Viver com o Gosho: volume 6

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 24/11/2022 14:28                                                                        APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA                                                                                                Por Dr. Daisaku Ikeda

Nesta continuação da série publicada no Seikyo Shimbun, trechos selecionados de escritos de Nichiren Daishonin e do romance.

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenho humana de ilustrativo da matéria (Viver com o Gosho: volume 6)  Ilustrações: Kenichiro Uchi

Se o general perder a fé em si mesmo, seus soldados se acovardarão.

A Supremacia da Lei 1

A organização é o reflexo da determinação do líder

Em maio e junho de 1962, no início do seu terceiro ano como presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi Yamamoto viajou pelo Japão com a determinação de dar uma nova partida junto com os membros de cada localidade.

O líder deve ser o primeiro a agir para poder estimular a vida de outras pessoas. Além disso, a organização representa nada mais que o reflexo da determinação do líder. Este deve também questionar constantemente a si mesmo se está fortemente determinado a vencer, se está orando com todo o fervor, se está realmente entusiasmado, e se está plenamente satisfeito com a atividade que realizou. Essa era a arte da liderança que Shin’ichi havia aprendido com o presidente Toda.

Shin’ichi e os companheiros de todo o Japão se dedicaram com máximo esforço na estação das folhas verdes, próxima ao verão, e no dia 27 de maio, foi realizada a Reunião de Líderes no Ginásio de Esportes de Tóquio. Na ocasião, foi anunciado o resultado das conversões realizadas durante o mês de maio, um total de pouco mais de 108 mil famílias. Com esse extraordinário resultado, o objetivo do ano de atingir 2,7 milhões de famílias foi alcançado em apenas cinco meses. Restavam agora poucos passos para se chegar aos 3 milhões. Todos os participantes ficaram entusiasmados com o grande avanço, sentindo que as ondas do humanismo estavam banhando cada vez mais o espírito ressequido dos japoneses. Sentiam também a satisfação de estarem atuando como protagonistas da construção de uma nova sociedade. No final da reunião, Shin’ichi regeu a Canção da Nova Era demonstrando em seus gestos o bailar heroico de todos os seus companheiros pelos céus do kosen-rufu.

(“Aceleração”, p. 162-163)

Aquele que compreende a Lei e mostra-se preocupado com o bem-estar da nação deveria, por direito, ser recebido da maneira mais calorosa. Porém, em virtude dos relatórios e das petições caluniosas dos que abraçam doutrinas falsas e ensinamentos falsos, apesar de há muito tempo eu nutrir sentimentos de máxima lealdade, ainda não pude concretizar minhas parcas esperanças.

O Anteontem2

 

Kosen-rufu é o empenho para transmitir nossa convicção

Em junho de 1962, na Reunião de Líderes de Chugoku, Shin’ichi clamou aos participantes que tivessem a coragem de combater a injustiça e o autoritarismo.

— Nós estamos canalizando todos os nossos esforços para o bem do nosso país, para a felicidade das pessoas e para criar um mundo de paz. Creio que não exista nenhuma outra organização que mantenha esses propósitos com tanta pureza e seriedade.

Os participantes ouviam a explanação atentamente sem perder uma só palavra.

— A imprensa sensacionalista não se cansa de rotular a Soka Gakkai como organização violenta que busca dominar a política e tomar o poder. A sociedade acaba engolindo a seco essa injustiça e chega a tomar parte em rejeitá-la. É um ataque difamatório. De certo ponto de vista, podemos dizer que o caminho do kosen-rufu é uma luta contínua contra as difamações. Devemos derrubar esse cerco e provar a legitimidade do budismo e do movimento da Soka Gakkai. Com toda a certeza, vamos triunfar nessa luta conquistando o apoio e a admiração das pessoas conscien­tes, pois elas saberão discernir que nossa luta é por um novo humanismo. Na realidade, a vitória da Gakkai é uma certeza. Em nenhuma época, a mentira e a falsidade conseguiram derrotar a verdade. Isso fica ainda mais claro à luz de uma frase dos escritos que diz: “Apesar de as forças serem muitas, elas não podem prevalecer sobre uma única grande verdade”.3 Entretanto, se as pessoas não buscarem conhecer a verdade, uma mentira, por mais desarrazoa­da que seja, poderá enganá-las facilmente. Embora duvidem no começo, acabam acreditando como se fossem fatos prováveis. Depois de tanto ouvir a mesma mentira, as pessoas acabam acreditando ser uma verdade. Por essa razão, não devemos ficar calados diante das mentiras. Há um provérbio ocidental que diz: “Falar é prata, silêncio é ouro”. Porém, isso não quer dizer que deva sempre se calar. O ditado refere-se a casos em que o silêncio possui maior poder de persuasão que a eloquência. Na verdade, deixar de falar a coisa certa no momento certo, fugindo da batalha contra as mentiras, é no final um ato de covardia.

(“Mares Tempestuosos”, p. 175-176)

(Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 20 de março de 2019.)

Notas:

  1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai­shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 642, 2014.
  2. The Writings of Nichiren Daishonin[Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 391.
  3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai­sho­nin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 646, 2014.

Ilustração: Kenichiro Uchida