ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO  09/05/2020 15:50

CONHEÇA O BUDISMO

Redação

Para alcançar a plenitude tão almejada com a prática do Budismo Nichiren, é necessário o estudo. Entre os temas que destacamos está o princípio da “verdadeira causa”, que traz em si uma profunda compreensão sobre o real sentido de recitar daimoku e o sentimento com o qual o fazemos — assim fica fácil entender o objetivo da orientação “recite daimoku!”

O passado já foi: foco no futuro‚ ação no presente

A partir do momento em que começa a praticar o Budismo de Nichiren Daishonin, o membro da Soka Gakkai aprende que o Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) é a essência dessa filosofia e a prática principal. Aprende também que é desnecessário buscar no passado respostas para as questões do presente. O mais importante nessa busca pela felicidade é focar nas ações do agora, para ser feliz hoje, e garantir também essa mesma condição no futuro. Por isso, é imprescindível compreender o princípio budista da “verdadeira causa” e do “verdadeiro efeito”.

Pensamentos‚ palavras e ações

O daimoku direcionado para uma transformação profunda da vida é o que chamamos de “verdadeira causa” — daí as frequentes orientações que recebemos de orar nos momentos de dificuldade, com a convicção da vitória.

“Mas com que sentimento recito esse daimoku?” “Estou agindo de acordo com o que diz a filosofia budista?”

A resposta para essas perguntas está na atitude positiva diante das questões da vida. Dessa forma, todas as ações do indivíduo (aquilo que pensa, diz ou faz) produzirão efeitos com a mesma intensidade em sua própria vida. Assim, se uma pessoa recita daimoku, mas tem uma conduta negativa nesses três aspectos, vai gerar causas negativas e o efeito será viver em extremo sofrimento. Isso não corresponde ao princípio da “verdadeira causa” elucidado no budismo, que nos direciona a criar causas positivas.

Daimoku é a base de tudo

Ao revelar a essência do budismo contida no título do Sutra do Lótus (Myoho-renge-kyo) e adaptá-la de forma a ser praticada na vida diária, Nichiren Daishonin (1222–1282) deixa claro o seu significado. Estudando mais especificamente, o termo “renge” simboliza a “simultaneidade de causa e efeito”. Recitar Nam-myoho-renge-kyo com fé no Gohonzon é a única maneira de o ser humano ativar sua condição de buda. Essa condição iluminada permite compreender que “tudo aquilo que fizer gerará um efeito em sua vida”.

Relação de mestre e discípulo

Na seguinte declaração, o presidente Ikeda sintetiza três importantes pontos — a verdadeira causa, a relação de mestre e discípulo e a força da fé:

O Budismo de Nichiren Daishonin é o ensinamento da verdadeira causa. O mestre é o verdadeiro efeito, e a verdadeira causa são os discípulos. Com base nesse princípio, o mestre e seus discípulos praticam juntos, eternamente, a Lei Mística da verdadeira causa. Em consequência, se uma pessoa assumir a postura do “verdadeiro efeito” e acreditar que já conseguiu o necessário ou que não haverá problema deixar o trabalho mais árduo para os outros, será melhor não ficar esperando receber o verdadeiro benefício da fé. Em suas escrituras, observamos que, com frequência, Daishonin pede a seus seguidores que se esforcem cada vez mais.¹      

Você conhece Newton

Já ouviu falar em Isaac Newton? Ele foi físico, matemático e astrônomo inglês, cujo principal trabalho foi a reformulação das leis do movimento, o que levou à lei da gravidade (gravitação universal) tal qual a conhecemos hoje. A partir do episódio em que observou uma maçã que caía da árvore em direção ao solo, o físico desenvolveu as famosas leis de Newton.

Primeira lei de Newton: inércia. Todas as coisas que estão em repouso permanecem em repouso, e um objeto em movimento permanece em movimento, em linha reta, na mesma velocidade — a não ser que uma força aja sobre elas. Relacionando o budismo e o princípio da “verdadeira causa” com esse ponto da lei da inércia, se a pessoa continuar agindo sempre da mesma forma, sua vida permanecerá no mesmo ritmo. É preciso agir, provocar uma grande mudança para gerar um grande resultado. Desafiar as circunstâncias para ensinar outra pessoa sobre o budismo, compartilhar incentivos, recitar daimoku também para a felicidade dos demais e respeitar sua individualidade são alguns exemplos de como dar um novo movimento à vida e sair da inércia.

Segunda lei de Newton: força. A mudança do movimento depende da intensidade da força aplicada sobre ele. Não é difícil ouvir a seguinte pergunta: “A quantidade de daimoku é importante?”. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, esclarece:

Nichiren Daishonin afirma que até um único Nam-myoho-renge-kyo se torna uma fonte de ilimitados benefícios. Agora, imaginem a infinidade de benefícios que vocês acumularão ao continuarem fazendo gongyo e recitando Nam-myoho-renge-kyo de forma sincera de manhã e de noite. É algo que fazemos pelo nosso próprio bem; é um direito, não uma obrigação.²

Dessa forma, fica claro que não existe uma quantidade específica de daimoku a ser recitado, mas que a prática frequente, diária, proporcionará um grandioso resultado na vida. Comparando com a segunda lei de Newton, podemos dizer que, quanto mais daimoku recitado com sinceridade, maiores serão os benefícios.

Terceira lei de Newton: ação e reação. Toda ação gera uma reação igual ou oposta. A partir da terceira lei exposta por Isaac Newton, pode-se refletir sobre o mais importante ensinamento do budismo: a lei de causa e efeito. Toda causa que se faz (ação) gera um efeito (reação) de mesma intensidade. Se uma dificuldade se abate sobre a vida da pessoa, ela precisa empenhar uma “força” com a mesma intensidade ou ainda maior para superá-la. Essa força, para os membros da Soka Gakkai Internacional é caracterizada pela prática do daimoku, do shakubuku (inspirar outras pessoas a serem felizes) e da dedicação às atividades. Mas qual é o resultado disso? Essa força volta para a vida da pessoa em forma de sabedoria necessária para agir de modo construtivo e ter uma existência brilhante, obtendo resultados concretos.

Fé convicta‚ mente iluminada

Nossas orações são refletidas por meio de nossas ações, e essas ações refletem o nível de sabedoria que conseguimos absorver com a prática budista. Por isso, é importante ter uma postura convicta da vitória, com dedicação e esforços constantes. Aqueles que têm uma postura arrogante ou preguiçosa infalivelmente manifestarão as mesmas características nos resultados dos seus empreendimentos. Daí a importância de recitar Nam-myoho-renge-kyo para iluminar a vida e a mente, ou seja, para fazer surgir a sabedoria do buda, uma mente iluminada.

Disposição renovada

Agir positivamente e dedicar-se por inteiro ao kosen-rufu, sempre recitando Nam-myoho-renge-kyo, é agir de acordo com a verdadeira causa. Isso é o que infalivelmente gera o verdadeiro efeito da iluminação nesta existência. Para produzir a verdadeira causa na vida, é necessário recitar daimoku e acreditar na profunda mudança que isso causará. Nesse sentido, alcançar a felicidade neste momento e garanti-la no futuro é algo possível. O presidente Ikeda afirma:

O dia de hoje nunca mais voltará. Por isso, precisamos vencer energicamente cada dia com o espírito do rei leão. Passado é passado. Por isso, não importa o que tenha sido até agora, vivam do presente para o futuro abrindo caminhos de avanço e de progresso. Daí se inicia a verdadeira história da revolução humana. O futuro de uma vida rotineira é a infelicidade. Partir sempre com renovada disposição é praticar o budismo da verdadeira causa.³

Para se aprofundar mais, veja as matérias:

• Explanação do presidente Ikeda para o gosho “A Herança da Suprema Lei da Vida”.Terceira Civilização, ed. 479, jul. 2008.
• “Orações Produzem Respostas por meio do Comportamento”. Brasil Seikyo,ed. 2.087, 11 jun. 2011.

Notas:

1. BS, ed. 1.771, 13 nov. 2004.
2. BS, ed. 2.238, 9 ago. 2014.
3. BS, ed. 2.307, 23 jan. 2016.

Fontes:

• BS, ed. 2.307, 23 jan. 2016.
• BS, ed. 2.088, 18 jun. 2011.
• FERRARO, Nicolau Guilberto; PENTEADO, Paulo Cesar M.; TORRES, Carlos Magno A. Física, Volume Único. São Paulo: Moderna, 2012.

Site: https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/alexandrevgouveia/Leis.html