverança”
TRECHO DO ESCRITO REGISTRO DOS ENSINAMENTOS TRANSMITIDOS ORALMENTE
A prática do bodisatva jamais Desprezar de se curvar em reverência baseia-se no ensinamento de que as pessoas para as quais ele se curvava “infalivelmente atingiriam o estado de buda” [cf. LSOC, cap. 20, p. 309] e consiste, portanto, numa expressão de piedade e compaixão. Consequentemente, embora as pessoas “pegassem pedaços de madeira ou telhas e pedras e o golpeassem e o apedrejassem” [Ibidem], ele persistia em seus esforços “expondo a Lei de modo assertivo, mesmo que isso os irritasse” [Palavras e Frases do Sutra do Lótus, v. 10, de Tiantai], uma conduta emanada de seu sentimento de piedade e compaixão
Como nos ensinam que a mente do Buda é de imensa piedade e compaixão, nós nos curvamos em reverência em reconhecimento a essa piedade e compaixão. (OTT, p. 163-64)
“A conduta respeitosa do bodisatva jamais Desprezar despertava a ira daquelas pessoas de mente impura com quem ele se encontrava”
Esse trecho do Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente explica que a prática do bodisatva jamais Desprezar de demonstrar profundo respeito aos outros era expresso de compaixão. Especificamente, Nichiren Daishonin afirma: “Embora as pessoas ‘pegassem pedaços de madeira ou telhas e pedras e o golpeassem e o apedrejassem’, ele persistia em seus esforços, ‘expondo a Lei de modo assertivo, mesmo que isso os irritasse’, uma conduta emanada de seu sentimento de piedade e compaixão” (cf. OTT, p. 164).
A conduta respeitosa do bodisatva jamais Desprezar despertava a ira daquelas pessoas de mente impura com quem ele se encontrava, e elas reagiam atacando-o, indivíduos de má índole o menosprezavam, declarando que lelé não fazia nenhum esforço para dominar os ensinamentos budistas, e simplesmente ficava perambulando e se curvando para as pessoas (cf. LSOC, cap. 20, p. 308). Quando ouviam o bodisatva jamais Desprezar, o qual as pessoas consideravam interior a elas, dizer “vocês infalivelmente atingirão o estado de buda” (Ibidem) – ou seja, se praticarem o caminho do bodisatva, infalivelmente se tornarão budas – achavam impossível aceitar e reagiam com hostilidade.
Os membros da organização nos primórdios do nosso movimento passaram pela mesma experiência. Apesar de terem e estarem lutando contra o próprio carma como pobreza ou doenças, eles iam ativamente ao encontro das pessoas para compartilhar com elas o Budismo Nichiren. Deparavam-se, porém, com zombarias ou insultos e elas lhes diziam para voltarem quando tivessem resolvido seus próprios infortúnios e se tornassem felizes.
Entretanto, o bodisatva jamais Desprezar suportou com paciência as zombarias, a execração e os insultos desferidos contra ele e conquistou o benefício da purificação dos seis órgãos sensórias (cf. LSOC. 20, p. 310). De modo semelhante em seus esforços para compartilhar o budismo com os outros, acolhendo cada obstáculo ou dificuldade que enfrentavam como oportunidade para fazer a sua revolução humana e transformar o carma. Aí reside a vitória dos nossos leais heróis da Lei Mística, bravos bodsatvas da terra, que vestem a “armadura da perseverança.
Edição 2.391 Pagina – B3
“Três regras de pregação” após o falecimento do Buda
Toda sensei dizia sempre que, para nós pessoas comuns, a ação corajosa pode substituir a compaixão [que pode ser difícil de manifestar]. Nós da Soka Gakkai, estamos efetuando ações corajosas e perseverantes para manter diálogos em meio à realidade desta era problemática para despertar a natureza de buda que as pessoas possuem, embora ainda não tenham consciência do fato. Poderíamos ser realmente denominados bodisatvas jamais. Desprezar da atualidade, que assimilaram as “três regras de pregação”
O poder do diálogo para formar maravilhosos laços com o budismo
Os ataques enfrentados pelo bodisatva jamais Desprezar não o fizeram abandonar a pratica de se curvar em reverência aos outros, pois ele possuía fé completa e integral na natureza de buda de todos com quem se encontrava.
Nichiren Daishonin explica a frase “expondo a Lei de modo assertivo, mesmo que isso os irritasse” [extraído de Palavras e Frases do Sutra do Lótus de Tiantai]:
Deve-se persistir, por todos os meios, em ensinar-lhe o Sutra do Lótus e fazer com que [as pessoas dos Últimos Dia da Lei] o ouçam. As pessoas que acreditam nele com certeza atingirão o estado de buda, enquanto as que o caluniam formarão uma uma “relação do tambor venenoso” com ele e poderão, igualmente, atingir o estado de buda. (CEND, V. ii, P. 145)
Ações compassivas imbuídas de oração e convicção com certeza ajudam outras pessoas a formar um vínculo com o Budismo Nichiren. Mesmo que a pessoa rejeite o que dizendo na ocasião, isso permitirá que ela crie um laço com o budismo nas profundezas de sua vida. Por meio do benefício da relação inversa , os quatro tipos de seguidores arrogantes – monges, monjas, leigos e leigas – que atacaram o bodisativa jamais Despreza, posteriormente puderam encontra-lo novamente e abrir o caminho da felicidade na própria vida. Esse é o ensinamento do Sutra do Lótus.
Por essa razão, se ajudarmos convictamente os outros a formar um vínculo com o Budismo Nichiren, a despeito da capacidade delas para compreender o ensinamento, possibilitamos que um dia despertem sua natureza de buda. Quando recitamos sinceramente pela felicidade das demais pessoas, ratificamos tanto a nossa própria natureza de buda como a delas. Sem nos deixar influenciar pela reação imediata dos outros, seja negativa ou positiva, devemos continuar compartilhando o budismo com sabedoria e paciência, exatamente como faz o bodisatva jamais Desprezar