ROTANEWS176 E POR IG 22/01/2020 07:00
Automedicação pode ser a responsável por efeitos colaterais de remédios “cotidianos”
O hábito de sair com uma pequena farmácia na bolsa – para evitar aquela dor de cabeça no trabalho ou um enjoo repentino, se sentir mais seguro ou até mesmo ajudar os colegas que estão doentes – é um hábito comum entre brasileiros.
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Reprodução/Foto-RN176 Automedicação é mais comum contra dores de cabeça e febres – Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O costume de ter sempre um remédio à mão, porém, indica o risco de automedicação e pode oferecer riscos sérios para a saúde.
De acordo com Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), no Brasil, 79% das pessoas com mais de 16 anos admitem tomar medicamentos sem prescrição médica ou farmacêutica. A pesquisa ainda aponta que, destes, 56% são remédios para dor de cabeça e 32% para combater a febre.
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“Diversos medicamentos podem causar dependência . Se o medicamento “tratar” determinado problema, uma dor de cabeça por exemplo, toda vez que ela aparecer, esse medicamento será lembrado e o uso pode ser abusivo, gerando efeitos colaterais”, explica Alessandra Bongiovani, Mestre em Saúde do Adulto.
E o enorme perigo está nos medicamentos considerados “cotidianos”, cuja automedicação parece não oferecer riscos. “Todo medicamento tem efeitos colaterais, um dos mais perigosos, são os anti-inflamatórios , inclusive alguns têm venda proibida em determinados países”, alerta Alessandra. “Eles podem provocar desde uma gastrite, até úlceras gastroduodenais e não incomum, hemorragias digestivas, que são potencialmente graves”.
Outro hábito comum – e desaconselhado pelos profissionais de saúde – é o costume de acumular muitos remédios em casa “para alguma necessidade”. Em geral, eles são sobras de outros tratamentos ou compras sem prescrição. “Seria ideal que a indústria farmacêutica se preocupasse com isso também, produzindo cartelas menores de determinados medicamentos”, comenta Alessandra.
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“O correto é armazenar os medicamentos de forma organizada, separando os medicamentos para adultos e crianças, e sempre deixar em local de difícil acesso para as crianças e idosos”, orienta a profissional. “Estes últimos são uma preocupação a parte, pois é muito comum a automedicação e seus efeitos nocivos”, diz.