ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 15/02/2020 10:00
Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI
Em maio de 1963, no terceiro aniversário da posse de Shin’ichi Yamamoto como presidente da Soka Gakkai, foram criadas novas regionais nas regiões de Chubu e de Hyogo. Com o acréscimo dessas duas novas regionais, o número total subiu para 20, com 87 distritos gerais e 463 distritos. Em setembro do mesmo ano, ficou pronto o prédio da nova sede da Soka Gakkai em Shinanomachi, Tóquio. Foi um período de desenvolvimento dinâmico tanto da organização como de suas instalações.
No primeiro capítulo, “Expansão”, do volume 8, Shin’ichi sente intensamente que deve construir uma base sólida para o kosen-rufu mundial durante a sua existência e não gostaria de perder aquela oportunidade de ouro de propagar o Budismo de Nichiren Daishonin. Alicerçado pela determinação de preservar por toda a eternidade o espírito dos seus predecessores — os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda —, que mesmo em face das perseguições implacáveis dedicaram a vida à consolidação da paz e da felicidade para toda a humanidade, ele se empenha incansavelmente para desenvolver líderes com o coração transbordante do espírito da Soka Gakkai. Portanto, conclama os líderes, em cada região do Japão, a despertar para a missão e para o senso de responsabilidade pelo kosen-rufu e instila uma nova determinação no coração de cada membro.
Certa ocasião, numa reunião com alguns diretores da Soka Gakkai, Shin’ichi relembra uma orientação do seu mestre:
O presidente Josei Toda comentou naquele dia que as orientações não estavam refletindo positivamente nos resultados das atividades. Disse que o problema não estava nos membros, mas na consciência dos líderes em relação à prática da fé e ao desenvolvimento como responsáveis das respectivas organizações. Ele chegou a dizer que a causa dessa situação estava nele próprio por ser o presidente e que deveria se autoaprimorar. (p. 24)
Ao mesmo tempo em que descreve a própria luta de desafiar a si mesmo para obter o desenvolvimento pessoal, Shin’ichi também solicita aos diretores que compartilhem desse compromisso.
Num diálogo com alguns líderes da província de Hyogo, ele frisa a importância de se criar a união:
Os veteranos devem procurar criar jovens valorosos e prezar suas ideias e opiniões. Nossa organização consegue evidenciar sua verdadeira força quando os jovens e os veteranos se unem e lutam em harmonia visando um objetivo. (p. 33)
Posteriormente, durante uma visita a Amami Oshima, uma ilha remota próxima à costa de Kyushu, ele discorre sobre os obstáculos que podem impedir a concretização do kosen-rufu, concluindo:
O rigor das condições em que vivem atrapalham suas atividades. Mas, o fator principal é a indolência no coração dos líderes. “Eu já fiz de tudo em minha comunidade e é impossível um crescimento maior” ou “Não é possível alcançar o objetivo que foi lançado” — se existir esse tipo de pensamento nos líderes, não terão mais êxito em nenhuma atividade. (p. 61)
Discute também a atitude correta para um líder, observando que “líder” é outra maneira de designar “aquele que é responsável pelo kosen-rufu”.
No capítulo “Espada Preciosa”, Shin’ichi devota-se de corpo e alma para promover o desenvolvimento dos jovens, considerados por ele como a “espada preciosa” na luta pelo kosen-rufu. No curso de aprimoramento da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), um rapaz lamenta o fato de haver apenas um pequeno número de membros da DMJ em sua localidade e a situa-
ção ser muito dura. Shin’ichi responde: “Se você é jovem, levante-se só. Tudo mudará a partir dessa atitude” (p. 78).
Depois de compartilhar com os jovens as experiências vivenciadas por ele na Campanha de Fevereiro de 1952,1 Shin’ichi dirige-se ao rapaz e diz: “Levante-se como um jovem orgulhoso por pertencer à Gakkai. Irei acompanhar sua atuação” (p. 79). Ele tenta incutir nesses jovens a compreensão de que a bravura do mestre diante de obstáculos e perseguições reside no espírito de levantar-se só.
