ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 07/07/2023 10:13 INCENTIVO DO LÍDER Por Alessandra Miyagawa
Reprodução/Foto-RN176 Foto de livros para ilustração da matéria
Eu era uma menina tímida que mal cumprimentava as pessoas quando chegava às reuniões. Lembro-me de que um dia minha irmã me explicou a importância de romper essa timidez e falar com as pessoas. Isso aconteceu há uns dezessete anos. A partir de então, posso dizer que comecei a colecionar aprendizados.
Uma líder de bloco que não conseguia fazer a apresentação de uma reunião e uma líder da Divisão dos Estudantes (DE) que mais parecia participante do que aquela que organizaria a atividade — essa era eu aos 14 anos. Apesar de me sentir insegura e inexperiente, estava num ambiente tranquilo para tentar acertar e errar também, porque tinha ótimas pessoas me apoiando.
Recordo-me dos meus líderes da DE realizando atividades para mim e outro membro da divisão como se fosse um encontro com uma sala cheia de crianças. Tenho boas recordações de líderes de bloco, de comunidade, de distrito, e dos pais das minhas colegas que, agindo como condutores do kosen-rufu, me davam carona nas ocasiões em que eu não sabia chegar ao local da reunião ou era perigoso andar sozinha. Guardo calorosas lembranças das minhas líderes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), as quais me visitavam a fim de prepararmos as reuniões e criarmos planos para cumprir nosso objetivo de levar 25 meninas ao nosso encontro de julho. Quanta saudade sinto de líderes que já não estão por aqui, mas que me incentivavam com as palavras certas!
Tenho uma grata lembrança que aquece meu cora-ção sempre que chega a época do Exame de Budismo. Havia uma líder que me buscava em casa, incentivava-me no caminho, imprimia o material de estudo para os membros, explicava os conteúdos e fazia um resumo cheio de perguntas ao final dos encontros. Aquele apoio me fazia sentir confiante para prestar o exame. Fico pensando quantas horas ela dedicava para incentivar, apoiar e treinar não só a mim, mas os companheiros da localidade.
Cada uma dessas pessoas me ajudou a adquirir aprendizados, que se tornaram joias valiosas em minha memória e em meu coração, como uma coleção riquíssima que ninguém pode tirar.
Se hoje consigo, ainda tímida, falar em reunião, romper o medo de dirigir e dar carona, incentivar alguém nos preparativos de uma atividade, encontrar os estudantes ou fazer o que posso para estar junto com os companheiros é porque essa minha coleção me inspira a dar sempre o meu melhor. Cada pessoa deixou um pouquinho de si e empregou seu precioso tempo aos nossos encontros.
Li recentemente na Revolução Humana:
Devo criar um novo e verdadeiro companheiro. E, então, devo criar mais outro, seguido de mais outro. É isso que significa criar o tempo. O tempo para a difícil tarefa de se criar um genuíno companheiro é agora.1
Meu coração se enche de gratidão por ter líderes que se dedicaram para criar o tempo e me desenvolver, pois apliquei esse treinamento em tudo em minha vida. Como jovem, neste mês de julho, penso que, assim como eu, muitos colecionam aprendizados e guardam lembranças calorosas, joias com o rostinho de cada veterano, com muita gratidão.
Da mesma forma, todos, sem exceção, cada qual com o seu jeitinho, neste retorno das atividades, são capazes de incutir tesouros de valor inestimável na vida dos jovens de todas as idades. Muitas vezes, para incentivar alguém, achamos que precisamos saber falar bem ou ter alto grau de estudo do budismo. Mas, para isso, basta termos o coração conectado ao sentimento do presidente Ikeda, que herdou esse mesmo sentimento do seu mestre, Josei Toda. Hoje, vejo que fui incentivada por corações grandiosos como o de Ikeda sensei.
Sejamos nós aqueles que transbordam o acervo de aprendizados dos colecionadores do futuro em cada encontro e reconexão. Eu me esforçarei para isso também.
Alessandra Miyagawa
Vice-coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI
Nota:
- IKEDA, Daisaku.Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 110, 2022.
Ilustração: GETTY IMAGES