ROTANEWS176 E POR GUIA DO CARRO 01/10/2020 10h59 Por Sergio Quintanilha
Duas marcas tradicionais de luxo, a italiana Lamborghini e a francesa Bugatti, têm o futuro incerto no Grupo Volkswagen. Entenda a situação
Reprodução/Foto-RN176 Lamborghini Urus: desde o lançamento do super SUV, vendas da marca mais que dobraram. Foto: Lamborghini Buggatti / Divulgação
A revolução na propulsão dos automóveis, trocando os motores térmicos por motores elétricos, ameaça o futuro de duas marcas muito tradicionais no mundo do automóvel. A italiana Lamborghini e a francesa Bugatti — que pertencem ao Grupo Volkswagen desde 1998 — se tornaram um estorvo para os alemães. Com a necessidade de reduzir drasticamente as emissões de combustão interna e desenvolver carros elétricos e autônomos, a Volkswagen não tem certeza do que fazer com a Lamborghini e a Bugatti.
Reprodução/Foto-RN176 Bugatti Chiron: carro francês fica ainda mais exclusivo na versão Noire. Foto: Buggatti / Divulgação
O Grupo Volkswagen pretende resolver até novembro o destino da Lamborghini e da Bugatti (e, por extensão, também da marca de motos italiana Ducati, que está sob o chapéu da Lambo). Segundo informações que circularam na Europa, a novata Rimac Automobiles, da Croácia, pode ser o destino das duas marcas. A Rimac foi fundada em 2007 e se especializou em desenvolver carros-esporte elétricos. Seu último projeto é o Rimac Concept Two, apresentado no Salão de Genebra de 2018.
Reprodução/Foto-RN176 Lamborghini Miura: primeiro sucesso espetacular da marca italiana. Foto: Lamborghini / Divulgação
Os boatos surgiram porque em 2018 a Porsche (também pertencente ao Grupo Volkswagen) adquiriu 10% de participação da Rimac, com o objetivo de desenvolver juntos carros esportivos elétricos. Porém, há dúvidas sobre a capacidade da Rimac de dar conta de duas marcas tão tradicionais como a Lamborghini e a Bugatti. Os executivos da Volkswagen precisam decidir se vale a pena injetar dinheiro em novas plataformas de veículos elétricos para carros com vendas tão baixas.
Reprodução/Foto-RN176 Bugatti Type 35: marca francesa construiu sua fama com vitórias nas corridas. Foto: Lamborghini Buggatti / Divulgação
Em 2019, a Lamborghini vendeu 8.205 carros. Suas vendas mais que dobraram em dois anos, devido ao lançamento do SUV Urus (2018). Mas a essência do Urus é o motor V8 de combustão interna com 650 cavalos. A Bugatti tem vendas ainda menores, devido ao valor astronômico de seus carros. Em 2019, foram 82 unidades vendidas, o dobro do que a Bugatti vendeu em 2014.
Reprodução/Foto-RN176 Lamborghini: lançado em 1982, foi um dos carros mais famosos da marca. Foto: Lamborghini / Divulgação
A Lamborghini foi fundada em 1963, em Sant’Agata Bolognese, por Ferruccio Lamborghini. A empresa caiu no gosto do público e dos especialistas em 1966, quando lançou o Miura, um carro que até hoje é considerado à frente de seu tempo. Outros carros marcantes vieram na sequência, como o Diablo (1982), o Murciélago (2002), o Gallardo (2004) e o Aventador (2012) e o Urus (2018). A Automobili Lamborghini é controlada pela Audi AG (também do Grupo VW), mas é a Lambo que controla a Ducati e a Italdesign Giugiaro.
Reprodução/Foto-RN176 Bugatti Veyron: surgiu em 2005 e quebrou recordes de velocidade. Foto: Buggatti / Divulgação
A Bugatti foi fundada em 1909 por Ettore Bugatti em Molsheim. Ela ficou famosa pelo sucesso de seus carros de corrida, como o Type 35. Outros carros marcantes foram o Type 41 Royale e o Type 57 Atlantic, verdadeiras jóias sobre rodas que valem milhões. No ano em que foi adquirida pelo Grupo Volkswagen, a Bugatti Automobiles lançou o superesportivo EB118. A Bugatti continuou investindo em supercarros e deu ao mundo o Veyron (2005) e o Chiron (2016).