Fé destituída de dúvidas
No dia 1º de julho de 1963, Shin’ichi comparece a uma reunião de líderes da Divisão Masculina de Jovens em Tóquio, onde anuncia que a sétima cerimônia (sexto aniversário de falecimento) em memória de Josei Toda, marcada para abril do ano seguinte, estabeleceria o início da “fase essencial” do desenvolvimento da Soka Gakkai. Isso se refere ao período em que o kosen-rufu se concretiza de forma efetiva, não em conceito ou teoria, um período em que todas as áreas das atividades humanas, entre elas, educação, arte, governo e finanças poderão prosperar à plenitude. Trata-se da época em que os discípulos abrem suas asas e alçam voo rumo à consolidação do kosen-rufu.
Shin’ichi esclarece que o fator fundamental para alcançar a vitória na fase essencial é acreditar no Gohonzon com uma fé destituída de dúvidas que fluísse como um rio cristalino, independentemente do que pudesse acontecer, e assegurar que a Soka Gakkai sempre se mantivesse como uma organização de fé pura e límpida.
O capítulo “Correnteza Pura” define a verdadeira natureza das funções da maldade por meio da análise da conduta de indivíduos que se aproveitaram da organização ou dos membros por vantagem pessoal e abandonaram a fé. Eles habitualmente rotulam a Soka Gakkai e o próprio Shin’ichi de “grandes vilões” e descrevem-se como vítimas que batalham pela verdade e justiça. Assim operam os “demônios perversos que se apossam dos outros”.
Forças da maldade buscam semear discórdia entre os praticantes e causar problemas na organização devotada ao kosen-rufu. A reação aos boatos mentirosos espalhados por aqueles que abandonaram a fé é reflexo da condição de vida, do caráter e do conceito de humanismo de cada um. Portanto, é importantíssimo não se deixar enganar e reconhecer a verdadeira natureza das funções da maldade.
Esse capítulo detalha as consequências deploráveis enfrentadas por aqueles que abandonaram a fé. Gravemos no coração a passagem apresentada a seguir.
No capítulo “Grande Montanha”, do volume 30, da Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda cita as palavras de Toda sensei:
Nesta era dos Últimos Dias da Lei, a Soka Gakkai propagou a Lei para toda essa multidão de pessoas e a salvou dos sofrimentos. Nos sutras do futuro estará solenemente registrado o nome “Buda Soka Gakkai”.
Nesse mesmo capítulo, o presidente Ikeda aponta: “Nossa organização, por ser o ‘Buda Soka Gakkai’, deve criar a eterna correnteza de sucessores e continuar cumprindo sua grande missão pelo kosen-rufu” .
O kosen-rufu consiste numa batalha incessante e contínua entre o buda e as funções da maldade. Portanto, mantenhamos uma fé pura por mais que as tempestades de obstáculos e as forças da maldade invistam contra nós.
A radiante ponte da amizade
O capítulo “Torrente” narra os acontecimentos de 1964, primeiro ano da fase essencial, em que os membros da Coreia do Sul começam a vivenciar sérios obstáculos no curso do kosen-rufu.
No início de janeiro, os jornais sul-coreanos subitamente passam a publicar artigos contendo críticas à Soka Gakkai. A partir daí, circunstâncias sociais adversas assolam o movimento pelo kosen-rufu naquele país. No entanto, os membros sul-coreanos mantêm com firmeza a prática budista, acreditando resolutamente que chegaria o dia em que poderiam participar das atividades da Gakkai com total liberdade. Cada membro se empenha com afinco para se tornar um cidadão exemplar e expandir a rede de confiança por meio do esforço voluntário para a melhoria de sua comunidade.
Shin’ichi recita daimoku todos os dias para que os membros da Coreia do Sul trabalhem incansavelmente para construir uma ponte da amizade e da confiança entre aquele país e o Japão pela promoção de intercâmbios culturais e educacionais.
Mais de trinta anos depois, em maio de 1998, Shin’ichi recebe o título de doutor honoris causa em filosofia da Universidade Kyung Hee, da Coreia do Sul, e, no dia 18 de maio, realiza sua primeira visita à sede da SGI-Coreia do Sul. O capítulo “Torrente” se encerra com esse episódio, que assinala o triunfo dos membros sul-coreanos.
A publicação em série do capítulo “Torrente” no Seikyo Shimbun, narrando a história do movimento pelo kosen-rufu na Coreia do Sul, iniciou-se em 17 de julho de 1998. Era o aniversário da Campanha de Osaka de 1957,2 na qual o presidente Ikeda bradou de forma inabalável e indômita: “Aqueles que se empenham na fé com tenacidade infalivelmente se sagrarão vitoriosos!”
