ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 02/09/2021 08:16
RELATO
Sem temer os desafios, Barbara avança a cada dia com a determinação de ser feliz e inspirar as pessoas
Reprodução/Foto-RN176 Barbara Figueirôa, Bloco Torre, Comunidade Beira Rio, RM Pernambuco Norte, CRE Leste, CGRE – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Iniciei a prática budista em 1997, aos 17 anos, numa fase em que apresentava sintomas de transtorno do pânico, que cessaram à medida que recitava daimoku e participava das atividades da organização, em paralelo ao meu tratamento.
Mas, sem dúvida, foi atuando na Divisão dos Jovens, como na Asas da Paz Kotekitai [banda da Divisão Feminina de Jovens (DFJ)], na Divisão dos Universitários e como vice-responsável pela DFJ e responsável pela Divisão dos Estudantes da Região Estadual Pernambuco [atual RM Pernambuco Norte], onde moro, que construí uma sólida base na juventude que me permitiu avançar em todas as etapas e me tornar vitoriosa.
Grandes conquistas
Cursei fonoaudiologia na faculdade, fiz pós-graduação na área, porém, não me sentia satisfeita com o retorno profissional. Assim, buscando readequar minha carreira, comecei a trabalhar como recepcionista para pagar curso de língua inglesa com vistas ao ingresso no mestrado. Nesse percurso, iniciei também pós-graduação em saúde coletiva e me identifiquei completamente com esse campo. Ao final da pós, prestei concurso para residência nessa área e ingressei no serviço público de saúde como estudante, com direito à bolsa de estudos para residentes.
Passados dois anos, meu objetivo era conseguir um trabalho para participar da Convenção Cultural dos Jovens da Nova Era, realizada no dia 3 de maio de 2009, em São Paulo, arcando com os custos da viagem. E, em março daquele ano, comemorava essa conquista ao ser contratada pelo Ministério da Saúde (MS), na Secretaria Estadual de Saúde em Pernambuco (SES/PE). Participar daquela atividade foi marcante.
Nos anos que se seguiram, desenvolvi atividades na SES/PE voltadas à vigilância dos óbitos maternos, infantis e fetais, análise, monitoramento e avaliação da situação de saúde. Além disso, busquei qualificar meu currículo, cursando mestrado em avaliação em saúde. Atuei como professora-tutora de curso de aperfeiçoamento e de pós-graduação na minha área, publiquei artigos científicos, participei de importantes projetos de pesquisa desenvolvidos na SES/PE em parceria com importantes instituições e realizei intercâmbios com outros países para aprimorar o idioma inglês.
Avançar sempre
Ingressei na Divisão Feminina (DF) quando me casei, em 2012. Em fevereiro de 2016, nascia meu filho, Joaquim. Eu estava no terceiro ano do doutorado e, no início de 2017, meu orientador sugeriu que redirecionássemos a pesquisa com a inclusão do banco de dados de um dos projetos desenvolvidos, pois o prazo para a coleta de informações havia expirado.
Reprodução/Foto-RN176 Barbara em seus filiares, amigas de trabalhos e com os membros da localidade – Editora Brasil Seikyo – BSGI
Decidi agarrar essa opção e comecei o trabalho praticamente do zero, tendo apenas um ano para finalizar o curso. Foi um período muito intenso, pois trabalhava durante a semana e, praticamente todos os fins de semana, estava ocupada com o doutorado. Joaquim tinha recém-completado 1 ano e foi muito sofrido abdicar da presença física dele tantas vezes. Contudo, não deixei de recitar daimoku e, em meados de 2018, defendia minha tese, agradecendo aos que me apoiaram, incluindo Ikeda sensei, que ocupa posição de honra na epígrafe da tese.
Chegou 2020 e a pandemia do novo coronavírus. Realizando trabalho remoto, fiquei mais presente na rotina da família e mais atenta à saúde. Em setembro do ano passado, ao saber da possibilidade de possuir uma doença crônica grave, algo que não se confirmou, recorri à estratégia do Sutra do Lótus, determinada a vencer na recitação do daimoku pela manhã, e a convicção de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”.
Em dezembro, questões familiares recorrentes se manifestaram, e meu marido e eu resolvemos nos separar. O processo, ainda que não seja fácil, ocorreu da melhor maneira e tudo foi se encaixando. Ikeda sensei cita: “A vida é uma real luta contra sofrimentos e contra o destino. Apesar de tudo, da mesma forma como o lótus exala a fragrância de uma flor nobre, mesmo nascendo nas águas de um pântano, é possível uma pessoa juntamente com outra criar um grande elo de felicidade e de vitória. Não importam as circunstâncias, é possível!”.1
No trabalho, decidi mudar de área, sendo aprovada em dois processos seletivos. Optei por atuar no Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde Estadual (CIEVS/PE), continuando na área da vigilância em saúde, mas agora com ampliação do processo de trabalho dentro da epidemiologia.
Iniciei as atividades em abril de 2021 com a equipe que trabalha diretamente com a produção das informações sobre a Covid-19, uma rotina bem desafiadora e demandas intensas, às quais concilio com as tarefas de casa e a maternidade. Nesse sentido, a prática da fé é fundamental, e neste ano já completei um milhão de daimoku, o que permite trazer à consciência nossa missão original. Minha missão é ser luz e esperança na vida das pessoas. Para isso, minha determinação é não sucumbir à realidade previsível restrita da mente do mortal comum. Tal como Nichiren Daishonin afirma: “O bodisatva da terra não se deixa influenciar pelas leis do mundo. Ele é semelhante à flor de lótus que se mantém límpida e pura mesmo nascendo num pântano. Esse bodisatva surge espontaneamente da terra”.2
Barbara Figueirôa, 40 anos. Sanitarista. Bloco Torre, Comunidade Beira Rio, RM Pernambuco Norte, CRE Leste, CGRE.
Notas:
- Brasil Seikyo, ed. 2.123, 17 mar. 2012, p. A1.
- Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 519.