Transei usando um absorvente interno ou coletor menstrual, e agora?

ROTANEWS176 E DELAS 14/05/2018 05:00

Segundo ginecologista, apesar de o objeto não “viajar” pelo corpo quando escorrega para o fundo da vagina, esquecê-lo ali por muito tempo ou fazer sexo com ele presente traz riscos à saúde tanto da mulher quanto do homem

Se você usa absorvente interno ou coletor menstrual , provavelmente já pensou no que pode acontecer caso se esqueça de retirá-los após o período recomendado na embalagem. Realmente, não é muito difícil de encontrar mulheres que já passaram pelo susto de “perder a cordinha” do absorvente ou simplesmente esquecer-se de que está usando coletor, mas algumas vão além e chegam até a fazer sexo com eles.

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Reprodução/Foto-RN176  Não é raro encontrar mulheres que já se esqueceram de tirar o absorvente interno ou o coletor menstrual após o número de horas recomendado pelos fabricantes, e algumas delas chegam até a ter relações sexuais com eles

De acordo com Flavia Tarabini, ginecologista da clínica Dr. André Braz, a vagina não é um “buraco negro”, e sim uma cavidade praticamente fechada, já que o canal que se comunica com o restante do corpo (o colo uterino) é bem pequeno. Sendo assim, quando o absorvente interno ou o coletor “some” e não está mais ao alcance dos dedos após esquecimento ou uma relação sexual, não quer dizer que ele está dando uma voltinha por outras partes do seu corpo, mas, mesmo assim, é preciso ter atenção.

Transar com um absorvente interno ou coletor é perigoso?

Dependendo do quão fundo o objeto for parar na vagina e do tamanho do pênis do parceiro, a mulher pode realmente fazer sexo sem perceber que se esqueceu de retirá-lo, mas, mesmo assim, fazer isso pode trazer alguns problemas tanto para o homem quanto a mulher. Conforme explica Flavia, o movimento ritmado da penetração pode empurrar o absorvente ou o coletor repetidamente, algo que pode gerar lesões no canal vaginal e até no pênis devido ao atrito.

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Outro ponto exposto pela ginecologista é o de que, se o casal fizer sexo sem camisinha, o sangue acumulado no absorvente aumenta os riscos de transmissão das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). No caso do coletor menstrual, esse risco já não é tão grande, já que o sangue tende a ficar “contido” no copinho e pode nem entrar em contato com o pênis durante o ato sexual.

No caso da mulher só se lembrar que estava de coletor ou absorvente após o ato e não encontrá-lo mais ao tentar retirar, a ginecologista indica lembrar a si mesma de que o objeto continua por lá e tentar manter o máximo de calma possível. Em seguida, a especialista aconselha deitar-se, sentar-se no vaso sanitário ou ficar de cócoras com as pernas bem abertas para tentar tirar o objeto do canal vaginal.

Segundo ela, o melhor jeito é afastar bem os lábios da vulva e inserir o indicador até o fundo da vagina para tentar encontrá-lo. Isso feito, a ideia é inserir o dedão junto do indicador para “pinçar” o objeto, puxando-o com cuidado. Caso isso não seja possível, sem desespero: não há problema algum em ir até a emergência ginecológica ou até o próprio ginecologista para que um especialista o faça por você.

Após lembrar-se de que há algo no canal vaginal que deveria estar ali, porém, deixar para lá não é uma possibilidade. Segundo a ginecologista, a permanência do objeto ali por muito tempo pode ocasionar infecções bastante sérias .

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Sexo menstruada e sem “bagunça” é possível?

Durante a menstruação , é natural que pinte uma vontade maior de fazer sexo porque, além da influência dos hormônios, a região genital e outras zonas erógenas podem ficar mais sensíveis ao toque. Se você costuma sentir essa mudança e sabe que vai querer transar menstruada, o melhor é deixar esse tipo de absorvente de lado.

Para quem sente vontade de transar nesse período, mas não quer fazer “bagunça” (nem ficar com um absorvente interno “perdido” na vagina), Flavia afirma que, hoje, é possível encontrar coletores com design anatômico e mais “rasos” que são feitos especialmente para momentos assim.