Em maio de 1999, o presidente Ikeda partiu de Fukuoka, no Japão, para a ilha de Jeju, na Coreia do Sul, e recebeu o título de doutor honoris causa em língua coreana e literatura da Universidade Nacional de Jeju. Na ocasião, manteve diálogo com Cho Moon Boo, presidente da universidade, ampliando ainda mais a rede da paz. Além disso, incentivou sinceramente os membros da ilha de Jeju nas sessões de fotos comemorativas.
No início deste mês (maio de 2019), em parceria com a Universidade Soka, a Universidade Nacional de Jeju realizou um simpósio celebrando o 20º aniversário de outorga desse doutorado honorário. Hoje, a ponte da amizade entre a Coreia do Sul e o Japão construída pelo presidente Ikeda está se expandindo de maneira cada vez mais esplêndida.
Principais trechos
Se pretendem transformar as circunstâncias da vida, a única coisa a questionar é se possuem espírito de luta e paixão pelo kosen-rufu tão radiantes e ardentes como o Sol. (Expansão)
Os preparativos de uma reunião são naturalmente importantes. Porém, a participação é quase sempre das mesmas pessoas, embora haja muitos outros membros. Existe geralmente o dobro de integrantes em cada localidade em relação às pessoas que comparecem nas reuniões. Por isso, é preciso estender a assistência aos que estão distantes das reuniões programando visitas para esses membros. Dessa forma, é possível solidificar a Gakkai, expandi-la ainda mais e ampliar a correnteza do kosen-rufu. Uma atividade não alcança o pleno sucesso sem a promoção da orientação individual. (Espada Preciosa)
Mesmo assim, o debate pela justiça deve ser mantido a todo custo e é essa disposição inabalável que moverá o coração das pessoas na luta pela paz e felicidade. As pessoas que se empenham seriamente nesse debate dignificam sua inabalável convicção. (Correnteza Pura)
Todos os tipos de atividades da Gakkai visam ao desenvolvimento de seus integrantes na prática budista e ao avanço do kosen-rufu. Perdendo-se de vista esses pontos fundamentais, perde-se também o propósito de promover as atividades. (Correnteza Pura)
A organização é um mundo em que não existe nenhum tipo de discriminação. Todos possuem o direito à felicidade, especialmente as pessoas que mais sofrem. (Torrente)
Resumo do conteúdo
Expansão
Shin’ichi combate a tendência a um comportamento burocrático dentro da organização. Ele visita Amami, uma das ilhas remotas do Japão, assentando os alicerces para o desenvolvimento do kosen-rufu.
Espada Preciosa
Shin’ichi declara que a Soka Gakkai ingressará em sua “fase essencial” em abril de 1964, por ocasião da sétima cerimônia em memória do presidente Josei Toda. Ele se concentra em treinar os jovens, dando início a uma série de explanações sobre as Cento e Seis Comparações.
Correnteza Pura
Um escândalo envolvendo alguns líderes da Soka Gakkai revela a verdadeira natureza das funções da maldade que atuam para obstruir a organização devotada a realizar o kosen-rufu.
Torrente
O mundo se abala com a notícia do assassinato do presidente John F. Kennedy. Os membros da Coreia do Sul enfrentam perseguição das autoridades, com a convicção resoluta de que o inverno sempre se torna primavera.
Notas:
- Campanha de Fevereiro: Em fevereiro de 1952, o presidente Ikeda, na época consultor do Distrito Kamata de Tóquio, deu início a uma dinâmica campanha de propagação. Junto com os membros de Kamata, ele quebrou os recordes mensais anteriores de cerca de cem novas famílias, convertendo 210 novas famílias ao Budismo Nichiren.
- Campanha de Osaka: Manifestação realizada para protestar contra a injusta detenção do presidente Ikeda, na época coordenador da Secretaria da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, pela Procuradoria do Distrito de Osaka por causa do Incidente de Osaka, no qual ele foi acusado falsamente de violação da lei eleitoral. Eles se reuniram no Ginásio Municipal de Nakanoshima em Osaka no dia 17 de julho de 1957, dia da libertação do presidente Ikeda, após duas semanas de interrogatórios diante de autoridades.