ROTANEWS176 E KBB 16/11/2017 00:00 Gustavo Henrique Ruffo
Preço será a única surpresa do lançamento oficial do novo sedã compacto da Volkswagen, que deverá acontecer em janeiro de 2018
Só falta saber o preço. Foi com essa sensação que saímos da apresentação oficial do Volkswagen Virtus, que aconteceu em São Paulo nesta quinta (16). Nessa prévia mundial do modelo, tivemos acesso a todos os dados do novo sedã compacto da marca. Se é que dá para chamar assim um veículo que é quase do mesmo tamanho do Jetta atual…
O novo Virtus, projetado e desenvolvido no Brasil, tem 4,48 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,47 m de altura e entre-eixos de 2,65 m, com um porta-malas de 521 litros. O Jetta, por sua vez, tem 4,66 m de comprimento, ou meros 18 cm a mais do que o Virtus, e um porta malas de 562 litros, apenas 41 litros maior. Em compensação, o “sedã do Polo” tem os mesmos 2,65 m de entre-eixos do Jetta. Como o Polo pesa 1.147 kg na versão Highline, mas o Virtus não teve seu peso divulgado, estimamos que o ganho de peso não tenha superado os 100 kg. Com 1.247 kg, no máximo, ele ainda pesaria bem menos do que o Jetta, que tem 1.376 kg na versão TSI. Mas é na comparação com os concorrentes diretos que as dimensões do novo sedã ficam mais interessante
Nesta imagem, José Loureiro, gerente de desenvolvimento da Volkswagen, compara o Virtus com o “concorrente A”, coreano. É o HB20S, e o Virtus é maior do que ele em todas as medidas. Na mesma apresentação, Loureiro o comparou aos Chevrolet Prisma e Cobalt e ao Honda City, sempre sem citá-los nominalmente. Nem era preciso. Quem mais chegou perto do novo Volks foi o Cobalt. E só o superou em porta-malas, por margem parecida com a do Jetta
Assim como o Polo, o Virtus terá os motores 1.6 e 1.0 TSI, mas não o 1.0 naturalmente aspirado. É possível que ele até se saísse bem, mas o Virtus é voltado para um público que a VW chama de “classe média aspiracional”. Em suma, um pessoal que não gostaria de ver seu novo sedã com uma versão pé-de-boi. E que muito provavelmente não a compraria. Para quem quiser um Virtus mais em conta, a opção será o motor 1.6, que rende 117 cv (E) ou 110 cv (G) a 5.750 rpm e 16,5 kgfm (E) e 15,8 kgfm (G) a 4.000 rpm. Mas, se você leu nossa avaliação do Polo com essa motorização, sabe que a escolha certa será o 1.0 TSI. Sem surpresa, a única que a Volkswagen mencionou oficialmente.
O Highline 200 TSI, como a VW o chama, terá 128 cv (E) ou 115 cv (G) a 5.500 rpm e 20,4 kgfm (os 200 Nm de torque mencionados em seu emblema) com qualquer combustível desde as 2.000 rpm. O câmbio, neste caso, é sempre o automático de 6 marchas.
Apesar de ter sido desenvolvido sobre a mesma plataforma do Polo, a MQB-AO, o Virtus tem uma série de peças de carroceria diferentes. Todas elas apontadas em laranja nesta e em outras imagens em nossa galeria. Tudo graças à modularidade que caracteriza essa arquitetura. Próximo dos bancos de trás, repare em uma faixa vermelha pintada no assoalho. Ela indica exatamente o ganho de entre-eixos que o sedã tem em relação ao hatchback: 85 mm.
Assim como o Polo TSI, o Virtus com este motor traz de série freios a disco nas quatro rodas, saídas de ar para os passageiros do banco de trás, ESC e mais alguns equipamentos que a VW deverá detalhar antes do lançamento oficial. O painel Active Info Display é opcional. Lembre-se de que essa apresentação seria só uma prévia. Se o Virtus passar pelo mesmo processo pelo qual o Polo passou, ele pode ser mostrado em dezembro, com abertura de um período de reserva e entregas em janeiro.
Uma das maiores novidades do Virtus é o uso de inteligência artificial no lugar do manual do proprietário tradicional. Assim como você pergunta à Siri, se tiver um iPhone, e ao Google Now, nos Android, o Watson, desenvolvido pela IBM, responderá a perguntas sobre problemas no veículo ou dicas de procedimentos simples, como a forma de parear o celular, como desativar funções e por aí afora. Ele estará incluído em um aplicativo para smartphones, o app Volkswagen. Uma nota curiosa em um carro que parece ter muito mais a oferecer do que apenas tecnologia. Se a concorrência estava virtualmente preocupada com o novo sedã da marca alemã, ele mostrou que não faltavam razões para isso.