Sexo na gravidez: relações são liberadas no pós parto? Especialista tira dúvidas

ROTANEWS176 E IG DELAS 03/10/2016 05:00                                                                                              Por Beatriz Bradley

Sexo na gravidez está liberado na maioria dos casos, mas e na quarentena? Segundo especialista o ato pode trazer alguns riscos para a saúde da mulher

Como se não bastasse todas as dúvidas que a maternidade traz às mulheres, ainda existe a questão do sexo na gravidez e, principalmente, depois dela, mais conhecida como o período da quarentena. Afinal, a mulher pode ou não pode manter relações sexuais nos 40 dias após o parto?

Não é segredo para ninguém que o corpo da gestante passa por uma série de mudanças, tanto externamente quanto internamente. Por conta disso, o médico e psicólogo Roberto Debski conta que há uma série de orientações a serem seguidas, principalmente quando envolve o sexo na gravidez.

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Reprodução/Foto-RN176  Sexo na gravidez: as relações estão proibidas nos 40 dias pós parto

Sendo assim, a resposta é não. A mulher deve evitar a penetração nos primeiros 40 dias após parto, seja parto normal ou cesariana. “No parto normal geralmente é feita a episiotomia e episiorafia, que é a incisão e a sutura da região do períneo (entre a vagina e o ânus), e durante este período está acontecendo a cicatrização da região, que está mais sensível e pode machucar ou até infeccionar por um traumatismo decorrente da relação sexual, além da dor local”, explica ele.

Além disso, a vagina da mulher estará menos lubrificada por conta dos hormônios que favorecem a amamentação. “Também pode ocorrer a infecção puerperal ascendente do endométrio, e no caso de cesariana, lesionar a incisão e a sutura dos pontos abdominais e do útero”, completa.

Segundo Roberto, nesse período a mulher está se recuperando de todas as alterações fisicas e psicológias que a gravidez e o parto trazem. “Está preocupada e focada na criança que nasceu, com sua saúde, com a amamentação, seu sono certamente estará alterado, se encontra cansada e com a libido em baixa”. Conseguentemente, o sexo está fora da lista de prioridades, o que não significa que o casal tenha que deixar os momentos de intimidade de lado.

“O casal também deve ser priorizado e não somente assumir o papel de pai e mãe. O vínculo do casal e o bom relacionamento entre ambos é um fator de equilíbrio para a família e de criação de um modelo saudável de relacionamento para este filho que irá crescer”, explica o especialista.

O lado bom é que quando falamos do sexo na quarentena, apenas a penetração está proíbida. O homem e a mulher podem – e devem – namorar, trocar carícias, beijar, abraçar e até mesmo se masturbar. “Somente é contraindicado a estimulação das regiões que estão em fase de cicatrização, como o útero e o períneo”.

Como entrar em um consenso com o parceiro?

A maternidade não afeta o corpo do homem, suas vontades vão continuar as mesmas. Por isso, o especialista explica a importância da compreensão do parceiro para que ele entenda as questões de saúde para a mulher. “A sexualidade saudável é fundamental em um relacionamento, e o fato de se esperar por 40 dias para poder retomar as relações com penetração não deverá ser motivo de crise no casamento, já que há outras possibilidades na troca de carinho, afeto, intimidade que também trarão alívio e bem-estar ao casal”, alerta.

O fato é que uma mulher não pode se sentir obrigada a manter relações, na gravidez ou depois, sem estar preparada para isso. “O tempo para vivenciar a sexualidade saudável será a vida toda em conjunto deste casal, e deve haver a compreensão de ambos que em diversas fases da vida as necessidades serão diferentes, e nada melhor que o diálogo e o entendimento para que as fases difíceis possam ser superadas, renovando e melhorando a qualidade da relação, e aprofundando o amor”, finaliza Roberto.