ROTANEWS176 24/05/2025 10:10 ENCONTRO COM O MESTRE Por Dr. Daisaku Ikeda
Manifestar uma condição de vida interior que transforma desejos e sofrimentos em iluminação e felicidade com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Esse é o tema central desta seleção de incentivos de Ikeda sensei.
Reprodução/Foto-RN176 Presidente Ikeda recepciona calorosamente membros da África durante a Reunião de Líderes da Soka Gakkai (Tóquio, Japão, 24 out. 2009). Ele foi um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente era o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional — Foto: Seikyo Press
O budismo ensina que “desejos mundanos são iluminação”. De forma bem simples, “desejos mundanos” referem-se aos sofrimentos, desejos e anseios que nos fazem sofrer, ao passo que “iluminação” corresponde à felicidade, a um estado de vida iluminado.
Em geral, as pessoas pensariam que desejos mundanos e iluminação são coisas separadas e distintas — especialmente pelo fato de o sofrimento ser exatamente o oposto da felicidade. Mas esse não é o caso no Budismo de Nichiren Daishonin, segundo o qual a “chama” da felicidade só se acende quando queimamos a “lenha” dos problemas e sofrimentos. Em outras palavras, nossa vida irradia a “luz” e a “energia” da felicidade quando usamos os sofrimentos como combustível. É por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo que “queimamos a lenha dos desejos mundanos”.
Quando recitamos Nam-myoho-renge-kyo, todos os nossos problemas e sofrimentos se transformam em energia para nossa felicidade, em combustível que nos permite continuar avançando em nossa vida.
O que é maravilhoso no Budismo de Nichiren Daishonin é que possibilita àqueles que mais sofrem alcançar a maior felicidade, e àqueles que enfrentam os piores problemas a conduzir a mais extraordinária existência, repleta de realizações.
IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: A Felicidade.
São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 171-172.
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Por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, vocês podem transformar essas preocupações e inquietações em combustível que os impulsionem a avançar — energia vital, boa sorte e um caráter mais forte e sólido. Assim, espero que desafiem todos os tipos de adversidades, recitem intenso daimoku para resolver todas as questões e, ao longo dessa jornada, se desenvolvam.
Fé significa estabelecer objetivos e se esforçar para alcançar cada um deles. Se enxergarmos cada objetivo ou desafio como uma montanha, então a fé é o processo pelo qual crescemos à medida que escalamos cada uma dessas montanhas.
Ibidem, p. 172-173.
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A vida inevitavelmente envolve a vitória e a derrota. Há momentos de tristeza e sofrimentos, mas o budismo ensina que os “desejos mundanos são iluminação” e que “os sofrimentos da vida e da morte são nirvana”. Quanto mais problemas e sofrimentos enfrentamos, mais alegrias e felicidade conquistamos por meio da prática budista.
Praticamos esse budismo pelo nosso próprio bem. O propósito de nossa fé e prática é sermos verdadeiros conosco, é aumentar a nossa boa sorte e abrir o caminho para a felicidade. Portanto, se somos facilmente influenciados por questões triviais, estando ora bem, ora mal, não podemos afirmar que estamos verdadeiramente praticando o Budismo de Nichiren Daishonin.
Ibidem, p. 173.
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A Lei Mística incorpora o princípio de que “os sofrimentos da vida e da morte são nirvana”. Possibilita que sejamos eternamente jovens e dinâmicos, sempre manifestando esperança e concretizando nossos sonhos.
A Lei Mística incorpora também o princípio “desejos mundanos são iluminação”. Quanto mais numerosos forem nossos problemas, mais poderemos expandir nosso estado de vida com base na fé e converter tais adversidades em combustível para nossa própria felicidade. Podemos mudar tudo para a positividade, transformar veneno em remédio.
Ibidem, p. 147.
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O caráter de uma pessoa, quando iluminado pela Lei Mística, se assentará firmemente no “eu maior”, um estado de ilimitada liberdade, que permeia todo o Universo, transformando de forma qualitativa até mesmo a energia dos desejos mundanos focados no egocêntrico “eu menor”. Em outras palavras, a energia dos desejos mundanos pode ser sublimada e convertida em extraordinária sabedoria e compaixão; pode ser redireciona-da a um nível mais elevado, que transcende o individual e beneficia outras pessoas, a comunidade e a sociedade como um todo.
