Revolução do pensamento

ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO  09/05/2020 15:45

 RELATO

Inspirado pela prática budista, Márcio mudou o curso da própria vida

Reprodução/Foto-RN176 Márcio Costa

Conheci o Budismo Soka numa fase da vida em que perdi tudo o que tinha conquistado. Como se não bastasse, havia sido vítima de um golpe, adquirindo várias dívidas em nome da minha empresa. A única coisa que sobrou foi um colchão e uma velha TV de 14 polegadas, que só pegava um canal.

A verdade é que já vinha de um ciclo difícil e passei por situações de­ses­peradoras com questões pes­soais, relacionamentos que não deram certo, um divórcio e grandes problemas financeiros. Meu nome sempre estava em instituições de proteção ao crédito, e por falta de referências, tinha dificuldades para conseguir um bom emprego. Estava tão desiludido com a vida que fui para a casa de um amigo fora de São Paulo. Passei um tempo longe, na esperança de encontrar uma solução para meus problemas. No entanto, as coisas continuavam difíceis e eu passava os dias, sem esperança, me lamentando.

Quando voltei a São Paulo, finalmente consegui um trabalho e fiz amizade com um budista logo que entrei na empresa. Ele me explicou que, conforme consta nos ensinamentos do budismo, eu estava numa condição de vida baixa, que me impedia de ser feliz. Então, me ensinou sobre o Nam-myoho-renge-kyo, enfatizando que se eu o recitasse, mudaria completamente essa dura realidade. No início, confesso que duvidei da oração, mesmo assim, iniciei a prática sendo presenteado pelo meu colega com um belo sutra [liturgia da SGI]. Foi aí que dei o primeiro passo para a minha revolução humana. Inspirei-me no trecho de um escrito de Nichiren Daishonin que diz: “Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça” (CEND, v. I, p. 713).

Recitava daimoku dia e noite, até mesmo sozinho na rua e, aos poucos, as coisas foram mudando. Sentia-me motivado e logo obtive um emprego melhor. Conheci minha atual esposa, Cristina, e voltei a estudar. Fiz faculdade e pós-graduação, conquistei bens materiais novamente e outros benefícios, mas o principal é que, como se tivesse renascido, eu me tornei uma pessoa melhor, mais forte e com mais garra para vencer.

Reprodução/Foto-RN176 Márcio e a companheira, Cristina, em parque de diversão na região sul do Brasil (2018)

 

Novo avanço

Tantos benefícios me impulsionaram a me dedicar ainda mais à prática budista. Passei a estudar sobre essa filosofia e participava das atividades do Bloco Princesa Izabel. Até que, em fevereiro de 2012, honrosamente recebi o Gohonzon! Segui muito mais feliz, levando sabedoria para meu cotidiano, melhorando as relações na família, no trabalho, entre os amigos. Progredia gradativamente a minha mudança interior, inclusive parei de fumar.

À medida que o tempo passava, eu me sentia mais encorajado e sabia que podia superar meus limites. Determinei avançar profissionalmente e recitei daimoku para isso. E na busca pelo novo emprego, fui chamado para uma entrevista. Participei de um difícil processo seletivo para concorrer a uma vaga numa multinacional com mais 132 pessoas, algo que nunca imaginei passar, tamanha disputa. Mas não me intimidei. Num poema, o presidente Ikeda incentiva para que tenhamos objetivos claros e fé impetuosa para vencer em tudoEssa era minha convicção. O resultado é que tive sucesso nos testes e fui admitido como gerente de vendas.

No começo, não foi fácil, pois a responsabilidade era grande e tive de aprender novos processos em pouquíssimo tempo, porém eu me esforçava a cada dia. Com isso, consegui bons resultados e ainda fui promovido, assumindo filiais da empresa em três estados. Nesse período, adquiri experiência, aprimorando-me profissionalmente. Tinha como base os direcionamentos do presidente Ikeda e o desejo de avançar sempre.

Reprodução/Foto-RN176 Atividade comemorativa da sua localidade, no Centro Cultural da BSGI de São José dos Campos, SP (2019)

 

Três anos depois, senti que era o momento para dar um importante passo em minha carreira. Então, pedi demissão no trabalho e abri meu próprio negócio, mesmo recebendo críticas. Passado algum tempo, muitos funcionários foram dispensados da antiga empresa, e certamente eu teria perdido o emprego se estivesse lá, ou seja, mais uma vez a fé na Lei Mística me conduzia ao caminho correto. Hoje, após cinco anos, assim como planejei, tenho minha empresa e vasta carteira de clientes.

Com isso, meu trabalho aumentou bastante e tenho muitas responsabilidades. Além disso, também sou sócio de outro empreendimento e, mesmo que isso tome parte do meu tempo, sigo conciliando o trabalho e as atividades da organização. Esse é um ponto muito importante para mim. Em especial, em meio à crise mundial causada pelo Covid-19, sigo esperançoso e, apesar do distanciamento social, nós nos mantivemos unidos na localidade por meio das redes sociais. A gente não pode desanimar! Às vezes surgem percalços, mas são nessas circunstâncias que devemos manter a prática firme para vencermos.

O budismo nos possibilita ter essa percepção elevada da realidade, transformá-la e assumir o controle da própria vida. Ao observar essa trajetória, sinto que ampliei minha vida e o modo de enxergar meu ambiente. Nesse sentido, minhas orações ganharam essa mesma proporção, abarcando tanto a realização pessoal como a mudança do universo daqueles que estão ao redor. Mais que isso, lutar pelo kosen-rufu onde quer que eu esteja em gratidão ao meu mestre, Daisaku Ikeda.

Márcio Costa, 48 anos. Empresário. Membro da DS do Bloco Princesa Izabel, RM São José dos Campos, CLP, CGESP.