Fazer reluzir o tesouro da vida

ROTANEWS176 28/09/2024 07:40                                                                                                                                MATÉRIA DA DIVISÃO FEMININA                                                                                                                                Por Divisão Feminina

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria

Querida amiga,

Em setembro, uma nova estação inicia: a primavera; e, com ela, as flores que nos transmitem alegria e renovada esperança.

Nós, da Divisão Feminina, concluímos mais um “Desafio dos Cem Dias de Daimoku”; ou seja, cem oportunidades de renovar a decisão baseadas na convicta oração. Parabéns!

No livro Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: Felicidade, Ikeda sensei nos incentiva:

A alegria, a coragem, a disciplina, a disposição de crescer, a sabedoria, a saúde, enfim, tudo é obtido com a energia vital. E a fonte dessa ilimitada energia é a recitação do daimoku. Por isso, uma pessoa que vive com base no daimoku não encontrará impasses na vida.1

Querida amiga, vamos dar continuidade ao nosso desafio, recitando “muito mais daimoku”, encarando todas as oportunidades com coragem, esperança e gratidão!

No dia 12 de setembro de 1271, o buda Nichiren Daishonin sofreu a Perseguição de Tatsunokuchi,2 em que ele “abandonou sua condição transitória e revelou sua verdadeira identidade”,3 em outras palavras, assumiu a verdadeira identidade de Buda comprovando sua missão original. Em meio à nossa realidade, às vezes, o medo, a insegurança e a falta de esperança podem nos distanciar da nossa “verdadeira identidade”.

Em especial, para as mulheres, no livro Flores da Felicidade, volume 3,4 consta:

O estilo de vida das mulheres está se diversificando cada vez mais no que se refere ao trabalho, à família, à criação dos filhos, aos cuidados com familiares doentes etc. Nesse sentido, não existe apenas uma única resposta correta que deva ser seguida, nem há necessidade disso.Por isso mesmo, cada vez mais se anseia por um modo de vida em que, em conformidade com a Lei fundamental do grande universo, a Lei Mística, cada um possa “revelar sua natureza intrínseca” ou seja, revelar e evidenciar o que existe de melhor em si mesma e ajudar a tecer um mundo de harmonia com as pessoas de seu círculo de relações.

Muitas mulheres desafiam questões de saúde com seus filhos (biológicos e do coração), sobrinhos ou entes queridos, manifestando uma força imensurável, tornando-se verdadeiros exemplos de superação. Algumas crianças necessitam de cuidados especiais e complexos, desencadeando novas tarefas e uma mudança em sua rotina pessoal e familiar.

São vários os sentimentos de uma mãe que enfrenta a doença do filho, desde aceitar, entender, buscar o conhecimento, dialogar com profissionais que tragam aprendizado e que a apoiem nessa jornada.

Já no Flores da Felicidade, volume 2,5 nosso mestre cita o relato de uma senhora de 90 anos, da cidade de Kuji, que passou por diversos sofrimentos:

Não posso viver à deriva, levada pelo meu destino. Se persistir radiantemente com o espírito de desafio, qualquer destino pode ser transformado, não é mesmo? Essas são as sábias palavras de uma “filósofa de muitos tesouros” que, durante várias décadas, superou uma por uma as provações, fazendo-as reluzir como o tesouro da vida. O aspecto dessa mãe tornou-se a chama da esperança e da tranquilidade no coração dos companheiros.Haja o que houver, não recue nem lamente. Mesmo que agora não cessem as lágrimas de decepção, a oração imbatível fará com que tudo acabe em uma história de glórias.

Unidas pela oração e pelo sincero diálogo, vamos comprovar e compartilhar a mudança do nosso destino, inspirando mais e mais mulheres a esse modo de vida, isto é, à vitória absoluta!

Um carinhoso abraço!

Divisão Feminina da BSGI

Notas:

  1. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: FelicidadeSão Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 113.
  2. Leia explanação do presidente Ikeda para o escrito A Perseguição em Tatsunokuchina Terceira Civilização, ed. 599, set. 2018, p. 46-66.
  3. Leia artigo de Ikeda senseiO Alvorecer de Tatsunokuchi (Parte 1) naTerceira Civilização, ed. 673, set. 2024.
  4. IKEDA, Daisaku.Flores da Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 20, 2024.
  5. Ibidem, v. 2, p. 29-30, 2023.