Esse é o princípio budista denominado “desejos mundanos são iluminação”. Ele abre amplo e radiante caminho, por meio do qual podemos nos empenhar pelo nosso próprio aperfeiçoamento junto ao de outras pessoas enquanto trabalhamos ativamente para construir uma sociedade ideal.
Quais são os ingredientes da felicidade? Eis uma das questões fundamentais da vida.
O fator mais determinante para a felicidade é o nosso estado de vida interior.
Aqueles que possuem uma condição interior expansiva são felizes. Eles vivem com uma atitude mental aberta e confiante.
As pessoas com um estado de vida firme são felizes. Não são vencidas pelo sofrimento e conseguem apreciar tranquilamente a vida, conforme ela vai se desenrolando.
Aquelas possuidoras de um estado de vida profundo são felizes. Desfrutando o profundo significado da vida, são capazes de criar uma história de valor grandioso e duradouro.
As pessoas dotadas de um estado de vida puro são felizes. Elas estão sempre espalhando revigorante alegria aos que estão à sua volta.
Ibidem, p. 164-165.
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À luz do princípio que expõe que “desejos mundanos são iluminação”, todos os sofrimentos (desejos mundanos, ou impulsos ilusórios dos nove mundos) se convertem na “lenha” ou combustível para a felicidade (iluminação ou estado de buda). Isso se assemelha ao funcionamento do nosso organismo ao digerir alimento, convertendo-o em energia.
Um buda que perdeu a ligação com os sofrimentos reais dos nove mundos não é um buda verdadeiro, ou seja, aquele que incorpora a possessão mútua dos dez mundos. Essa é a mensagem essencial do capítulo “A Extensão da Vida d’Aquele que Assim Chega” do Sutra do Lótus.
Podemos descrever o estado de buda também como a disposição de enfrentar até as agonias do inferno. Esse é o estado de inferno contido no de buda. É caracterizado pela empatia e pela atitude de assumir voluntariamente os sofrimentos em prol do bem-estar e da felicidade das outras pessoas, que nasce do senso de responsabilidade e compaixão. A postura de confrontar problemas e sofrimentos em prol dos demais fortalece o estado de buda em nossa vida.
Ibidem, p. 63-64.
Existem na vida
diversas montanhas.
São elas as questões
que surgem seguidamente, uma após outra.
No entanto,
tudo deve ser considerado como
“desejos mundanos são iluminação”.
A cada vez que se supera uma montanha,
eleva-se e se expande a própria condição de vida.
Por isso não fuja, enfrente!
Transponha todas as questões.
Ao se superar vencendo cada uma delas,
todas as preocupações
se transformam em alegrias.
Não são o destino ou o ambiente
que definem a felicidade ou a infelicidade —
elas são definidas pelo coração da própria pessoa.
Alguém medroso tem sempre o coração inseguro;
um bravo pode se manter
sereno em qualquer ambiente.
Quem possui sabedoria torna-se aliado
até mesmo dos obstáculos.
Para os fortes,
até a luta contra o destino é alegria —
tudo é decidido pela própria pessoa.
Brasil Seikyo, ed. 2.452, 26 jan. 2019, p. B1.
Dica de leitura
Reprodução/Foto-RN176 Livro Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1 de obras do Dr. Daisaku Ikeda – Foto : BS
Livro Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: A Felicidade. Para mais informações, clique aqui.
Uma grandiosa existência
é aquela em que se vive
pelo grandioso juramento seigan.
O coração de uma pessoa muda rapidamente
se confundido e perturbado pelas relações cármicas.
Não há nada menos confiável
que uma pessoa de coração fraco.
É por isso que devemos estabelecer no coração
o juramento seigan.
Uma pessoa que possui um juramento
e se esforça para cumpri-lo
é alguém forte, franco e justo
que conquistará uma vida de plena realização.
Minha esposa e eu oramos seriamente todos os dias
pela saúde, longevidade e felicidade
de todos os membros, pois jamais podemos deixar
que as pessoas sejam derrotadas.
A Lei Mística do myoho-renge
que abarca a “transformação do veneno em remédio”,
nos possibilita vencer, sem falta, no final,
independentemente do que aconteça durante a trajetória.
Não importando quanto seja sofrido agora,
ou quanto se encontre enfermo —
conseguirá vencer sem falta!
E se tornará um vencedor infalivelmente.
Assim é o budismo, assim é a prática da fé.
Fotos: Seikyo Press | BS
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO