ROTANEWS176 E POR OLHAR DIGITAL 05/09/2022 16h13 Por Flavia Correia
Poucos dias antes de fazer um sobrevoo em Vênus, no último sábado (3), a espaçonave exploradora Solar Orbiter, operada pela Agência Espacial Europeia (ESA) em parceria com a NASA, ficou cara a cara com uma enorme erupção de plasma do Sol.
Reprodução/Foto-RN176 Sonda Solar Orbiter se aproximou de Vênus neste sábado (3) para usar a gravidade do planeta para ajustar sua órbita rumo ao Sol. Dias antes, a espaçonave foi atingida por uma erupção solar. Imagem: Medialab ESA/ATG
Uma fortíssima ejeção de massa coronal (CME), como é chamada a explosão de partículas carregadas de radiação da atmosfera superior do Sol, foi disparada em 30 de agosto na direção de Vênus, atingindo a Solar Orbiter em seguida.
Felizmente, a sonda foi projetada justamente para medir o tipo de explosão violenta que acabou de encontrar, portanto, é capaz de enfrentar o ataque solar com facilidade.
A espaçonave carrega 10 instrumentos científicos para observar a superfície do Sol e coletar dados sobre CMEs, o vento solar e o campo magnético da nossa estrela. “Alguns desses instrumentos foram desligados durante a passagem próxima a Vênus, devido ao risco potencial da luz solar saltar da atmosfera venusiana altamente reflexiva”, informou a ESA em um comunicado.
De acordo com a agência, a Solar Orbiter foi capaz de coletar algumas medidas valiosas de seu ambiente durante o choque com a CME, detectando um aumento de partículas solares energéticas.
Eventos solares violentos fazem partículas como prótons, elétrons e até átomos de hélio ionizados ser lançados do Sol e disparados a velocidades relativísticas próximas. Tais partículas representam um risco de radiação para os astronautas e podem danificar espaçonaves. Entender seus movimentos e comportamentos no espaço é primordial, portanto, para proteger a vida e a tecnologia na Terra e no espaço.
Logo depois desse encontro, a Solar Orbiter fez sua passagem mais próxima a Vênus, às 22h26 (horário de Brasília) de sábado. “A abordagem próxima foi exatamente calculada, graças a um grande planejamento de nossos colegas da Flight Dynamics e ao cuidado diligente da Equipe de Controle de Voo”, disse Jose-Luis Pellon-Bailon, gerente de operações da Solar Orbiter.
A aproximação foi principalmente destinada a permitir que a Solar Orbiter mudasse sua órbita para levá-la para mais perto do Sol. Durante o sobrevoo, no entanto, a sonda também fez observações bônus do misterioso campo magnético de Vênus.