Vitórias da Divisão Feminina

A seguir, compartilhamos três relatos de mães vitoriosas que nos inspiram com suas histórias de verdadeira transformação

Em 2019, minha filha começou a manifestar crises de ansiedade que foram se intensificando de maneira preocupante. Os sintomas incluíam contrações involuntárias dos músculos, suores, tremores, falta de ar e a perda da capacidade de se movimentar.

Essas crises se tornaram constantes e graves, comprometendo profundamente sua rotina, o que fez com que não conseguisse frequentar as aulas de maneira regular. E, muitas vezes, tinha de ir buscá-la, por conta dos episódios de ansiedade que ocorriam.

Ela iniciou tratamento com um psiquiatra e terapias, um período em que precisou ajustar as medicações, com altos e baixos. Procurávamos estar bem próximos a ela, pois, durante as crises de ansiedade, ela nem sequer tinha tempo de tomar o medicamento, devido às contrações e aos tremores.

No início de 2020, a situação se agravou e minha filha desenvolveu um quadro de depressão profunda. O sofrimento se tornou tão intenso que ela começou a manifestar o desejo de tirar a própria vida. Meu esposo e eu, fizemos uma grande decisão de munirmos a vida dela com intensa energia vital, recitando juntos “muito mais daimoku”. Assim, passamos a acompanhá-la em cada etapa do tratamento médico com acolhimento, carinho, união e serenidade.

Muitas vezes, no decorrer da fase de ajustes da medicação, ela pensava em desistir. No entanto, enfrentamos essa condição, passo a passo, desafiando-nos junto com ela também um minuto a mais de daimoku diariamente.

As crises foram se espaçando na metade de 2021, o que permitiu a ela retomar aos poucos sua vida, optando por iniciar um novo curso do qual está adorando.

Em nossa família, vivenciar essas questões nos fortaleceu e nos fez compreender mais o coração das pessoas que também passam por essa situação.

Há cerca de um ano, ela teve alta das terapias e do psiquiatra, parando de tomar os medicamentos. Agora está trabalhando na área que escolheu e voltou a ter a mesma energia e alegria características suas.

Temos imensa gratidão a Ikeda sensei e aos companheiros da Gakkai, por termos a oportunidade de nos desafiar e transformar nossa vida por meio da prática da fé.

Gostaria de compartilhar um pequeno trecho do poema do presidente Ikeda intitulado Paz! Paz! Aí Surge a Felicidade1 que passei a ler todos dos dias e se tornou uma fonte de encorajamento:

Vida – ela existe / para sermos felizes. / Vida – ela existe para / lutarmos e sermos / vitoriosos contra as trevas da infelicidade (…) / Se não houver esperança, / crie-a por si só. / Se o mundo estiver na escuridão, / torne-se o Sol para iluminá-lo.”

Muito obrigada!

Reprodução/Foto-RN176 Cleide, com seu esposo, Ricardo e sua filha, Danielle

Cleide Mitico Higa, coordenadora da Divisão Feminina de coordenadoria, CRE Sul


Nota:

  1. IKEDA, Daisaku. Flores da Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 91, 2023.

    ***

Sou mãe solo e tenho um filho de 4 anos, Anthony, que, após o seu nascimento, ficou internado por doze dias com o diagnóstico de sepse neonatal. Em casa, depois da alta hospitalar, iniciou-se a busca pelo real diagnóstico que veio aos 7 meses: paralisia cerebral e epilepsia.

Na Nova Revolução Humana, volume 24,1 obra escrita por Ikeda sensei, ele incentiva:

Algumas crianças nascem com doenças incuráveis. Enfrentar esse tipo de carma consiste em uma situação difícil e dolorosa para qualquer pai. Porém, todos possuem o nobre estado de vida do Buda e vêm ao mundo com uma missão valiosa.

Após o diagnóstico, ele tinha mais de quinze convulsões por dia, em casa. Mas, como não há oração sem resposta, quando o neurologista me disse que o Anthony não andaria, não falaria e teria sua parte cognitiva prejudicada, renovei meu juramento como mãe, de que meu filho manifestaria sua melhor condição.

Recebemos inúmeros benefícios, como tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), acompanhamento de profissionais capacitados na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), e a utilização do transporte Atende, que lhe possibilita fazer o tratamento. Hoje, ele toma duas medicações por dia e não apresenta mais convulsões.

