ROTANEWS176 E POR SAÚDE EM DIA 11/02/2023 13:40 Por Milena Vogado
Léo, filho de Marília Mendonça, foi diagnosticado com diabetes tipo 1. A avó da criança afirma ser resultado da saudade que o garoto sente da mãe.
Reprodução/Foto-RN176 Saúde emocional pode desencadear diabetes? Médicos respondem – Foto: Reprodução Instagram (@mariliamendoncacantora)
A mãe da cantora Marília Mendonça, Ruth Dias, revelou recentemente que seu neto, Léo, desenvolveu diabetes tipo 1 após a morte da mãe. De acordo com ela, a causa do quadro teria sido de origem emocional, devido à saudade que a criança sente.
Conforme o Dr. Fadlo Fraige Filho, endocrinologista e presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), fatores emocionais não causam a diabetes, mas podem desencadear a doença. “Nós sabemos que diversas doenças autoimunes se desencadeiam por estresses violentos, como é o caso do menino. Isso implica o desenvolvimento por esse processo autoimune de anticorpos anti às células que produzem insulinas no pâncreas, caracterizando o desenvolvimento do diabetes tipo 1”, explica.
Segundo o médico, existem outras causas que podem levar a esse processo autoimune, o que ainda é pouco esclarecido. A psicanalista Dra. Andrea Ladislau concorda. “Até porque as doenças crônicas não são causadas por fatores emocionais, isso é um mito. No entanto, fatores emocionais podem agravar, acelerar ou intensificar os sintomas de doenças crônicas”, esclarece a especialista.
Psicossomática – como a saúde mental reflete no corpo
A psicanalista explica que isso tem a ver com a psicossomática – isto é, a produção dos hormônios do nosso corpo, a resposta que os neurotransmissores nos trazem, e como isso se reflete da mente para o corpo. “Ou seja, tudo o que eu não resolvo na minha mente, pode se refletir de alguma forma no meu corpo através de doenças, como um sinalizador de que está errado”, afirma.
Essas mensagens da mente são enviadas pro corpo, o que vai agravar principalmente se a pessoa tem, por exemplo, uma doença autoimune, que é resultado de questões genéticas. “Fatores emocionais vão agravar os seus sintomas, fazer com que essas doenças se tornem cada vez mais crônicas e afetem cada vez mais esse indivíduo”, destaca.
Andrea explica que é relativamente comum a criança sob estresse emocional desenvolver alguns aspectos relacionados a doenças biológicas. “Alguns reflexos no seu próprio corpo que podem vir a demonstrar que algo está errado”, afirma. Ela cita, por exemplo, o surgimento de urticária (coceira), rosáceas, tiques, “mãos inquietas” ou muitas repetições de palavras. Segundo a psicanalista, tudo isso é um sinal que alguma coisa está em desequilíbrio no emocional dessa criança e ela precisa de uma atenção maior.
Para o Dr. Fadlo, a psicoterapia é a melhor forma de tratamento – ou menos das questões emocionais. “É importante buscar ajuda de um profissional, principalmente de um psicólogo infantil, ou às vezes até um neuropediatra para que se faça uma investigação adequada, para que se faça alguns testes para identificar qual pode ser a questão dessa criança”, reforça Andrea. Ela alerta que o tratamento deve começar logo que os pais percebem algo errado no comportamento do pequeno, a fim de evitar transtornos emocionais futuros.
Diabetes tipo 1
Além das questões emocionais, o pequeno Léo, filho de Marília Mendonça, também terá que conviver por toda a vida com a diabetes tipo 1 – subtipo que atinge 5% de todos os pacientes diabéticos e é irreversível, explica o Dr. Fadlo. Conforme o endocrinologista, alguns sintomas indicam diabetes tipo 1 em crianças, são eles:
- Beber muita água;
- Urinar muito;
- Emagrecimento rápido;
- Desidratação.
“Sem tratamento rápido, pode levar ao coma diabético. Por isso a criança precisa de atendimento rápido e tratamento adequado”, alerta.
O tratamento, segundo o médico, deve ser feito através da substituição do que o pâncreas saudável faria naturalmente, que é a injeção de insulina. Hoje em dia nós contamos com insulinas que imitam o que um pâncreas normal faz. Então nós temos insulinas basais, que cobrem 24 horas, e temos as insulinas ultra rápidas que cobrem exatamente aquele aumento da glicemia após a alimentação. Essas essas insulinas são aplicadas antes das refeições, geralmente café, almoço e jantar”, explica.
O profissional ressalta que existem hoje uma série de aperfeiçoamentos que tornam o tratamento da diabetes tipo 1 mais confortável para o paciente. Para evitar as constantes picadas da insulina, por exemplo, Léo pode recorrer a um sistema de infusão contínua de insulina. “Claro, a alimentação é fundamental, e o exercício também”, destaca o especialista.
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