Tire as suas dúvidas sobre pneus de segunda linha

ROTANEWS176 E POR CARROS  21/07/2020 11:04                                                                                                  Por Evandro Enoshita 

Produzidos por grandes empresas, produtos de marcas menos conhecidas apostam no custo mais baixo para vender mais

Reprodução/Foto-RN176 Uma das diferenças dos pneus de segunda linha fica é o composto, para que fique mais em conta para o consumidor – Divulgação

Você já deve ter visto pneus de marcas como Kelly, Viking, Formula ou BF Goodrich. Apesar de concorrerem entre si, todas elas têm em comum o fato de serem aquilo que o mercado conhece como marcas de “segunda linha”, que nesses casos são ligadas respectivamente a Goodyear, Continental, Pirelli e Michelin.

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Embora essa seja uma definição que não agrada aos fabricantes, foi a maneira encontrada por eles para atender ao mercado de reposição. Se nos tempos de vacas gordas da indústria automobilística era mais comum ver esses pneus de segunda linha em medidas para carros populares, o desempenho menos impressionante da economia nos últimos tempos fez com que a gama de alguns desses fabricantes passasse a incluir também medidas para modelos médios e até SUVs.

“Grande parte das pessoas usa o equipamento original de fábrica na primeira troca. Mas com o passar do tempo e o aumento nos custos de manutenção, o consumidor passa a ficar mais sensível ao fator custo. Ao mesmo tempo, o brasileiro é conservador e não abre mão de qualidade mesmo com o custo mais baixo”, destaca Fernando Pexe, gerente de marketing de produto da Goodyear.

Diferente do que se possa imaginar, esses produtos de segunda linha precisam passar pelos mesmos testes e atender aos mesmos requisitos dos pneus de grife para serem liberados para a venda. O segredo para o preço mais baixo está no uso de materiais diferentes dos empregados em produtos equivalentes de primeira linha.

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“Todo produto tem mais de 15 compostos. O que existe é a troca de alguns compostos mais nobres por outros menos nobres e a retirada de alguns componentes mais caros. Um exemplo é a sílica, que reduz a resistência à rodagem”, explica o gerente da Goodyear .

Mas não existe milagre. O resultado dessas mudanças em compostos e materiais tem reflexo no desempenho. O pneu de segunda linha vai ser mais ruidoso ou terá um rendimento inferior em pisos secos e molhados. Ou até uma vida útil mais curta. “A diferença é perceptível, embora um consumidor mais leigo sinta menos essa variação”, completou Pexe.

Etiqueta dos pneus

Reprodução/Foto-RN176 Com as etiquetas dos pneus, a escolha ficou mais fácil, já que existem mais informações técnicas para fazer a escolha – Divulgação

Para ajudar o consumidor a saber o que ele está instalando no seu carro, desde abril de 2018 todos os pneus vendidos no Brasil trazem a etiqueta do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) , o que permite fazer o comparativo de alguns dados de desempenho do produto.

Numa escala que vai de “A” a “G”, sendo que “A” é a melhor nota, o adesivo traz os resultados do pneumático em testes de aderência em pista molhada e também a resistência à rodagem, que reflete de maneira direta no consumo de combustível do veículo.

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A etiqueta avalia ainda o nível de ruído em rodagem produzido pelo pneu, que tem limite de 75 dB para pneus de veículos de passeio e 77 dB para veículos comerciais leves. Quanto mais próximo desses limites, pior foi o desempenho do produto.