Com base no lema eterno do Zenshin “Shitei funi é a minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!”, oro para que o Anthony tenha qualidade de vida, torne-se um grande valor para a humanidade e que um dia possa falar “mamãe”. Agradeço aos meus pais (meu pai já falecido) por transmitirem o sentimento de “jamais desistir”.

No último mês de agosto, em forma de gratidão, concretizei mais um shakubuku, compartilhando a verdadeira alegria da prática da fé. Finalizo com a frase do Gosho2 que carrego diariamente como meu grande incentivo:

Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça.

Caroline Silva Ejieme, responsável pela Divisão Feminina de bloco, CCLP 

 

                                                                                                                        Reprodução/Foto-RN176 Caroline e seu filho, Anthony          

Notas:

  1. IKEDA, Daisaku. Ode às Mães. Nova Revolução Humana. v. 24. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019.
  2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 713, 2020.

***

Tenho um filho de 8 anos, que foi diagnosticado com autismo em 2020 e com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em 2023. A partir do diagnóstico, André vem fazendo as devidas intervenções terapêuticas com psicóloga, fonoaudióloga, psicomotricista, terapeuta ocupacional e neuropsicopedagoga. O avanço dele é notório. Ele faz curso de desenho também, já que é seu hiperfoco. Desde bebê, ele apresentava as características de autis-mo, mas, por eu não conhecer esse transtorno, não sabia do que se tratava.

Ele não socializava, preferia brincar sozinho quando estava com outras crianças, mas também não as recusava quando se aproximavam dele. Nunca foi um menino agressivo. Não gostava muito de toque nem de beijo. Tirar foto segurando alguma coisa era um horror. No entanto, tudo isso foi vencido com te-rapia, daimoku e determinação de que ele seria um grande valor para o kosen-rufu.

Há pouco tempo, meu filho desenvolveu um comportamento de conversar com o cérebro que só mandava ele fazer coisa errada. Isso também foi vencido com medicação, daimoku e acompanhamento com a neurologista. Procuro inseri-lo na organização, sempre respeitando as limitações dele. No começo, o pai não compreendia e não aceitava muito bem o diagnóstico. Só depois de um ano é que ele passou a admitir e a apoiar.

Hoje, faço parte de um grupo de “mães atípicas” em que cada uma de nós contribui com informações relevantes sobre o autismo e outros transtornos. Sou estudante de psicologia social e tenho o objetivo de fazer também o curso de educadora parental (profissional que cuida dos pais). A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do meu município tem uma comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo e faço parte dela.

Recentemente, fui convidada a participar de uma composição de um livro, no qual terão histórias de mães atípicas. Cada mãe terá uma página para contar sua história. Apesar da caminhada ser longa, sigo firme nela, até que todos os direitos da pessoa com deficiência sejam alcançados.

Meu Gosho do coração é Abertura dos Olhos:1

Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda. Não duvidem, mesmo que não haja proteção dos céus.

Agradeço ao meu querido mestre, Dr. Daisaku Ikeda, por ter trazido este maravilhoso budismo para o Brasil. Cada adversidade que surge encaro como oportunidade e tenho sempre como base a prática da fé.

Elisete do Carmo, responsável pela Divisão Feminina de comunidade, CBSF

Reprodução/Foto-RN176 Elisete com seu esposo, Anderson e André, filho

Nota:

  1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai-shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020.


Saiba mais

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio.

Listamos locais onde você pode encontrar informações, apoio e acolhimento:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

www.cvv.org.br

Oferece ajuda 24 horas por dia, todos os dias da semana. Entre em contato pelo chat no site, pelo telefone (188), por e-mail ou pessoalmente em um dos postos de atendimento.

Centros de Atenção Psicossocial (Caps)

Rede pública de atendimento psiquiátrico e psicológico.

Ligue para 136 ou fale com a Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade.

Setembro Amarelo

www.setembroamarelo.org.br

Campanha de conscientização e prevenção do suicídio.

Núcleo de Orientação Social (NOS) da BSGI

O departamento conta com psicólogos e assistentes sociais que acolhem e direcionam os membros da BSGI na questão da saúde mental. Entre em contato por mensagem no WhatsApp (11) 3349-1927.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO