ROTANEWS176 25/01/2025 09:00 CONHEÇA O BUDISMO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Abrir o caminho para a prática budista a outras pessoas é um ato supremo de compaixão e respeito
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Foto Getty Images
Basicamente, realizar o shakubuku é apresentar a prática do Budismo de Nichiren Daishonin a outra pessoa.
O termo “shakubuku” significa “remover o sofrimento e conceder a alegria”. Um ser humano benevolente possui a atitude compassiva de “remover o sofrimento e conceder a alegria”. São essas duas ações simultâneas que revivem a bondade e dissipam a escuridão na vida das pessoas e da sociedade.
Propagação do budismo
O conceito de shakubuku não se limita apenas a propagar o budismo. A relação com a propagação existe porque Nichiren Daishonin demonstrou que o método mais adequado para propagar o budismo é a benevolência. Em outras palavras, praticar o shakubuku consiste em “propagar o budismo com benevolência”. Sem esse entendimento, o shakubuku pode ser erroneamente confundido como um ato que visa ao aumento do número de adeptos de uma religião ou como uma ação proselitista para forçar as pessoas a aceitar uma nova fé religiosa ou, ainda, como um debate de teorias e conceitos abstratos.
O presidente Ikeda salienta:
Nós somos bodisatvas da terra que nascemos nesta era com o desejo de lutarmos juntos pelo kosen-rufu. Ao orarmos Nam-myoho-renge-kyo com a consciência dessa missão e dessa profunda relação cármica, uma ilimitada força e sabedoria emergem do âmago da nossa vida.
Fazer shakubuku é a ação mais sublime de um buda. Por isso, desafiem realizar shakubuku com máxima alegria e vivacidade.
Shakubuku é o mais supremo e nobre ato humano porque valoriza incondicionalmente cada pessoa destinando-lhe sinceros e incansáveis incentivos.1
Ser feliz com os outros
O objetivo da prática do shakubuku é a conquista da iluminação, ou a felicidade absoluta, tanto de quem ensina o budismo quanto de quem aprende. Realizamos shakubuku para ser felizes com os outros. O presidente Ikeda ressalta:
Desejar somente a própria felicidade é egoísmo. Desejar apenas a felicidade dos outros é hipocrisia. A verdadeira alegria existe quando cada um de nós juntamente com as outras pessoas nos tornamos felizes.2
Sucesso na prática do shakubuku
Não existe segredo, fórmula ou técnica especial para se realizar o shakubuku. Propagar o budismo não é uma questão de ser eloquente ou explicar teorias difíceis. A transmissão acontece por meio do contato de vida a vida.
O que garante o sucesso na realização do shakubuku é o sentimento de alegria e orgulho por realizar essa prática. A alegria de atuar como um discípulo do mestre e o orgulho de servir como emissário do Buda — ter esses sentimentos é fundamental. Isso é propagar o budismo com sinceridade. Os benefícios dessa prática se encontram na alegria sentida por se esforçar em realizar o shakubuku. Não está unicamente na conversão do convidado ou na quantidade realizada.
Ikeda sensei diz:
Muito além da questão de que se cada pessoa com quem conversamos se converte ou não ao budismo, nossa preocupação fundamental deve ser a de promover ainda mais a compreensão e o entendimento sobre nossa filosofia, enquanto trabalhamos em conjunto com as pessoas ao nosso redor para construirmos uma sociedade mais feliz para todos.3
Comportamento e comprovação
Somente as palavras não são suficientes para propagar o budismo porque não se transmite benevolência com explicações. Isso só é possível com o coração que transborda de alegria do estado de buda e que se manifesta no próprio comportamento.
Não há outro caminho para mudar a si próprio e a sociedade por meio do shakubuku que não seja a benevolência. Se quisermos um resultado concreto, precisamos trilhar esse caminho.
No budismo, a benevolência é a manifestação concreta da iluminação na vida de uma pessoa. Recitar daimoku com fé inabalável no Gohonzon é a própria iluminação.
Em nossa atuação pela realização do shakubuku e pelo kosen-rufu, como membros da Soka Gakkai, podemos criar diversas oportunidades para as pessoas terem o contato direto com a Lei Mística. Ikeda sensei nos incentiva dizendo:
Fé é “força para viver”. Fé é a “fonte de felicidade”. Quem se empenha nas atividades da SGI, aplicando o princípio da “prática individual e altruística (aos outros)”, manifesta vivacidade e entusiasmo. Jamais é infeliz.
Realizar shakubuku não é algo fácil, mas não existe causa maior para seu próprio desenvolvimento.
Pelo princípio de “desejos mundanos são iluminação”, a medida de seus esforços e desafios para fazer shakubuku é o exato tamanho da sua felicidade. Preocupar-se sinceramente com a realização de shakubuku é, em si, a grande preocupação de um buda. Por isso, quem realiza o shakubuku já está na condição de vida de um buda.4
Fonte da felicidade
O sucesso nos esforços para realizar o shakubuku depende do alinhamento do nosso objetivo com o propósito dessa prática — a felicidade absoluta do estado de buda. Adotar a felicidade absoluta como objetivo pessoal é o primeiro passo para conquistarmos a iluminação e os benefícios decorrentes dessa condição de vida elevada.
Os passos seguintes consistem em praticar o budismo e se esforçar com rigorosidade consigo e generosidade com as outras pessoas.
Ao mesmo tempo, enfrentamos questões pessoais com o objetivo de torná-las comprovações da nossa vitória como seres humanos. A disposição de encarar as dificuldades sem perder o entusiasmo e o empenho para ligar as pessoas diretamente à Lei Mística são a fonte que sustenta a alegria da prática do shakubuku.
Plantar as sementes
No romance Nova Revolução Humana, o Ikeda sensei comenta sobre o ímpeto de realizar o shakubuku:
Qual o segredo para que outras pessoas pratiquem? Determinação. Enquanto estiverem firmemente decididos vocês transformarão qualquer situação. Essa prática pode ser compartilhada onde quer que estejam. O presidente Josei Toda compreendeu a verdade suprema do Sutra do Lótus enquanto ele estava preso e falou aos carcereiros sobre o budismo. Primeiro é importante orar sinceramente ao Gohonzon para conseguir compartilhar os ensinamentos de Nichiren Daishonin. Quando fizerem isso, aqueles que estiverem procurando o budismo aparecerão em seu ambiente. Também é fundamental que falem sobre a prática com o maior número de pessoas possível. Claro, não há garantia de que eles irão começar a praticar imediatamente, mas o que importa é continuar aprofundando os laços de amizade com diálogos e orar todos os dias para a felicidade delas. Se plantarem as sementes e cuidarem delas fatalmente florescerão e darão frutos. Não precisam ficar impacientes. Além disso, mesmo que seus amigos não ingressem na Soka Gakkai, podem trazê-los às reuniões e estudar e recitar daimoku junto com eles. O importante é deixar as coisas acontecerem naturalmente, pois todos os seus esforços para propagar o Budismo Nichiren retornarão na forma de boa sorte. Mesmo que eles não iniciem a prática, vocês terão feito causas para a sua própria iluminação.5
Fonte:
Terceira Civilização, ed. 570, fev. 2016.
No topo: Getty Images.
Notas:
- Brasil Seikyo, ed. 2.399, 9 dez. 2017, p. C4.
- IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz – Parte 1: Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022, p. 219.
- Brasil Seikyo, ed. 1.925, 26 jan. 2008, p. A3.
- Idem, ed. 2.399, 9 dez. 2017, p. C4.
- IKEDA, Daisaku. Estrela Guia. Nova Revolução Humana. v. 13. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 139.
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO