Turquia confirma retorno de seu navio de exploração e põe fim a tensão política com a Grécia

ROTANEWS176 E POR AFP  13/09/20 12h24

Reprodução/Foto-RN176 O navio de pesquisa Oruç Reis em 23 de agosto de 2019 em Istambul – AFP/Arquivos

A Turquia anunciou neste domingo (13) o retorno do navio de exploração Oruç Reis ao porto: a embarcação havia sido enviada para uma zona disputada entre Atenas e Ancara no Mediterrâneo Oriental, o que gerou fortes tensões entre os países.

Turquia e Grécia, ambos membros da OTAN, estão em uma disputa por uma enorme reserva de hidrocarbonetos no Mediterrâneo Oriental.

A tensão entre os dois países aumentou depois que a Turquia enviou a embarcação de prospecção sísmica, acompanhada de outros navios da marinha turca para reivindicar águas que supostamente pertencem a Grécia. Atenas deslocou embarcações de sua marinha para a região.

O ministro turco de Defesa, Hulusi Akar, em declaração à agência Anadolu, afirmou que a saída do barco não significa que a Turquia “renuncia a seus direitos” na zona, onde acontecerão “idas e vindas”. O retorno do navio de exploração já havia sido adiantado pelo jornal pró-governo turco Yeni Safak.

Diante da informação, o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis afirmou que é “um passo positivo” para as relações entre os países.

“Trata-se de um primeiro passo positivo(…) Espero que venham outros”, disse Mitsotakis em coletiva de imprensa na cidade de Tessalônica (norte).

A missão do navio turco, que estava desde 10 de agosto na disputada zona marítima, que terminou no sábado, não foi prolongada pelas autoridades turcas, segundo o Yeni Safak. Ainda de acordo com este jornal, o Oruc Reis retornará para o porto de Antalya (sul).

A falta de fronteiras marítimas consensuais entre a Turquia e a Grécia, mas também entre Turquia e o Chipre, tem elevado as tensões desde que as importantes reservas foram descobertas na região.

A Turquia reivindica o direito de explorar as reservas de combustíveis nesta região, que a Grécia afirma estarem sob sua soberania.

Em plena tensão, o primeiro-ministro grego anunciou um “robusto” programa de compra de armas, em especial 18 aviões de combate francês Rafale, e um aumento de militares da ativa.

Por outro lado, o presidente turco Recep Erdogan advertiu no sábado o presidente francês, Emmanuel Macron, que “não procure disputas com a Turquia”.

O presidente francês e seis outros líderes europeus do sul da União Europeia haviam insistido para a Turquia encerrar a política de “confronto” no Mediterrâneo Oriental e ameaçaram Ancara com sanções caso não respeitasse os direitos de exploração de gás da Grécia e do Chipre na região.