ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 20/03/2021 03:21
NOVA REVOLUÇÃO HUMANA
Capítulo “Grande Montanha”, volume 30
PARTE 5
Na manhã do dia 19 de fevereiro, Shin’ichi Yamamoto realizou uma visita de cortesia ao governador de Hong Kong, Crawford Murray MacLehose. O governador soube a respeito de Shin’ichi por meio de cartas do seu amigo Michael Wilford, embaixador britânico no Japão, e disse que aguardava ansiosamente por esse encontro.
O diálogo foi profícuo. Questões tais como resultados da administração pública da sociedade de Hong Kong rumo à sua prosperidade, e a realidade do bem-estar social se tornaram alguns dos temas da conversação.
Além disso, como o governador era chanceler da Universidade Chinesa de Hong Kong, o intercâmbio educacional dessa instituição com a Universidade Soka também foi um dos assuntos abordados.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI
Shin’ichi manifestou profunda gratidão pelos esforços do governador como chanceler da universidade e relatou-lhe seu franco pensamento:
— Penso que o intercâmbio educacional entre as duas universidades deva unir os jovens pela amizade para que promovam sem reservas a troca de opiniões sobre o futuro do mundo e avancem em harmonia. Por meio desse intercâmbio, gostaria de desenvolver jovens valorosos capazes de estreitar os laços de solidariedade como seres humanos sem distinções, compartilhando sofrimentos, tristezas e alegrias, e superando as diferenças de nacionalidade e de etnia, de religião, de costumes e de tradições.
Com brilho nos olhos, o governador expressava sua concordância, meneando profundamente a cabeça e dizendo Yes, yes… [“Sim, sim…”]
Mesmo se falando em mundo, a base é a relação entre um ser humano e o outro. Quando se retorna à perspectiva de que todos são igualmente seres humanos, os corações se entendem e surge a empatia mútua.
Faltavam apenas vinte e poucos anos para o século 21. Para Shin’ichi, ainda havia uma montanha de assuntos que exigiam ações urgentes em prol da paz do mundo e do futuro da humanidade. Ele só desejava dispor de mais tempo. A vida é uma luta contra o tempo.
Na tarde desse dia, Shin’ichi e comitiva participaram do “Festival Cultural de Hong Kong de 1979”, realizado pelos membros da SGI-Hong Kong, no salão comunitário de uma faculdade em Kaulun.
Um total de 556 participantes expressaram seu juramento de construir a paz da Ásia nas entusiásticas apresentações de dança imperial da tradição chinesa, de dança da colheita, de dança do leão, do coral e de música, desenvolvendo exibições deslumbrantes e vigorosas no palco.
O pulsar dinâmico da vida que ora e age pela felicidade das pessoas se torna fonte da criação da arte e da cultura.
PARTE 6
Entre os espectadores do festival cultural, havia ingleses e japoneses, além dos chineses. No grande final, todos os participantes, inclusive os membros que atuaram nos bastidores, tais como os responsáveis pela cenografia que usavam capacete, subiram ao palco e, abraçados uns aos outros, cantaram entusiasticamente a Canção do Kosen-rufu de Hong Kong. O som do grande coro da alegria ecoou pelo recinto. Shin’ichi Yamamoto sentiu que ali estava a própria imagem da coexistência harmoniosa dos seres humanos.
Passados apenas dezoito anos após a fundação de uma comunidade em Hong Kong, eles se desenvolveram a ponto de realizar um festival cultural tão grandioso como aquele.
Shin’ichi desejava se esforçar ainda mais em prol das pessoas do mundo. No entanto, estava demasiado atarefado, e era difícil abrir espaço em sua agenda de intensas atividades para criar oportunidades de viajar ao exterior. Porém, ele sentia fortemente dentro de si: “Não posso deixar escapar o tempo certo! Se destinar todas as forças para cada país neste momento, um avanço vertiginoso do kosen-rufu, que é a própria paz mundial, será possível”.
Shin’ichi, que estava na plateia, levantou-se para seus cumprimentos:
— Nosso budismo nos ensina que todas as pessoas são iguais e fazem parte de uma família chamada “humanidade”. Estou certo de que esse palco de hoje simboliza exatamente isso. Nós praticamos o budismo para nossa felicidade, pela nossa eterna razão de viver e também para criarmos laços de amizade na sociedade e expandirmos a solidariedade da paz. A expressão repleta de alegria e dinamismo de cada um dos senhores indica, sem dúvida, uma vida plena de felicidade e de propósito claro de viver. Quero declarar em voz alta que o sólido entrelaçamento de todos é uma miniatura da paz formada pela amizade mútua. A construção da paz do mundo é nossa missão como budistas. A paz não é algo que se encontra em algum lugar distante, mas sim na ação de expandir os elos de confiança e de amizade na vizinhança e na comunidade local, criando aí um modelo de coexistência e de cooperação humana. Meu profundo desejo é que, destas terras de Hong Kong, façam despontar o sol do amanhecer do século da paz.
Shin’ichi sentiu que, em Hong Kong, foi realmente erguido o “farol da paz que iluminará o século 21”.
O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.